17. Babado.

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Certo, essa com certeza era uma informação que não estava em nenhum dos meus manuais de instruções. Não pude deixar de me xingar um pouco por ter deixado uma informação tão relevante como essa passar batido.

Me aproximar do Oscar não estava nos meus planos iniciais, mas ao chegar aqui vi nisso uma oportunidade muito boa de ter uma equipe de emergência por perto. Eu tenho a minha própria equipe, é claro, mas eles não estão perto o suficiente. Mas isso, essa ex-mulher, complica as coisas em um nível que me faz repensar se vale a pena.

Durante o intervalo encontrei Paola, e a chamei para a minha sala, pois precisava conversar com uma amiga.

- Pela sua cara, o babado é forte. - Concluiu se acomodando na cadeira.

- Me diga você. - Respirei fundo e contei sobre o encontro com Alejandro do dia anterior. - Você tem noção disso? Aquela obra de arte em forma de homem cogitou um relacionamento comigo! - Eu estava cochichando agora, mas querendo gritar. - Mas em nome do bom senso eu tive que cortar... seria loucura, né?

- Loucura é dispensar aquele homem, Bianca! - Disse chocada, - Eu entendo, Oscar tem aquela vibe de bad boy, todo o perigo envolvido - Começou a se empolgar mas logo se recompôs. - Enfim, mas esse professor é lindo, inteligente, tem um puta carrão! E está totalmente afim de você. É literalmente o melhor pretendente do mundo, garota.

- E você não acha nem um pouco estranho ele falar de relacionamento em nosso primeiro encontro? Enquanto comíamos um cachorro-quente na praça? Sem nunca nem ter se beijado? Eu acho loucura. - Concluí.

- Ok, você tem razão, mas é uma loucura inofensiva. O máximo que pode acontecer é ele beijar mal e vocês terminarem mais rápido que o casamento da Britney Spears. - Deu de ombros e riu.

- Você é maluca, e digo isso como psicóloga mesmo. - Ri junto. - Não sei, vou dar um tempo, vamos ver como as coisas desenrolam.

- Você quem sabe. Mas agora me conta, o que o Sr. Bad boy acha disso? - Falou se aproximando mais.

- Ele não acha nada, e nem tem que achar. - Respondi muito friamente. - Ele nem está aqui, faz uns dias que sumiu... - Peguei meu celular e abri a conversa com ele. - Olha isso, que tipo de mensagem é essa?

- Caramba, ele realmente está muito afim de você. Nunca soube de uma garota que teve a sorte de sequer ter o telefone dele, quem dirá receber mensagens. - Comentou enquanto lia a breve conversa. - Lençol novo? Sua safadinha, então vocês já estragaram alguns jogos de cama e não me contou nada? - Gargalhou me devolvendo o celular.

- Que? Claro que não, garota. - Não consegui conter uma risada. - Ele apareceu um dia em casa baleado e eu fiz os primeiros socorros, acabei perdendo um lençol, só isso. Se eu tivesse feito algo com ele já, nem mensagens eu estaria recebendo mais. - Refleti em voz alta.

- Nisso eu vou ter que concordar com você, ele realmente não é do tipo que repete mulheres, e bom, convenhamos, ele não precisa. Por isso sou Team Alejandro! - Disse imitando uma líder de torcida de forma cômica.

Rimos de sua palhaçada mas logo o sinal tocou e ela se foi. Passei o resto da manhã pensando no que conversamos, em como ela estava certa.

♱ ENTRE A CRUZ E A ARMA ♱Onde histórias criam vida. Descubra agora