The Riddle Boy (The Lovegood Girl II)

Capítulo 19

POV DAISY

Draco puxa minha perna para por em seu colo, sorrio para ele, mas continuo minha leitura. Estamos na Comunal da Sonserina, Theo está fumando um baseado e conversando com um garoto, Sonserinos entram e saem para fazerem suas lições.
Draco já fez todas as lições dele, e agora está me acompanhando nas minhas, na verdade, está me distraindo.
A verdade é que não consigo parar de pensar na família Black, sei que, mais cedo ou mais tarde, terei que perguntar para o Mattheo, mas não sei se estou pronta para fazer isso.

-No que está pensando, princesa? - Draco pergunta, largo o livro em meu colo e encaro ele.

-Estou pensando que não sei quem eu sou. - Respondo sinceramente, e é um grande alívio. - Acho que nunca soube quem eu sou.

Draco ergue a mão para retirar o cabelo do meu rosto, ele se aproxima de mim, me beija e sussurra em meu ouvido:

-Eu sei exatamente quem é - Arrepio com a voz rouca dele percorrendo meu corpo inteiro. - Você é minha.

Não consigo conter o sorriso. Meu mundo inteiro se ilumina um pouquinho.

-Se comam em um quarto, ninguém é obrigado a ver. - Theo grita da outra poltrona, rio baixo, Draco revira os olhos.

-É só não olhar, porra. - Ele responde para Nott, com um sorriso, Draco volta a sua posição inicial.
O sorriso dele some quando vê Mattheo Riddle entrar na comunal, ajeito minha postura e retiro a perna do colo do Draco.

-Daisy, preciso falar com você. Agora. - Mattheo diz seriamente, ele olha de soslaio para o Draco, como se estivesse reforçando a ideia de conversarmos a sós.
Draco passa um braço ao redor da minha cintura, é óbvio que está provocando ele.

-Ela está ocupada. - Draco responde com um sorriso, Mattheo revira os olhos.

-Está? Acho que não. - Diz sarcástico - Preciso falar com ela a sós, o assunto não envolve você.

Draco fica tenso, retira o braço da minha cintura, eu fico tensa, ele levanta do sofá e fica frente à frente com Mattheo, levanto também, já pronta para impedir qualquer discussão.

-Acho que o assunto não pertence à você. - A voz do Draco sai levemente irritada - Não se meta nos assuntos que não te pertencem.

Mattheo sorri maliciosamente, ele passa a língua na parte interna da bochecha e ri.

-Está falando dela? Porque eu adoraria me meter nela.

Tudo acontece muito rápido. Draco encara Mattheo por um segundo, um segundo é tudo o que ele precisa, vejo a cena como um vulto confuso, Draco acerta um soco bem no nariz do Mattheo, ele empurra o garoto, Riddle cai no chão, Draco fica por cima dele, grito o nome dele toda vez que Draco acerta um soco no rosto do Mattheo.
Fico sem voz de tanto gritar.
Draco está fora de si, nunca o vi tão irritado, não é ele, está socando tão forte que Mattheo está prestes a ficar insconsciente.

-Se desrespeitar ela novamente eu juro que mato você, seu filho da puta. -Draco grita, nem reconheço a voz dele.
Theo Nott corre para separar a briga, ele puxa os braços do Draco, assim que Draco sai de cima do Mattheo, ele levanta, empurra o Draco, ele e Theo caem no chão, Mattheo sobe em cima do Draco.
Theo tenta proteger o amigo, mas Mattheo já está socando o rosto do Draco descontroladamente.
Grito mais.
Theo se levanta, avança para retirar Mattheo de cima do Draco, mas cambaleia para trás quando é atingido por um soco no olho.

-Mattheo, para com isso! - Grito tudo o que consigo pensar, minha voz sai estridente e alta, não consigo raciocinar ao ver o sangue escorrer do rosto do Draco.

-Ela vai ser minha, porra. - Mattheo rosna, agradeço silenciosamente quando ele sai de cima do Draco, corro até ele, Theo ajuda o Draco a levantar, Draco avança em Mattheo novamente, entro no meio dos dois sem nem pensar duas vezes.

-Sai da frente, Daisy. - Ouço Draco falar, mas não é realmente ele, é só a raiva falando. Seu rosto está cortado em várias partes.

-Por favor, Draco. - Suplico baixinho, Theo segura o braço do amigo.

-Isso. Faz o que ela está mandando, porra. - Mattheo fala de trás de mim, Draco avança nele, Theo Nott faz força para segurá-lo no lugar.
Theo Nott.
Meu coração erra as batidas ao ver o olho roxo.
Viro para Mattheo com ódio em meu corpo.

-Vai embora! - Grito de uma vez, o rosto de Mattheo se transforma, é uma raiva direcionada especialmente para mim. - Caralho, só sai daqui, por favor.

-Como quiser. - Ele responde, sério. Mattheo se vira e sai da comunal, posso finalmente respirar,  Nott solta o Draco.
Pego o rosto dele com as mãos, analiso cada corte com veemência, os ferimentos não são profundos, talvez fique roxo, mas ele está bem.
Passo o olhar para o outro garoto, analiso o olho roxo de Theo, ele ainda está desorientado, mas também está bem.
Sinto o alívio me percorrer.

-Caralho, que dia. - Nott suspira com um sorriso.
Draco está me encarando, e não faço ideia do motivo, mas seu olhar me causa um desespero profundo.

POV DRACO

Ela me puxou até meu dormitório, agora está vasculhando minhas gavetas em busca de um algodão para limpar os cortes.
Nem sei o que pensar dessa situação toda.
Quero matar o Riddle, quero arrancar a língua dele para que ele nunca mais sequer dirija uma palavra para Daisy.
Não sabia que era possível meu sangue ferver tanto, nem sei o que eu fiz, agi no automático, o que é péssimo, porque queria ter sentido o gosto de cada golpe que dei naquele maldito.

-Senta, por favor. - Ela pede, obedeço, sento na cama, Daisy se aproxima de mim e ergue a mão para limpar meus ferimentos.
Não toco nela e nem olho para ela.
Sei que ela acha que eu não percebi, mas percebi que, assim que o Riddle entrou na sala, ela desencostou de mim, como se não quisesse me tocar com ele por perto.

Ela vira meu rosto para olhá-la, continua com o algodão em meus machucados, reclamo de dor quando ela passa um líquido no corte em minha sobrancelha, levo involuntariamente minha mão até a cintura dela, tiro no mesmo segundo, ela encara minha mão e depois me olha nos olhos.

-O que foi? - Daisy pergunta, dou de ombros e desvio o olhar - Olha para mim, porra! Por que você não olha para mim?

Olho para ela, Daisy faz contato visual, seus olhos estão brilhantes e incrivelmente lindos.
Daisy segura meu rosto e me beija, correspondo por um segundo porque é mais forte que eu, mas afasto-a lentamente.
Não sei como tive força de vontade para fazer isso.
Ela me encara, está com os olhos levemente arregalados, e estão se enchendo de lágrimas neste exato segundo.
Dessa vez preciso desviar o olhar.

-O que foi, Draco? Me diga o que eu fiz de errado - Ela pergunta, a voz está magoada.

-Não é nada, princesa, só preciso descansar. - Respondo calmamente.

...