Capítulo 26

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POV MATTHEO

Tenho estudado bastante sobre magia negra, não praticando, mas estou criando uma base para identificar o que esse tipo de magia faz com alguém, e meio que descobri o que fez com a Daisy.
Fiquei impressionado demais quando ela disse que me amava, mas pensei em como toda essa situação é, e tenho certeza que o que ela sente por mim não é amor.
Ela não me ama, pelo menos, não porque quer.
Ela ama o Malfoy, aquilo é amor, um amor doentio e sufocante, mas amor.
É a ligação, nossa ligação está ficando mais forte, ainda não descobri o porque, mas li que a obsessão é comum em feitiços de magia negra.
Estou tentando descobrir como quebrar a ligação, não é justo com ela e não é justo comigo.
É tentador deixar as coisas como estão, mas quero ser uma pessoa melhor, por isso vou libertá-la dessa maldição

Ouço alguém bater na minha porta, escondo o sorriso porque sei que é a Eva. Pego minha varinha e conjuro uma flor amarela com um feitiço simples, vou até a porta, abro e ergo a flor para ela. Eva analisa a flor por um tempo, e um sorriso iluminado nasce em seu rosto, mas aí ela tenta disfarçar que está sorrindo feito uma idiota.

-O que é isso, Mattheo? - Ela pergunta, escondendo o sorriso. Dou de ombros.

-O que foi? Grifinórios não gostam de flores? - Pergunto rindo, Eva ri também, ela pega a flor com delicadeza e dá mais um sorriso.

-Não - Ela responde, sem me olhar - Gostamos de demonstrações mais físicas. - Sinto o segundo sentido em sua frase, e posso jurar que ela está ficando vermelha.

-É? Tipo o que? - Pergunto, sabendo que ela vai ficar toda envergonhada.
Eu gosto de deixá-la com vergonha.

Eva entra no dormitório, fecha a porta atrás de si, pega em meu braço e me leva até perto da cama. Ela faz contato visual, está nervosa pelo que está prestes a fazer, meu coração acelera quando Eva ajoelha para mim.

-Nunca fiz isso, então vai ter que me dizer como gosta, Mattheo. - Ela diz, ainda me olhando.

-Não precisa fazer se não quiser. - Murmuro, ela sorri maliciosamente para mim.
Que garota incrível.

-Eu quero.

...

POV EVA

Perguntei para o Theo Nott onde é o dormitório da Daisy.
Estou parada na porta faz uns vinte minutos, pensando se bato ou não.
Respiro fundo e toco na porta, leva alguns segundos para que Daisy abra para mim, ela está descabelada e com vincos fundos embaixo dos olhos.
É a primeira vez que eu a vejo como humana.
Ela arregala os olhos e imediatamente cobre o braço descoberto com a mão, mas tenho tempo de ver o que ela quer esconder, uma Marca Negra.
Estremeço ao olhar a tatuagem, Daisy desvia o olhar, ela está péssima.

-O que quer aqui, Evanna? - Ela pergunta, baixo.
Dou de ombros, sem saber como começar a falar o que preciso.

-Posso entrar? - Falo, Daisy confirma com a cabeça e me dá passagem para entrar.
O dormitório dela é dividido em dois, o lado direito é coberto com as cores da Corvinal, imagino que o lado da Luna, e o lado esquerdo é mais bagunçado, cheio de livros empilhados e pergaminhos amassados.
Imaginava o quarto dela de outra forma.

Daisy pega um casaco de cima da cama e veste rapidamente, tentando esconder a marca, então é por isso que ela sempre está com os braços cobertos.

-Não precisa cobrir, não me importo com sua marca. - Digo sinceramente, mas algo em meus ossos revira toda vez que vejo essa maldita tatuagem que assombrou minha família. - Como conseguiu ela? - Pergunto de uma vez, preciso saber se foi voluntário ou involuntário.

Daisy não está olhando para mim, ela dá de ombros, esfregando a mão no local da tatuagem do braço agora coberto, como se pudesse apagar a marca.

-Colocaram em mim quando eu estava inconsciente. - Ela responde como se fosse algo normal, mas consigo ver a tristeza passar em seus olhos. - Eu já tentei tirar, mas não sai.

Respiro fundo novamente, estou com dó dela.

-Daisy, estou aqui para pedir que venha para casa comigo por uma semana - Começo de uma vez, ignorando a vergonha. Daisy franze o cenho, confusa. - Não precisa vir se não quiser, mas meu pai gostaria muito de te conhecer.

Os olhos de Daisy se enchem de lágrimas, ela me encara por muito tempo, tanto tempo que acho que ela vai desabar em lágrimas, mas ela só respira fundo.

-Eu adoraria, Evanna. - Ela responde com um sorriso, que logo some - Se você não se importar...

-Não me importo. Você tem o direito de conhecer sua família. - Respondo com o intuito de ser gentil.

...

The Riddle Boy (The Lovegood Girl II)Onde histórias criam vida. Descubra agora