The Riddle Boy (The Lovegood Girl II)

Capítulo 28

POV EVA

Acordo de repente, no escuro, o quarto é iluminado apenas pela Lua, olho ao redor, procurando minha hóspede, mas Daisy não está mais deitada na cama ao meu lado.
Levanto da cama em um pulo, abro a porta do quarto com cuidado, sem fazer barulho.

-Daisy? - Chamo baixinho, o corredor está em total silêncio. Me arrasto para fora do quarto e caminho pelo corredor escuro.
Talvez ela só tenha ido buscar uma água.
Esfrego meus braços na tentativa de afastar o frio.
Ou talvez ela tenha fugido.

Desço as escadas, ainda procurando, olho na cozinha e não vejo nada, mas então vejo o quarto do Regulus, a porta está entreaberta, consigo ver o cabelo branco da Daisy pela fresta.
Entro no quarto sem fazer barulho, ela nota minha presença no mesmo segundo.

-Me desculpe, eu não queria bisbilhotar sua casa, é só que... - Ela começa desesperada, interrompo-a.

-Está tudo bem, Daisy. Você merece ver esse quarto muito mais do que eu. - Tranquilizo. Vejo Daisy relaxar, ela volta o olhar para as prateleiras de livros empoeiradas, analisa cada espaço do quarto.
E então vira para me olhar, parece tensa e apreensiva, pensando em mil coisas no mesmo segundo, ela leva os dedos até o braço coberto, por cima de sua Marca Negra.

-Evanna - Ela chama, sem me olhar, os olhos dela estão completamente perdidos. - Você acha que se as circunstâncias fossem diferentes, ele me amaria?

Disfarço a reação de surpresa, Daisy está tão vulnerável, tão frágil, e ela está me deixando ver esse lado, não sei como reagir a isso.

-Sim, Daisy. Eu acho. - Respondo sinceramente, ela finalmente me olha.
Pelo o que li naquele livro sobre os Black's, Regulus também foi um Comensal, também tinha uma marca, como a Daisy.

-Obrigada, significa muito para mim. - Ela responde, apenas confirmo com a cabeça.

...

POV DAISY

Sento no mesmo lugar da mesa que ontem, hoje Sirius Black está me encarando menos, e tenho certeza que isso é graças à Evanna.

-Daisy - Sirius me chama, viro o olhar - Você já conheceu a Londres Trouxa?

Franzo o cenho, confusa.

-Acredito que não. - Respondo, vejo Evanna sorrir para o pai.

-Vamos para a cidade hoje? - Ela pergunta, animada, Moony também parece animado com a ideia de ir até a cidade trouxa.
Tenho que me lembrar de perguntar o nome dele.

-Se a Daisy quiser - Sirius responde, confirmo com a cabeça, porque Evanna parece tão feliz em ir que não quero estragar isso.

...

Estamos nos arrumando no quarto da Evanna, ela é incrivelmente ágil fazendo sua maquiagem, também sabe combinar as peças de roupa com uma facilidade impressionante, por isso, fico encarando-a fazer os riscos embaixo dos olhos que ela sempre faz.

-Quer que eu faça em você? - Ela pergunta quando percebe meu olhar, sorrio e nego com a cabeça.

-Obrigada, mas acho que não combinaria com meu cabelo. - Falo meio envergonhada, Evanna apenas dá de ombros.

-Seu cabelo é bem legal, aliás. - Ela diz, ainda fazendo os traços nos olhos.

-Obrigada, Evanna.

-Pode me chamar só de Eva, eu prefiro. - Ela responde, finalizando a maquiagem, confirmo com a cabeça novamente.
Viro para pegar um casaco em minha mala, troco rapidamente a blusa de manga longa para um vestido, coloco o casaco por cima apenas para esconder minha marca.

-Estão prontas? - Ouço alguém gritar do corredor, reconheço como a voz do Moony.

...

Sirius disse que caminhar faz parte da experiência para visitar o mundo trouxa, então estamos andando pelas ruas de Londres.
Sirius e Eva estão mais na frente, com os braços entrelaçados e conversando em seu próprio mundinho, às vezes eles param para apontar alguma vitrine.
Eu e Moony estamos andando mais devagar.

-Daisy - Moony começa. - Sabe que se precisar de ajuda, eu e Sirius podemos... - Ele para de falar, respira fundo e começa novamente - Nós dois entendemos como é difícil não ser aceito pela família.

Fico em silêncio, processando a ideia, Eva e Sirius parecem se amar tanto, de uma forma que nunca senti em minha vida.
Ela merece isso, mas fico pensando em como seria receber esse amor também.

-Obrigada - Respondo baixinho, continuamos caminhando, em silêncio, até que crio coragem para perguntar - Seu nome não é Moony, não é?

Ele solta uma risada rouca, ergue a cabeça e olha para Sirius com ternura.

-Não, não é. Sirius me chama assim desde a época da escola, mas meu nome é Remus. - Remus diz, com um sorrisinho apaixonado que reconheço.

...