Cᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ 17

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Entramos na casa dela. Estava tudo bem silencioso, eu já tinha vindo antes. Mas não reparei o quanto essa casa é meio sombría. É como se não existisse alegria, ou felicidade. Ela passa uma vibe de mansão vazia, mesmo com alguns empregados andando de um lado pro outro parece vazia demais.

Mas é uma mansão mesmo, uma casa gigante. Já na entrada você da de cara com um saguão, parece saguão de hotel. E na frente uma escada enorme, me sinto em um filme toda vez que olho aquela escada enorme.

Ao lado tem a sala que daria duas da minha facilmente. Um sofá todo branco e enorme, mas parece que nunca é usado, já que está mais branco que um papel sulfite. Uma televisão que parece ter no mínimo umas 60 polegadas e um quadro com uma foto de familia.

– Você já conhece a minha casa né?! Já veio aqui.

Ela disse me puxando pela mão pra subir as escadas.

– Eu me lembro. Mas ainda fico impressionada em como ela é grande.

– Infelizmente isso não é bom. Quanto maior ela é mais vazia ela se torna.

Fiz uma expressão compreensíva. Eu entendia mais ou menos o que ela queria dizer com aquilo. Andamos até o seu quarto que ficava no final do corredor enorme com várias portas, que mesmo curiosa eu preferi não perguntar onde elas davam.

Ela puxou uma chave do bolso e destrancou a porta do quarto. Eu preferi não perguntar porque ele estava trancado, parecia muita invasão de privacidade. Assim que ela abriu a porta eu notei que o quarto estava diferente da última vez que eu vim.

Agora tinha uma mesa de computador enorme do lado da porta, uma mesa gamer pra ser mais exata. A cama estava na parede oposta a porta em frente a uma televisão que ficava na parede. E o quarto estava cheio de leds coloridos, com as cores rosa, branco e vermelho. Essa referência eu entendi.

– Pelo visto não foi só o cabelo que você mudou né?!

– Eu disse que estava me sentindo meio sem graça. Resolvi mudar logo tudo. Gostou?

– Bem... diferente. Gostei dos LEDs.

Ela sorriu e sentou na cadeira que tinha em frente ao computador girando e sorrindo.

– Acho que a única coisa boa de ter todos esses empregados é que eles podem me ajudar a mudar sempre que eu quero. São minha única companhia aqui nessa casa.

– Se eu quisesse mudar tudo minha mãe ia me xingar. Mas no fim ela ia me ajudar, minha mãe é meio bipolar.

Brinquei. Eu ainda estava na porta parada em pé e olhando tudo em volta. Eu sempre fui muito observadora e eu senti que ali naquele quarto tinha muito mais personalidade Melissa do que no seu antigo.

– Bom... está com fome? Eu vou pedir pra May fazer um lanche pra gente poder estudar melhor.

Ela levantou e se aproximou de mim. Ficou atrás e tirou a mochila das minhas costas jogando em cima da própria cama.

– Fica a vontade que eu já volto.

Assenti e ela passou pela porta indo em direção a escada. Definitivamente ela é uma grande burguesa, esse quarto cabe dois do meu e ainda sobra.

Andei pelo quarto observando tudo mais de perto, os pôsteres da viúva negra ainda estavam ali, ela parecia muito fã mesmo. E tinha um de uma jogadora de vôlei da seleção brasileira, eu reconheci pelo escudo na camisa.

Me aproximei da prateleira de livros e encontrei um porta retrato, tinha uma foto de uma criança e uma mulher mais velha. Logo eu deduzi que era ela e a mãe. Na foto ela devia ter uns cinco anos e estava no colo da mulher que era a sua mãe.

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