45. Longe.

431 37 3
                                    

Acordei desnorteada, sem saber onde estava e o que tinha acontecido. Estendi a mão por toda cama em busca do meu celular, quando o encontrei verifiquei as horas. Eram exatamente 10:00 da manhã de sexta-feira. Eu dormi demais. Me esforcei para sentar na cama, então percebi que meu braço não estava doendo tanto assim, automaticamente levei a mão direita até o ferimento e senti que agora havia uma faixa enrolando o local. Olhei em volta e em cima da mesa de cabeceira havia uma folha e uma caixa de remédios. Dei uma risada leve, já entendendo o que havia acontecido, então levei meu anel até perto do rosto e sussurrei "obrigada, capitão".

Levantei e fui tomar um banho, não foi a tarefa mais fácil do mundo mas deu certo. Procurei uma roupa fácil de colocar, então achei um vestido com mangas longas e soltas, com as costas toda aberta, e bem curto, era perfeito. Fiz uma maquiagem para esconder as olheiras e fui para cozinha comer, estava faminta. Após a refeição fui para o escritório.

Descarreguei as imagens do meu celular no computador e fui observar as fotos que tirei no dia anterior. Seguindo a teoria que criei com Oscar, esse deveria ser Ryan, o negado por não ser mexicano. Parecia ter no máximo 22 anos, tão jovem. Eu ainda não entendia como Rosa estava usando meus alunos para chegar até mim, como ela conseguiu meu número? Como estava escolhendo os alunos que serviriam de isca? Por que Fernando foi amordaçado e amarrado, enquanto Ashley ficou apenas assistindo TV? Pesquisei pelo rosto de Ryan no banco de dados, mas não havia nada, ficha completamente limpa. Estava trabalhando em um restaurante no lado verde do bairro, tão longe daqui.

Longe daqui.

♱ ENTRE A CRUZ E A ARMA ♱Onde histórias criam vida. Descubra agora