Entrei em casa e atendi.
- Oi...
- Oi, Bia. Como você está? Eu soube da morte da jovem, disseram que você tentou salvá-la. - Falou calmamente.
- Estarei mentindo se disse que estou bem. - Concluí. - Foi tão horrível ver uma moça tão nova daquela forma, eu queria ter salvado ela, mas era impossível. - Uma lágrima escorreu.
- Você fez o que você pôde, querida. Eu posso ir aí, passar o dia com você, levar mais uma cesta, o que acha?
- Ah, nossa, mil desculpas, eu nem te agradeci pela cesta de ontem! Eu amei, de verdade, tava tudo incrível. - Olhei para o buquê e me lembrei da tarde anterior. - Mas eu prefiro ficar sozinha hoje, agradeço muito a preocupação, mas preciso lidar com esse luto sozinha agora, sabe?
- Claro, entendo. - Respondeu ríspido. - Estarei aqui caso mude de ideia.
- Obrigada, de verdade.
- Não precisa agradecer, não estou fazendo nenhum favor, eu realmente gosto de você, e quero te ver bem.
- Esse é você indo com calma, né? - Dei uma risada fraca.
- Desculpa, não quero te forçar a nada, mas pra mim está tão óbvio que somos um par perfeito que às vezes me esqueço que ainda não somos um casal.
- Não acha que pode acabar se decepcionando? Quero dizer, você mal me conhece, sabe, eu posso ser uma doida, descontrolada, assassina. - Não me perguntem em quem eu estava pensando quando falei isso, não vou admitir.
- Não acho que seja, e se fosse, eu ficaria ao seu lado de qualquer forma, até me tornaria um doido, descontrolado e assassino para vivermos juntos. - ele riu mas sem qualquer vestígio de humor.
- Entendo... Bom, eu estou bem cansada, a noite foi intensa, vou aproveitar esse domingo para dormir. Depois nos falamos, tá?
- Claro, até amanhã, querida. Sonhe comigo.
Desliguei o celular um pouco assustada. Ele realmente não sabe ir com calma, isso eu já tinha percebido, mas o que foi isso de "virar assassino para vivermos juntos"? Falar isso para uma pessoa que conhece a menos de uma semana é loucura, insanidade total. Talvez ele só tenha sido irônico, exagerou porque sabe que estou triste quis me fazer rir, mas essa conversa me acendeu uma luz vermelha.
Mandei mensagem para Paola, contando todos ocorridos e até ela teve de admitir que Alejandro foi além no que disse. Ficamos conversando um pouco mas logo adormeci.
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♱ ENTRE A CRUZ E A ARMA ♱
Não FicçãoEla sabia no que estava se envolvendo, havia se preparado para isso e aceitava as consequências por um objetivo maior. Mas nenhum treinamento a preparou para o amor. "- Volta aqui, me deixe explicar! - E não ouse voltar para o meu bairro, vadia."