Capítulo 3

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Nota da autora:
Quero que prestem atenção nessa parte da música:
"Eu vou tentar não me odiar *tradução modificada*
Só porque você está bravo comigo
E eu vou ficar em negação por um tempo
E todos aqueles planos que nós fizemos?"

POV MATTHEO

A professora abre a porta para o escritório de Dumbledore, a sala é realmente incrível, mas o que chama a minha atenção é Daisy, sentada em uma cadeira de frente para Dumbledore, o babaquinha loiro está do lado dela.
Snape também está aqui, lembro dele desde criança.
Dumbledore indica com o dedo para que eu sente na cadeira ao lado de Daisy, fico em pé no mesmo lugar.
Cruzo os braços, esperando.

-Senhores, senhorita - Dumbledore começa, depois vira para Daisy. - Chamei vocês aqui hoje porque eram os únicos presentes quando o caso ocorreu - Ele continua. Olho ao redor para certificar que não seja só eu o confuso aqui, Daisy e Malfoy também parecem não entender.

-Srta. Lovegood - Dumbledore fala diretamente com ela - Pode me dizer se é verdade que foi vítima da Maldição Cruciatus?

Paro de respirar, Daisy paralisa, meu corpo enrijece, uma raiva ardente cresce dentro de mim, sinto vontade de espancar quem fez isso com ela.
A sala inteira fica em silêncio.

-Sim, senhor. É verdade. - Ela responde baixinho. Vou incendiar todos nesse mundo para que ninguém nunca mais a machuque.
Vejo Malfoy passar um braço por cima dos ombros dela.

-E poderia me dizer quem foi? - Dumbledore pergunta calmamente. Daisy olha para baixo, fica em silêncio, não respira. Snape está imóvel. - Foi o Severus quem te jogou um crucio?

Minha raiva se personifica, agora ela tem nome e aparência, e sei exatamente quem vou espancar.
Não vou parar até matá-lo, e mesmo assim não será dor o suficiente pelo o que ele fez à Daisy.
Corro como um vulto até do outro lado da sala, avanço em Snape, empurro até a parede de livros, minhas mãos estão em seu pescoço, simplesmente é automático, meu corpo sabe o que fazer, sabe exatamente como matar o homem em minha frente, e nada vai me impedir, nem os gritos desesperados de Dumbledore, bato a cabeça de Snape com toda a força, livros despencam da estante.

-Mattheo, pare com isso! - Daisy grita, paro imediatamente, encaro o homem em minha frente, ele não esboça reação nenhuma, nem parece se importar que estaria prestes a morrer.
Recolho minhas mãos lentamente, a raiva não sumiu.

-Sr. Riddle, se não consegue se controlar, vou pedir para que se retire. - Ouço Dumbledore dizer, coloco as mãos nos bolsos, para tentar me conter, me afasto de Snape.
Daisy e Malfoy estão me encarando, ele parece estar prestes a ter um colapso.

-Srta. Lovegood, pode confirmar? Snape usou a maldição cruciatus em você? - O diretor vira para ela, Daisy olha para um ponto fixo na parede, Malfoy pega na mão dela, e ela finalmente consegue responder.

-Voldemort o obrigou, ele não teve culpa. - Daisy diz baixinho, ela me olha por meio segundo, antes de desviar o olhar.

-Sinto muito, Srta. Pode me explicar exatamente o que aconteceu? - Dumbledore pergunta.

-Receio que não, Diretor. Não estou à vontade para falar sobre o assunto. Se quer saber o que aconteceu, pergunte à Snape - Daisy começa, agora não parece assustada, está irritada. - Não vou dizer nada sobre aquele dia, e não pergunte para o Mattheo, ele também não sabe de nada.

Ela puxa pelo braço o namorado e os dois saem da sala, olho para Snape e a raiva volta com toda a força, me viro para sair também.

...

POV DRACO

Daisy está estranha para caralho ultimamente.
Ela não me contou nada, mas acho que nem está mais falando com a irmã.
Entro no dormitório dela, a parte de Daisy está uma bagunça, o que é anormal, já que ela mantém tudo organizado.
Passo um braço ao redor da cintura dela e a puxo para mim, ela sorri, estou prestes a beijá-la quando noto algo estranho.
Acho que é um livro na mesa dela, um livro grosso e bem esquisito.
Parece feito de carvão.
Daisy nota meu olhar, ela corre para tirar o livro do meu campo de visão, e então entendo.
Meu estômago revira.

-Daisy, que porra é essa? - Minha voz sai amarga, a garganta está seca quando pergunto, e nem sei se quero ouvir a resposta.

-Não é nada. - Ela responde na defensiva.
Respiro muito fundo, desvio o olhar e passo a mão no cabelo, tenho que ter muita força de vontade para perguntar.

-Você ainda está praticando Magia Negra?

Silêncio. Silêncio e mais silêncio.
Volto o olhar para Daisy, vejo em seus olhos que está procurando o que responder, está montando a mentira.
Merda.

-Eu só preciso entender o que aconteceu, Draco. - Ela responde baixinho. Eu realmente queria acreditar nela.

-Você não precisa mais disso, Daisy. Você pode parar. - Falo com muito receio, olho para ela, mas Daisy nem me olha, consigo ler sua expressão em dois segundos.
Ela não quer parar. Na verdade, Daisy gosta de mexer com Magia Negra.

-Isso quase te matou, Daisy! - Agora estou gritando, desesperado para mudar a cabeça dela. - Você está viciada em usar Magia Negra.

-Não estou viciada, Draco. - Ela responde, com raiva. Sinto vontade de me desculpar, mas não faço isso, porque estou certo. Daisy coça a garganta - Acho melhor você ir, tenho umas lições para fazer.

Encaro ela, sem nem acreditar nisso.

-Que lições, Daisy? Vai aprender o que agora? - Minha voz sai sarcástica, cruel. - Como criar uma horcrux? - Não me arrependo de ter dito, mas me arrependo de como eu disse.

Daisy arregala os olhos, fica me encarando por muito tempo, está surpresa e magoada, e sei que chegou minha hora de ir embora, porque não suporto a ideia de magoá-la.

...

The Riddle Boy (The Lovegood Girl II)Onde histórias criam vida. Descubra agora