Capítulo 14

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Nota da autora:
Quero que prestem atenção nessa parte da música:
"Toque-me, sim
Eu quero que você me toque lá
Faça-me sentir que estou respirando
Sentir que sou humano
Toque-me, sim
Eu quero que você me toque lá
Faça-me sentir que estou respirando
Sentir que sou humano de novo"

POV MATTHEO

Estou sentado no chão da biblioteca, em completo silêncio, apenas fumando meu cigarro.
Voltei a ter pesadelos.
A maioria era com minha mãe sendo assassinada, mas agora, também tenho sonhado com minha morte.
E a pessoa que me matou.
As pessoas pensam que eu me matei, mas na verdade, pedi para outro alguém fazer isso.

Sinto alguém sentar do meu lado, sorrio e abro os olhos, Daisy encosta a cabeça em meu ombro, meu coração muda o ritmo.

-Oi - Sussurro com dificuldade, estou colapsando com esse contato entre nós dois.
Quero muito mais.
Quero estar dentro dela.

-Devolvi o livro para o Snape - Ela confessa em meio ao silêncio - Acho que eu estava mesmo viciada em usar Magia Negra.

Respiro fundo, ela respira fundo.

-Voltei a ter pesadelos. - Confesso também.

Daisy tira a cabeça do meu ombro.

-A mesma coisa que antes? - Ela me olha para perguntar, confirmo com cabeça. - Sinto muito, Mattheo.

Sinto ela deslizar os dedos pelo meu braço, até chegar na palma da minha mão, ela me encara, esperando minha reação, entrelaço meus dedos no dela.
Ela arfa baixinho, a sensação é de um choque leve, como se eu e ela não fôssemos compatíveis.
Aproximo meu rosto, tudo o que consigo ouvir é a respiração dela, fico perto ao ponto de beija-lá, e quase faço isso, mas ela se afasta.
Daisy desvia o olhar para um ponto da biblioteca, encosto minha cabeça na parede.
Merda.

-Desculpa. - Sussurro com sinceridade. Eu meio que tenho o dom de estragar tudo.
Daisy se afastou, mas nossas mãos ainda estão entrelaçadas. Eu foco nisso, nas nossas mãos unidas como se nada mais importasse.
Acaricio as costas da mão dela com meu polegar.

-Não tem nenhuma chance de nós acontecer, não é? - Pergunto baixinho, mas já sei a resposta.
Sei a porra da resposta.
Ela suspira fundo, vira o olhar para mim, vejo tudo o que ela é pelos seus olhos.
Daisy aproxima o rosto do meu, tanto que acho que vai me beijar, mas algo em mim sabe que não vai, ela vira o rosto e me beija na bochecha.
Humilhante.

-Eu amo o Draco, Mattheo. Amo muito ele - Ela sussurra. Reviro os olhos.
Minha parte mais sombria está implorando para que eu mate o Malfoy, assim terei ela só para mim.
Essa parte minha parece demais com meu pai.

-Eu posso esperar você deixar de amar ele. - Minha voz sai desesperada, estou me humilhando e não me importo nenhum pouco.

-Você merece alguém que esteja disponível, Mattheo. - Ela responde, separo nossas mãos.

-Foda-se quem eu mereço ou não. Eu quero você. - A raiva nasce em mim, quero que ela me queira tanto quanto eu a quero. -  Estou enlouquecendo porque não consigo olhar para mais ninguém além de você. Não sei que porra está acontecendo, mas só consigo pensar em foder você, e cuidar de você. Isso é sufocante para caralho.

Daisy me encara por muito tempo, está sem expressão alguma, só me olhando.

-Podemos ser amigos, não precisa ser... - Ela começa, interrompo com uma risada.

-Eu digo que quero te foder e você me fala que podemos ser amigos? - Gargalho alto - Eu devo estar muito apaixonado para me humilhar nesse nível.

-O que você disse? - Daisy está com os olhos arregalados, paralisada.
Então, eu percebo o que eu falei.
Fecho os olhos, tentando escapar dessa situação de alguma forma.
Mas Daisy ouviu, e agora está esperando minha explicação.

-Está apaixonado por mim, Mattheo? - Ela pergunta baixinho, como se não acreditasse.
Não respondo, porque somos interrompidos por um casal excitado entrando na biblioteca para se comerem, os dois nem percebem que não estão sozinhos.
O silêncio é preenchido por gemidos estranhos, mas percebo que Daisy não está olhando para eles, ela está me encarando, os olhos brilham de intensidade, o peito está subindo e descendo por causa da respiração acelerada.
Mas aí ela desvia o olhar quando eu olho de volta.
Daisy franze o cenho para o casal.

-Seus nojentos! Vocês não estão sozinhos, porra. - Ela grita, os dois se separam bruscamente e nos olham assustados. - Por Merlin, você geme fino para caralho. - Ela fala especificamente com o garoto, não contenho a risada.

...

The Riddle Boy (The Lovegood Girl II)Onde histórias criam vida. Descubra agora