42. Paradas.

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Cheguei e fui direto para o banho. Ao sair, coloquei uma roupa qualquer e fiquei pensando se voltava para as investigações, mas decidi que precisava de uma pausa. Então peguei meu livro e fui sentar na varanda de casa para ler, aproveitando que o calor estava de volta. Estava completamente submersa na literatura, ao ponto de não perceber quando Oscar se aproximou. Só notei a presença dele quando ele falou.

- Deve ser um ótimo livro. - Disse se sentando em um degrau que levava até a varanda.

- Quer me matar do coração? - Falei me recuperando do susto - E não, não é muito bom mas não consigo abandonar uma leitura.

- Notei que você é do tipo que não desiste. - Ele se virou para mim. - Não acha arriscado ficar aqui fora?

- Não, se alguém tentasse me pegar aqui você veria, sei que não tira os olhos de mim lá do seu quintal. - Respondi ainda olhando pro livro.

- Ah, então é por isso que vem ler aqui? Por que sabe que posso te ver? - Disse com aquele sorriso pretensioso.

- Não de novo, idiota. Aqui é mais fresco... mas sim, me sinto um pouco mais segura aqui, exposta. - Concordei, por fim.

- Então hora de entrar. - Disse sério. - Vou ter que resolver umas paradas hoje.

- Umas paradas? - Questionei ironicamente.

- Fique tranquila, chica. Não tem nada a ver com mulheres, são apenas... negócios. - Tencionou o maxilar e desviou o olhar.

- Preferia que fosse um harém, ficaria mais tranquila. - Respondi voltando a ler.

Ele me encarou por alguns segundos, mas por fim deu uma risada abafada, e então se virou para partir, mas antes falou por cima dos ombros:

- Vamos falar sobre isso quando eu voltar. Agora vai para dentro.

Então se foi. Eu sabia que ele estava certo, então preferi continuar minha leitura na minha cama, com toda casa trancada e minha arma ao meu lado.

♱ ENTRE A CRUZ E A ARMA ♱Onde histórias criam vida. Descubra agora