Cᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ 12

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Tem uma coisa, uma única coisa, que eu gosto em andar de moto. É so isso mesmo, literalmente só isso, moto é uma das coisas que eu mais odeio. Mas o fato de poder sentir o vento fresco no rosto é muito bom.

Eu segurava nela como se minha vida dependesse disso, e ela realmente dependia.

- Chegamos. Eu sei que você não quer me soltar mas vai ter que fazer isso.

Eu soltei ela e desci da moto. Ela riu e tirou o capacete.

- Eu podia tolerar mais um pouquinho. Gosto quando me abraça.

Franzi a testa tirando o capacete e entregando pra ela.

- Quando disse que era um passeio mais normal eu não imaginei que fosse o shopping. Eu nem me arrumei pra isso.

- Não precisa, você está linda.

Ela desceu da moto e tirou a chave guardando no bolso.

- Até parece, por isso veio toda arrumada assim. Sacanagem não ter me avisado.

- Não achei que fosse o tipo que se importava com isso.

Fiz uma careta.

- Não me importo.

- Então para de reclamar e vamos entrar.

Ela saiu andando na frente e eu segui ela pra dentro do shopping. Era enorme como todo shopping, muitas escadas e pessoas.

Andamos até um lugar onde tinham armários e ela guardou os capacetes em um deles antes de pegar uma ficha pra buscar depois. Só então fomos em direção a uma das escadas.

- Seria legal se você me dissesse onde estamos indo.

Eu disse olhando pra baixo quando estávamos na escada. Outra coisa que eu tinha um pouco de medo era altura. Não era bem medo, mas me dava um pouco de agonia ver as pessoa lá embaixo pequenininhas e eu no alto podendo cair a qualquer momento.

- Cinema. Não gosta?

Descemos da escada rolante e eu parei a sua frente fazendo ela parar de andar.

- Cinema? Como assim? Desde quando você curte esses programinhas de casal?

- Eu não, mas eu sei que você gosta. Estou tentando te agradar.

- Me agradar? Por que?

- Porque eu estava na minha casinha sem graça e sozinha e eu resolvi que seria legal levar minha amiguinha pra sair. Eu sabia que não ia querer nada violento de novo e a coisa que eu mais achei que fosse sua cara era cinema. Não gosta?

- Gosto... mas, é estranho ver você fazendo algo pra agradar alguém.

Ela sorriu e pegou minha mão beijando ela. Eu fiz uma cara desconfiada e ela riu.

- Só você tem esse privilégio.

- Uau, devia me sentir honrada?

- Claro. E muito, eu nunca fiz isso por ninguém.

Eu comecei e a rir e ela ficou séria. Eu realmente não estava caindo naquele papinho dela. Fazendo aquilo por mim? Estranho.

- Vamos logo, ainda temos que comprar o ingresso.

Ainda segurando minha mão ela me puxou em direção a outra escada que dava acesso ao quarto andar onde tinha o cinema.

Compramos os ingressos, na verdade ela comprou. Pagou tudo. E depois ela comprou a pipoca, muita pipoca, eu com certeza não ia conseguir comer tudo aquilo. E só depois andamos em direção a sala de cinema.

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