28. Boa noite.

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Entrei no meu quarto e decidi trocar a roupa de cama, também aproveitei para acender uns incensos, só por precaução. Eu estava terminando de colocar meu pijama quando ele voltou.

- Tudo certo. Pensei em contar só amanhã para Moon, pra ela pelo menos conseguir dormir hoje. - Disse caminhando até meu quarto e sentando na cama.

- Claro, é uma boa ideia. - Assenti com a cabeça e sentei do lado dele.

- Lembre-se do que você me disse na praia, você fez o máximo por ela, mas ela tomou as próprias atitudes.

- Eu sei. Falar é mais fácil do que praticar. - Dei uma risada abafada. - Seus amigos não acharam ruim você perder a própria festa? - Quis mudar de assunto.

- Não, eu falei que estava indo transar. - Ele falou com naturalidade.

- Comigo?

- Eu não citei nomes, mas posso voltar lá e fazer esse adendo. - Respondeu segurando a risada.

- Seu imbecil, e se eles viram pra onde você veio? - Dei alguns tapas no peito dele.

- Se eles realmente possuem capacidade de fazer esse tipo de associação, então eles vão se lembrar que uma hora atrás eu saí de lá com uma jovem inconsciente no colo. Relaxa, tá todo mundo bêbado demais pra prestar atenção em qualquer coisa. - Concluiu se esparramando na cama.

- Espero que você esteja certo.

- Seria tão ruim assim ter sua imagem atrelada a mim?

- Seria muito ruim ter gente espalhando mentiras sobre minha vida pessoal por aí.

- Então o problema não sou eu?

- Não, Oscar, o problema não é você! Quer dizer, pelo menos não nesse assunto.

Ele deu uma risada sincera e se acomodou na cama, tirando o tênis, a calça e a camisa, enfim, ficando só de cueca.

- Mas que porra é essa? - Falei indignada olhando para aquela cena.

Não me entendam mal, era uma bela cena. Oscar é com certeza um dos homens mais bonitos que eu já conheci, e além da beleza ele tem um jeito que me atrai muito. E como se esses fatores não fossem torturas suficientes para mim, ele é extremamente gostoso. Seu corpo é todo definido, mas de forma natural, sem parecer aqueles caras que injetam bomba. As tatuagens pelo corpo eram a cereja no topo do bolo. E que bolo.

- Você pode ficar seminua na minha frente mas eu não posso? Direitos iguais, chica. - Ele esticou os braços pra cima e os cruzou atrás da cabeça.

- Só pode ser brincadeira um negócio desses. - Bufei apagando a luz e me deitando na cama. - Boa noite, Sr. Oscar.

- Só isso? Nem um abraço? Um beijinho talvez?

Eu tive que me controlar pra não rir do jeito que ele falou. Ao invés disso, eu respirei fundo, contei até 3, e me virei para ele. Ele estava me encarando, é claro. Então eu me aproximei do seu rosto, fechei os olhos e dei um beijo na bochecha dele.

- Boa noite, meu grande amigo.

Então virei pro outro lado novamente e só ouvi ele bufar de raiva antes de apagar.
Acordei com a cama se mexendo, percebi que era ele se vestindo.

- Já vai embora? - Olhei no celular e eram 03h30 ainda.

- Sim. Volte a dormir. - Respondeu sem nem olhar pra mim.

Estiquei a mão até a mesa de cabeceira, abri a primeira gaveta, peguei uma cópia da chave da porta da frente e entreguei pra ele.

- O que é isso? - Perguntou confuso.

- Você tá com cara de quem vai fazer merda. Essa é a chave daqui, para você não precisar me acordar quando precisar do seu lar temporário.

- Só vou fazer o que precisa ser feito. - Disse saindo do quarto e guardando a chave no bolso da calça.

- Tome cuidado. Você é meu Uber favorito.

Ele não respondeu, mas ouvi uma risada antes da porta se fechar. Fiquei alguns minutos acordada, o suficiente para ouvir a gritaria e alguns tiros, mas o sono foi mais forte e dormi mesmo com o caos de fundo.

♱ ENTRE A CRUZ E A ARMA ♱Onde histórias criam vida. Descubra agora