Cᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ 13

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Melissa parou a moto em frente a minha casa e eu desci soltando sua cintura e tirando o capacete. Me virei pra ela que levantou o vidro do capacete e me olhou, sem sorrisos.

– Bom... obrigada pela carona.

– Eu queria te pedir uma coisa.

Assenti esperando ela falar, ela parecia um pouco sem graça. Olhou pra frente e mordeu o lábio inferior antes de suspirar e dizer.

– Não conta pra ninguém o que eu te disse sobre a minha mãe. Digo... a parte sobre ela não me dar bola.

– Por que?

– É que a minha mãe tem uma imagem com as pessoas da escola. Eles pensam que ela é maravilhosa e que é uma mãe perfeita. Eu tenho um rancor dela mas não quero que pensem mal da minha mãe, independente de tudo ela é a única pessoa que eu tenho.

Assenti ainda sem entender muito bem.

– Tudo bem, eu nem tenho pra quem contar mesmo. Não é como se eu falasse com as pessoas da escola.

Ela sorriu e piscou pra mim antes de colocar o capacete de novo.

– Obrigada por isso. Até amanhã.

– Até. 

Ela me olhou mais uma vez e eu fiquei observando enquanto ela girava a chave da moto. Até que eu toquei seu braço e ela me olhou de novo.

Até que eu me aproximei mais e ela tirou o capacete de novo, me olhando com estranheza. Segurei seu rosto e puxei ela pra um beijo rápido. Nem sei por que eu fiz isso, eu só senti vontade de fazer e fiz.

Ela colocou a mão na minha nuca e me impediu de cortar o beijo rápido. Eu coloquei as minhas na sua perna enquanto ela aprofundava o beijo.

Até que ela cortou ele mordendo meu lábio inferior e suspirou antes de abrir os olhos e me olhar.

– Eu já disse que você beija muito bem?

Eu ri fraco e ela sorriu me dando um selinho. Eu finalmente me afastei e ela colocou o capacete de novo.

– Agora sim, até amanhã.

– Até amanhã.

Sorri e virei de costas andando até a porta de casa. Entrei já estranhando o silêncio, meus pais são como crianças. Ou seja, silêncio demais quer dizer que estão aprontando. Andei devagar até a sala e tive a visão dos dois sentados na mesa e a Ellie de frente pra eles.

Me aproximei e pude ouvir as risadas e os sussurros. Olhei brevemente sem que eles percebessem minha presença e vi o motivo das risadas.

– Essa aqui ela tinha uns cinco anos, caiu de cara no coco do cavalo. Tínhamos ido em um estábulo de um tio meu e ela quis correr pelo campo, só que esqueceram de avisar sobre isso.

Arregalei os olhos e bati a mão na mesa chamando a atenção dos três.

– O que é isso? Mãe!

Ela riu e me mostrou a foto. Era eu com cinco anos e a cara toda marrom, eu estava chorando na foto. Me lembro vagamente desse dia, foi terrível.

– Estamos mostrando seu álbum de fotos pra Ellie.

Meu pai disse e passou pra próxima foto. Ellie parecia se divertir já que estava rindo desde que eu cheguei.

– Essa ela tinha doze anos, foi quando sua primeira espinha apareceu e ela ficou chorando o dia todo.

Ele mostrou mais uma foto. Eu abri a boca completamente indignada.

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