The Riddle Boy (The Lovegood Girl II)

Capítulo 1

POV MATTHEO

Ressuscitar não é tão legal quanto parece, na verdade, é bem estranho.
Todos eles encaram quando me aproximo, mas estou pouco me fodendo para qualquer um que não não seja ela.
Daisy Lovegood.
Ela estava sentada no colo da porra do namorado, Draco Malfoy, mas saiu logo que me viu.
O amigo deles também está me encarando, mas parece que esse está tão chapado que mal sabe o que está acontecendo, acho que ele chama Theo Nott.

-Podemos conversar, Daisy? - Pergunto seriamente, olhando só para ela.
A garota é linda demais, os cabelos são longos e brancos para caralho, parece a porra de uma deusa.
E ainda é um gênio.
Foi ela quem me ressuscitou.
Daisy confirma com a cabeça e se levanta do sofá, caminho com ela até um canto, mas a festa está tão lotada e barulhenta que não consigo nem ouvi-la.

-Podemos ir para um lugar mais silencioso? - Pergunto alto demais.

-Claro. Só vou avisar o Draco rapidinho. - Ela responde gentilmente. Minha expressão fecha quando Daisy vai até o namorado, ela se aproxima para falar no ouvido dele, sorri para ele, se apaixona por ele.
Cerro o maxilar e desvio o olhar, não consigo olhar quando ela está perto dele, simplesmente não consigo ver ela olhar para ele como se estivesse apaixonada.
É uma sensação sufocante.

Daisy volta, abro espaço entre as pessoas e vamos para fora da Comunal da Sonserina.
Sou Sonserino, foi o chapéu seletor que me selecionou para cá na semana passada, mas pouco me importa, pretendo sair de Hogwarts o mais rápido possível.
Quando finalmente chegamos no corredor, paro para falar, mas nada do que quero dizer sai, simplesmente fico paralisado, Daisy percebe, ela sorri para mim.
Um sorriso de presente para mim.

-Cara, tudo isso é uma merda. - Ela ri e é o melhor som que já ouvi na vida.
Dou um passo para mais próximo dela, ela franze o cenho e dá dois passos para trás, mas bate na parede atrás dela, me aproximo mais, quase o suficiente para encostar meu corpo no dela.

-O que você está fazendo? - Daisy pergunta, parece confusa. Lentamente, aproximo meu rosto dela, consigo sentir o cheiro de Daisy, consigo até sentir a respiração dela, desesperada, me aproximo mais um pouco, estou perto o suficiente para colar a boca na dela, mas antes que eu possa fazer isso, sou afastado por um golpe ardido na bochecha.
Um tapa.
Ela me deu um tapa no rosto.

Cambaleio para trás, olho para ela e só assim percebo a merda que eu fiz.
Puta que pariu.

-Que porra foi essa? - Ela grita para mim, está irritada comigo, sinto uma falta de ar repentina. - Eu e Draco somos um casal. Além de que você não pode sair beijando garotas sem a permissão delas! - Me afasto dela, sem contato visual, não quero vê-la com raiva de mim.

-Eu sei. Me desculpa - Minha voz sai como um sussurro. - Por favor, só não me diz que eu fodi com tudo.

A expressão dela suaviza um pouco, e se eu não estiver louco, consigo detectar a compreensão em seus olhos.

-Se tentar me beijar novamente, nunca mais olho na sua cara. - Ela diz com rispidez, cruza os braços e desvia o olhar. - Eu quero te ajudar, Mattheo. Eu realmente quero, porque acredito que a vida fodeu com você, não acho que isso te torne uma pessoa ruim, mas parece que você não quer ser ajudado.

Sinto como se fosse uma facada no peito, a verdade nas palavras dela me atingem com uma força descomunal, quase sinto vontade de rir. Essa garota na minha frente que me conhece há algumas semanas sabe mais de mim do que eu mesmo.
Eu e Daisy temos uma ligação, sei que ela também sente. Não sei como aconteceu, talvez tenha sido quando ela me ressuscitou.

-Me desculpa. Eu só não sei como agir com você. - Revelo, com a maior sinceridade que encontro, ela relaxa a postura. Daisy se senta no chão, encosta a cabeça na parede e fecha os olhos.
Porra, como eu quero foder essa garota.
Me sento ao seu lado, afastado, sem encostar nela.

-Eu também não sei como agir. - Diz baixinho, como uma confissão.
Respiro fundo, muito fundo, fundo o suficiente para tomar coragem para dizer o que vim dizer.

-Antes de... Morrer - Digo com dificuldade, Daisy está em silêncio - Eu tinha pesadelos todas as noites, meu pai matando minha mãe e me torturando depois - Minha voz falha. Não eram só pesadelos, eram lembranças que meu cérebro repetia todos os dias. - Mas desde que eu voltei, só tenho sonhado com você. Você me livrou dos meus pesadelos, Daisy.

...