The Riddle Boy (The Lovegood Girl II)

Capítulo 18

POV DRACO

Daisy e eu caminhamos até a torre de astronomia em completo silêncio, consigo ver que ela está pensando em mil coisas ao mesmo tempo, gostaria de poder tirar o peso de seus ombros.
Passo o braço por cima dos ombros dela, apenas para esquentá-la, já que está frio aqui em cima e ela está de saia.
Daisy estremece, puxo-a para sentar comigo no chão com uma visão periférica para as constelações, ela sorri ao encarar as estrelas.
Sei o que está pensando, porque estou pensando a mesma coisa.
Nossa primeira vez.
Quando ela me escolheu.

-Me explique tudo, princesa. Desde o começo. - Peço, ela me olha por meio segundo antes de voltar o olhar para o céu.

-Minha mãe - Ela começa. Pandora Lovegood - Me contou algumas histórias quando ainda era viva, lembro dela me contar a história de um lorde de cabelos escuros como carvão... - Daisy estremece novamente, puxo-a para mais perto de mim. - E uma princesa. Ela dizia que os dois se amavam, mas não podiam ficar juntos porque o lorde foi amaldiçoado.

Daisy respira fundo, ergo a mão para tirar o cabelo de seu rosto, ela parece tão desesperada que aperta meu coração.

-Acho que era a história dela. - Ela finalmente olha para mim, os olhos estão vermelhos - Regulus Black era o lorde amaldiçoado. Acho que ele é meu pai, Draco.

Estou sem reação, pensando e tentando responder, mas nada sai da minha boca.
Daisy é uma Black?

-Eu não sei o que fazer.- Ela finalmente desmorona, como se estivesse carregando todas essas emoções por muito tempo.
Daisy se afasta um pouco, enterra o rosto nas mãos e suspira audivelmente.

-Meu pai... - Ela começa, mas a voz falha. - Quer dizer, o pai da Luna - Daisy levanta a cabeça, seu olhar está completamente perdido - Ai meu Deus, a Luna.

Ela começa a chorar, e depois a soluçar, seus ombros sobem e descem com os fraquejos que seu corpo solta, meu coração despedaça ao ver minha garota assim. Envolvo meus braços ao redor dela, com tanta força que fico com medo de sufocá-la, ela não me abraça de volta, ainda está soluçando.

-Luna vai me odiar, Draco! - Ela arqueja chorosa, enfio meus dedos em seus cabelos, seguro-a contra meu corpo até que ela se sinta melhor. - Isso tudo é culpa minha.

-Nada disso é culpa sua, Daisy. - Respondo enquanto acaricio suas costas - Nada vai mudar entre você e ela.

-Já mudou! - Daisy volta a chorar descontroladamente, só engole o soluço para falar - Luna viu minha marca, desde então ela me olha com desprezo, decepção, como se eu fosse uma pessoa má... Minha irmãzinha pensa que sou uma pessoa má.

-Sua irmã te admira, você é extraordinariamente incrível, Daisy. Você e Luna são irmãs e nada vai mudar isso - Sussurro para ela, Daisy finalmente me abraça de volta, ela me aperta quase tão forte quanto eu a aperto - Não precisa se culpar por razões que estão fora do seu alcance.

-Eu amo você para caralho, sabia disso? Eu te amo. - Ela fala baixinho, sinto como se estivesse flutuando, porque ouvi-la dizer que me ama é a melhor frase que já ouvi na vida.
Eu poderia morrer agora, porque toda minha vida se resume nesse momento, nessa garota.

-Eu amo você, Daisy.

...

POV MATTHEO

Alguém entra na biblioteca, fecho os olhos e encosto a cabeça na parede, não estou afim de interagir com ninguém.
Abro os olhos e vejo a garota Grifinória entre as prateleiras abastecidas dos mais variados livros, ela está com um vinco de concentração entre suas sobrancelhas, está procurando alguma coisa.
Ela leva um susto quando me vê sentado no chão, rio baixinho.

-O que está procurando aqui? - Pergunto, ela vira de costas e continua procurando pelos livros.
Levanto do chão com um suspiro irritado.

-Me ignorar não vai resolver seus problemas. - Me aproximo dela, Eva dá dois passos para trás e bate na estante atrás de si, alguns livros caem no chão com um baque seco.

-Você me beijou e depois foi embora correndo - Ela aponta um dedo para mim, um sorriso nasce em meus lábios. - Acho que tenho o direito de te ignorar.

Dou três passos em direção à ela, Eva fica tensa, mas não pode fazer nada, apoio um braço em cada lado do corpo dela, mas sem encostar, só estou prendendo-a perto de mim.

-Sim, você tem o direito de nunca mais olhar na minha cara, mas não acho que queira isso. - Falo baixinho, com um sorriso malicioso. Ela pressiona os lábios um no outro, em vez de se encolher, ameaçada com meu corpo, ela se aproxima de mim, tanto que poderia me tocar.

-Pare com isso. Deixe de ser tão babaca. - Ela resmunga, cruza os braços e faz contato visual.

-Acho que você gosta um pouquinho de mim. - Digo, ela franze o cenho.
Não sei porque ainda estou insistindo nela, mas meio que gosto de provocá-la.

Finalmente, pressiono meu corpo contra o dela, Eva arfa.

-Ou você ainda está terrivelmente apaixonada pelo garoto que namora? - Minha voz se torna mais do que provocativa, um pouco ameaçadora. - Ainda está correndo atrás dele feito uma cadelinha?

O rosto dela contorce de raiva, abro um sorriso gigante, ela me empurra, permaneço no mesmo lugar.

-Tudo o que você faz é para chamar a atenção da Daisy. Absolutamente tudo. - Ela começa irritada. É verdade. - Tá bom, Mattheo. Você é um garotinho com problemas com seu pai, e o que mais? - Minha expressão fecha no mesmo segundo - Não é só você que tem problemas nessa porra.

Cerro a mandíbula, empurro-a até bater as costas na estante, pressiono o meu corpo no dela, abaixo a cabeça para falar em seu ouvido.

-Você não sabe porra nenhuma sobre minha família. - Sussurro, a raiva preenchendo cada parte de mim - Não haja como se fosse uma vadia má, você não sabe ser assim, é ridículo vê-la tentar.

Me afasto dela bruscamente, passo a mão no cabelo, dou uma última olhada nela e saio da biblioteca.

...