Pure《ABO/Lysandre • Concluída》

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Eu sentia todos os músculos do meu corpo tensos naquele momento. Eu sabia que algo não estava certo e a situação ficava pior quando eu tinha quase certeza que já sabia do que aquilo tratava-se Ainda mais nessa época do ano, só podia ser a mesma coisa de sempre. 

Minha mãe era muito ardilosa nessa época do ano.

Não me entenda mal, eu amo minha mãe como todos os filhos amam, mas ela ficava especialmente irritante nesta época do ano. Desde que completei meus vinte anos, eu virei uma espécie de obsessão dela. Todo ano, nos últimos dois anos sempre que começava a esfriar, ela me convocava pelo mesmo motivo. E eu não poderia estar mais perto de fugir desta propriedade. Sabia que ela não desistiria até conseguir o que queria e eu não poderia estar mais longe de dar isso a ela, não veria um final bom para essa situação.

Respirei fundo e ajeitei meu vestido que ainda tinha um pouco de terra de nosso jardim, mesmo que soubesse que ela comentaria algo sobre meu hobbie não importava como eu me vestisse. Mesmo assim, gostaria de evitar dar mais razão à ela do que ela acha que tem, em seu mundo ilusório onde eu faria suas vontades absurdas sobre meu próprio futuro. Como todo pai e mãe, ela acha que seus filhos são cópias perfeitas de si mesmos, quando ela não podia estar mais longe da verdade. Bom, no meu caso, talvez minha irmã fosse um tom mais leve de minha mãe, era o que parecia de vez em quando, principalmente nessa época do ano.

Fiz sinal para o servente que me acompanhava desde o jardim e então ele abriu a porta do nosso salão de jantar, onde minha mãe provavelmente fazia um café da tarde com suas amigas e conversava sobre coisas mais fúteis. Talvez meu mau humor realmente estivesse instalado, mas acho que não poderia me culpar. Depois de ser convidada a me retirar do jardim porque minha mãe queria minha presença "de forma urgente", foi aí que me atingiu exatamente o qye podia estar acontecendo.  Dessa vez, eu nem percebi chegando, para ser sincera. Estava ficando mais lenta, talvez minha mãe fosse realmente me alcançar uma hora dessas. 

Quando adentrei o local, estava parcialmente correta sobre o que acontecia ali, naquele salão feito especialmente para minha mãe de meu pai em favor de suas reuniões. Minha mãe estava sobre a ponta da mesa como todo anfitrião deveria e suas companheiras estavam em sua volta em uma mesa gigante retangular que não havia necessidade nenhuma de ser tão grande e imponente daquela maneira, talvez a decoração tenha sido meticulosamente escolhida por minha mãe para uma intimidação muito sútil ou talvez eu estivesse lendo demais naquela situação, de qualquer maneira eu me sentia um pouco intimidada. 

Enquanto me aproximava da mesa, olhei bem os rostos das mulheres que circulavam minha mãe, rostos muito familiares que sorriam para mim da mesma forma de sempre, muito empolgadas. Parecia que todo ano elas tiravam muito divertimento daquela situação, como um teatro para elas, como se minha vida fosse isso. Empolgadas para ver se eu cederia esse ano, se eu aceitaria sua verdade como única. Pois elas poderiam esperar bem sentadas sentadas como estavam, porque isso estava muito longe de acontecer. 

Mas acabei surpresa quando me deparei com minha irmã ali, atrás de minha mãe e em pé. Quando nossos olhos se cruzaram, pude sentir que ela estava nervosa. E eu quis suspirar porque já sabia exatamente como a situação se desenrolaria. Minha irmã era o completo oposto de mim quando a opinião era sobre as ações de nossa mãe nesse tipo de situação. Mesmo assim, eu a amava muito, ela era minha irmã mais nova e minha família, mas ela realmente acertava nos meus nervos quando ficava ao lado de minha mãe daquela maneira. Principalmente sobre isso.

— Liana, minha filha — minha mãe veio me abraçar assim que o servente anunciou minha presença no cômodo. Aceitei seu abraço, sabendo que precisaria de muito amor para enfrentá-la nessa época do ano — venha, sente-se conosco, temos ótimas notícias!