Cᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ 26

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Escutei um barulho insistente no meu ouvido me irritando. Tateei a mesa de cabeceira buscando meu celular com o intuito de desligar aquela porcaria de alarme. O problema é que eu sou tão desastrada que ao invés de achar o celular eu caí no chão.

Levei a mão as minhas costas sentindo a dor do impacto. E o alarme ainda tocava, só então eu lembrei que deixei meu celular na outra mesinha, do outro lado da cama. Suspirei irritada e levantei indo até lá, desliguei finalmente e a musiquinha irritante parou.

Infelizmente meu último mês de férias passou mais rápido do que eu esperava e agora eu tinha que ir pra escola. Tinha que voltar a minha tortura psicológica e voltar a conviver com aquelas pessoas. Deitei na cama com vontade de chorar.

Mas nem pude me lamentar já que em menos de dois minutos a porta foi aberta e eu senti alguém se jogando em cima de mim.

– Bom dia! Ansiosa pro primeiro dia do último ano?

Resmunguei algo e ela começou a fazer cócegas em mim.

– Para! Eu vou te matar, Ellie!

Ela riu e eu saiu de cima de mim, virei de barriga pra cima e respirei fundo pra me recuperar.

– Vai se arrumar logo, o dia vai ser incrível.

– Não sei onde, vamos ter que voltar pra tortura psicológica.

– Veja pelo lado bom, você vai poder ver a Melissa todos os dias.

Eu olhei pra ela confusa. Tudo bem que nesse último mês eu quase não vi a Melissa, já que ela estava tentando evitar sair de casa pra não ser pega por paparazzis por aí. Mas não é como se eu tivesse sentido a falta dela, claro que não.

– E dai? Como isso ajuda?

Ela cutucou minha barriga e eu me encolhi com cócegas.

– Pensa que me engana, se dependesse de você ela ia morar aqui.

– Que mentira! A gente não tem nada, somos amigas.

– Amigas não se beijam.

– Quem disse?

Ela riu e aproximou o rosto do meu me olhando nos olhos.

– Por que nunca me beijou então? Eu preciso pedir? Como funciona?

– O-o que?

Arregalei os olhos sentindo todo meu corpo em alerta.

– Se amigas se beijam nós devíamos nos beijar então.

– Mas...

Ela começou a rir muito e se jogou na cama enquanto eu respirava fundo me recuperando desse susto.

– Você tinha que ver sua cara... foi hilário.

Ela continuou rindo enquanto eu estava indignada. Levantei a passos largos e andei até o banheiro pra tomar meu banho. Ouvi ela dizer que ia se arrumar e depois o barulho da porta sendo fechada.

Tomei um banho rápido e me troquei. Optei por uma roupa simples mesmo, como sempre. Calça jeans clara e uma camiseta lisa, nos pés um all star. Sai do quarto e andei até a sala, despejei a ração do meu gatinho e fui até a cozinha.

Meus pais já tinham tomado cafe, e eu estava um pouco atrasada, então só peguei uma maçã e andei até o estacionamento. Ellie estava dentro do carro já me esperando. E não, eu ainda não tenho coragem de dirigir sozinha. Então eu sempre prefiro que a Ellie dirija pra mim.

Assim que ela estacionou eu já desci do carro, me despedi visto que ela ia falar com seu namorado, ou sei lá o que eles são. Andei até o meu armário a peguei todos os meus livros. Eu não sentia nenhuma falta dessa rotina chata.

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