Capítulo 17

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POV DAISY

Vejo um garoto alto e moreno apoiado na parede do corredor, ao lado da sala de poções, nem preciso olhar para saber que é o Theo Nott, porque reconheço o cheiro da erva de longe.

-Bom dia, gracinha. - Ele comprimenta quando chego perto, pego o cigarro da mão dele e o jogo longe, ele sorri maliciosamente para mim. - Você está uma delícia hoje.

Reviro os olhos, pego o braço dele e entrelaço no meu, puxo-o pelo corredor, olho em volta, certificando que estamos sozinhos.

-Você não deveria fumar erva tão cedo, mal amanheceu, Nott. - Repreendo, preocupada com meu melhor amigo.
Ele tem fumado feito uma chaminé.

-É para começar o dia bem, gracinha. - Ele responde, ainda sorrindo.

-Preciso da sua ajuda. - Solto, tenho que ir direto ao assunto.
A verdade é que, no momento, só confio em Theo Nott.
Sei que ele nunca faria nada para me prejudicar, pelo menos, não de propósito.

-Pode falar, sou todo seu. - Nott fala em um tom de flerte, dou uma cotovelada leve em sua costela, solto uma risadinha quando ele geme de dor.

-Você sabe quem foi o Black sacrificado? - Fico séria para perguntar, até paro de andar, Theo franze as sobrancelhas, me encara desconfiado por alguns segundos.

-Regulus Black. - Ele responde, está sério porque percebeu que o assunto é sério, esse é o Theo Nott, meu amigo sabe brincar e flertar como ninguém, mas ele também sabe ser sério quando eu preciso. - Ele morreu tentando destruir uma Horcrux, não sei muito sobre ele, mas acho que é o tio da Evanna Black.

Me afasto do Theo, estou pensando no que fazer, pedir ajuda da Evanna está longe de qualquer cogitação racional.
Mas...
O livro me chamou de filha do Black sacrificado.
O que isso significa?

-Obrigada, Theo. - Digo com um sorriso, ele pisca para mim, o humor volta para seu rosto assim que percebe que relaxei. - Pare de fumar tanto.

-Você que manda, gracinha. - Ele passa um braço ao redor dos meus ombros, caminhamos juntos até nossa aula.

...

POV DRACO

Daisy senta na cadeira ao meu lado, ela esconde o sorriso quando coloco a mão na coxa dela, passo o outro braço pela cintura e a puxo para mais perto, deslizo a mão pela perna dela e coloco em cima da minha própria perna.

-Oi, minha princesa. - Sussurro para ela, Daisy encosta a cabeça em meu ombro, pega em minha mão por debaixo da mesa, ela está olhando para baixo.
Ouço-a fungar como se tivesse passado a noite inteira chorando.
Pego o rosto dela com um mão, forcei-a a olhar para mim, vejo seus olhos vermelhos e algo em mim se estilhaça ao perceber que ela realmente passou a noite toda chorando.

-O que aconteceu, Daisy? - Minha voz sai completamente desesperada, preciso me controlar para não colapsar com a ideia de ela estar magoada.

-Nada, está tudo bem. - Ela tenta sorrir, mas não consegue. Levanto da cadeira, pego em seu braço e a puxo para fora da sala, na verdade, saímos correndo da aula com o professor gritando nossos nomes.

-O que foi isso, Draco? Vamos matar aula? - Ela pergunta com um sorriso, um sorriso de verdade.
Explodo de felicidade ao saber que a fiz sorrir.
Envolvo meus braços na cintura dela, puxo-a para meu corpo, somos um só. Deslizo minha mão pelo corpo dela até chegar nas pontas do cabelo longo e branco.

-Você pode me contar o que está acontecendo, princesa. - Murmuro, ainda colado nela, estou sentindo o coração dela bater como louco e o meu está exatamente igual.

-Por favor, não fique bravo. Tente entender - Ela sussurra de volta, a voz está chorosa.
Confirmo com a cabeça.

-Me conte. - Peço baixinho.

-Eu devolvi o livro para o Snape, juro que devolvi... Mas ele apareceu no meu dormitório ontem - Ela começa, fico tenso com a menção à aquele maldito livro - Ele parecia estar bravo comigo porque o abandonei, e também...

Daisy não termina a frase, me desvencilho do abraço apenas para encará-la, ela está muito nervosa e é óbvio que é muito difícil contar.
Então, respiro fundo, esperando o tempo dela.

-Acho que sou uma Black, Draco.

Dou dois passos para trás, em completo choque, surpresa é pouco para definir o que estou sentindo.
Mas que porra...?

-O que? - Pergunto a única coisa que consigo falar, estou encarando ela com os olhos arregalados, sem reação.
Daisy olha para os lados, procurando alguém no corredor, estamos sozinhos.

-Não quero falar disso aqui, podemos ir para o nosso lugar? - Ela pergunta.

...

The Riddle Boy (The Lovegood Girl II)Onde histórias criam vida. Descubra agora