Capítulo 30

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Nota da autora:
Quero quer prestem atenção nessa parte da música:
"E eu nunca me senti tão sozinha
Me senti tão sozinha, não, não (nunca me senti tão sozinha, uou) (sozinha)
E eu nunca me senti tão sozinho
Me senti tão sozinho, não, não
[...]
Porque eu nunca me senti tão sozinha
Me senti tão sozinha, não, não
Eu nunca poderia estar mais sozinho do que quando não estou com você aqui"

POV DAISY

Estou em um campo, o dia está lindo e fresco, tudo parece perfeito.
Saio detrás da árvore e olho ao meu redor, um casal está sentado na grama em minha frente, a garota é tão loira que o Sol rebate em seu cabelo, e o garoto é o completo oposto, os fios são como carvão. Os dois sorriem um para o outro, sem se importar com o resto do mundo, observo-os com atenção.
Regulus e Pandora.
O dia lindo e ensolarado se transforma, o céu fica roxo, pulo de susto com o som de um trovão.
O garoto vira o rosto para mim, como se tivesse noção da minha presença desde de sempre, ele está calmo, mas terrivelmente sério.

-O que foi, Reg? - Pandora pergunta, ainda sorrindo. Regulus levanta, olha ao redor, de repente está tenso, ele caminha até mim, mas não sei se consegue me ver.

-Pai? - Pergunto, baixinho. Regulus arregala os olhos, como se não tivesse certeza que sou real.

-Quem é essa, Reg? - Pandora também fica tensa, ela se levanta e me encara.

-Tenha cuidado com o sangue de um imortal, Daisy. - Ele fala diretamente para mim, a voz está tempestuosa. Regulus olha ao redor mais uma vez, faço o mesmo, mas não vejo nada. - Agora vá, as almas podem te ver aqui.

-É a Daisy? - Pandora pergunta - É a minha Daisy?

Dou um passo para trás, ainda encarando os dois, sinto uma falta de ar repentina, e tenho ligeira sensação de estar sendo observada.

-Vá logo! Ele te encontrou.

POV EVA

Acordo com o som de um grito, levanto da cama em um pulo, Daisy está gritando enquanto dorme. Caminho até a cama dela, encosto a mão no ombro dela, para acorda-lá em paz, deve estar tendo um pesadelo.
A pele dela está fervendo.
Daisy começa a tremer, tremer muito, está convulsionando.
Grito e balanço ela na cama, o nível da convulsão aumenta, ela ainda está gritando.
Meu corpo fica mole de desespero.

-Daisy! Daisy, acorde - Grito para ela, subo em cima dela e seguro seus ombros com força, tentando parar a convulsão. - Pai! Alguém me ajude! - Berro para a casa inteira, continuo pressionando o corpo da Daisy com força, mas a convulsão só aumenta, e ela está literalmente fervendo.

Em questões de segundos, a porta do meu quarto é escancarada, meu pai e Remus entram correndo.

-Pai, é a Daisy! - Grito em completo desespero, meu pai se aproxima como um vulto.

-Saia de cima dela - Ele ordena, faço no mesmo segundo, ele pega a Daisy pelos ombros e a vira de lado, logo depois, retira a blusa dela com agilidade.

-Me dê sua varinha, Evanna. - Pego a varinha e entrego para ele, meu pai murmura um feitiço rápido, Daisy para de se debater na mesma hora.
Ouço ele finalmente respirar.
Nenhum de nós três comentamos sobre a Marca Negra exposta dela, mas todos nós vimos.
Solto o ar preso quando vejo ela abrir os olhos lentamente, Daisy levanta a cabeça apenas para vomitar no chão.
Ela olha ao redor, nem tinha percebido que ela estava chorando, as bochechas dela estão encharcadas.

-Você está bem, Daisy? - Tio Moony pergunta, Daisy olha ao redor, arregala os olhos quando percebe que está sem blusa, ela tampa a marca com a mão, mas todos já viram.
Daisy começa a chorar desesperadamente, fico parada por um segundo, sem saber o que fazer, passo por meu pai e envolvo meus braços ao redor dela, Daisy me aperta forte e chora ainda mais.
Ficamos assim por muito tempo.

...

POV DAISY

O quarto de Regulus transmite uma escuridão que só havia sentido antes em mim, isso me assusta muito, mas também me sinto finalmente compreendida.
Encosto a cabeça na parede, estou sentada aqui faz muito tempo, ainda é madrugada, Eva já voltou a dormir, ela se ofereceu para ficar comigo, mas recusei gentilmente.
Minha cabeça está explodindo e meu corpo inteiro dói.
Queria estar com o Draco.

Encaro a tatuagem em meu braço, todas as memórias passam como um clarão em minha mente.
Tenha cuidado com o sangue de um imortal.

As primeiras palavras que meu pai me disse foram a porra de um enigma.

Pulo de susto quando ouço o ruído da porta se abrindo, Sirius Black entra no quarto, olha ao redor, e quando me vê, sorri.

-Imaginei que estivesse aqui. - Diz baixinho, ele se agacha e senta no chão ao meu lado. -Como você está? Aquela convulsão foi bem feia...

-Estou péssima, na verdade. - Respondo com um sorriso doloroso, respiro bem fundo e olho para meu tio. - Pode perguntar, Sirius.

Sei que ele está se contendo para não perguntar, mas está tudo bem.

-Você era uma Comensal da Morte?

-Não. Voldemort colocou a marca em mim quando eu estava inconsciente. - Respondo baixinho, Sirius suspira completamente aliviado.

Ele fica em silêncio por algum tempo, fecho os olhos, tentando controlar as lembranças, as vezes é difícil fazer isso.

-Daisy, eu quero te dar uma coisa - Sirius quebra o silêncio, viro o olhar, ele retira um dos vários anéis em sua mão e me entrega, analiso o "B" gravado no anel antigo.
Ele tem um igual na outra mão, mas esse é preto, e o dele é vermelho.

-Era do seu pai - Diz, o objeto em minha mão se torna pesado, se torna tão importante que sinto a necessidade de agarrá-lo para não perder.
Uma lágrima desliza lentamente pela minha bochecha, lembro do sonho que tive, em como meu pai parecia surpreso em me ver, mas ele não estava infeliz por me ver.

-Tem certeza? - Pergunto baixinho, sem coragem alguma de largar o anel.

-Pertence à você. - Responde seriamente, seguro a vontade de abraçá-lo com força.
Apenas ficamos sentados no chão por um tempo, encarando nosso silêncio mútuo.

...

The Riddle Boy (The Lovegood Girl II)Onde histórias criam vida. Descubra agora