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LAYLA

Eu: Meu Deus kkk, mas você só me viu três vezes. É pouquinho tempo.

Respondo a mensagem dele e passo o polegar pela tela do meu celular, puxando a barra de notificação pra aumentar o brilho. Deslizo o dedo e a barra sobe de volta, ele começa a digitar, digitar... mas logo para e na barrinha aparece que ele tá gravando áudio e eu aproveito pra salvar seu número.

Bryana: Obrigada, quando precisar me manda uma mensagem - coço meu braço erguendo o celular e olho pra moça ruiva, que acabou de descer aqui pra entregar o pagamento da minha amiga, as duas trocam beijo no rosto e ela desce a rua - vai passar lá na Lu? - minha amiga pergunta e enrola as notas de vinte e cinqueta puxando a blusinha para frente, enfiando o dinheiro enrolado na parte lateral, ajeitando no sutiã.

Eu confirmo balançando a cabeça e olho pro meu celular, vendo a notificação que acabou de chegar, junto com o áudio de onze segundos. Pressiono o polegar no play e solto colocando o alto-falante perto do meu ouvido, abaixo a cabeça, fitando o calçamento da rua e subo pra calçada tampando o outro ouvido com o dedo indicador, pra escutar melhor o áudio.

Anúbis: Pra ninguém - a voz penetrante atravessa o alto-falante, baixa - te dei o papo duas vezes já... - eu olho pro chão batendo o chinelo na calçada - entrou na porra da minha mente de vilão e agora - eu reprimo meus lábios fechando os olhos quando sua voz para e em seguida sua risada surge, rouquinha - te peguei pra mim, três é meu número da sorte - eu engulo o acúmulo de sáliva que se formou no meio da minha garganta e abro os olhos sentindo meu coração acelerar.

Não é possível eu ter perdi o controle do meu próprio corpo.. e digo isso pelo simplesmente fato dele reagir por causa de um áudio de onze segundos! Foi preciso de só onze segundos pra eu minha saniedade começar a se perder.

Afasto o celular do meu ouvido e olho lá pra cima e daqui de onde eu tô, eu estreitos meus olhos enquanto fixo minha atenção pro meu lado direito, que dá na rua do mercado.

Primeiro eu vejo seu carrão azul roubando toda a cena, encostado perto do mercado e passo o olhar mais uma vez, fixando em quem tá lá, é o mesmo pessoal que anda com o Anúbis; o Argentino tá perto da moto branca com algumas sacolas na mão, ele olha pro lugar que tava acontecendo o culto ao ar livre com uma cara surpresa, enquanto o pretinho que deu risada de mim fala alguma coisa com ele.

Passo a língua no cantinho da minha boca descendo meu olhar pra onde ele tá, com a postura de patrão que ele tem me analisando na cara de pau. Ele não tá muito longe daqui, da pra ver ele direitinho. E isso quer dizer que ele viu toda a confusão, pai amado..

Bryana: Vamos ter que passa ali? - desvio o olhar do Anúbis e coço a garganta antes de falar.

Layla: Uhum, a casa dela é naquele portão entre o mercado o vermelho - passo a mão no rosto, suspirando - será que vai da algum problema? Ele viu nós brigando ali - eu aceno pro lugar, obervando o pessoal deixando a principal.

Bryana: Tipo? - eu subo meus ombros maneando a minha cabeça - dá nada não, se fosse pra dar - ela faz tsc - eles já estariam aqui.

Layla: Não sei, não - viro meu corpo ficando de frente pra minha amiga e olho a rua antes de falar - ele acabou de me mandar mensagem - falo baixo olhando seus olhos e ela ergue uma sobrancelha e eu maneo a cabeça respondendo sua pergunta com o olhar.

Bryana: Tá com medo?

Layla: Medo, medo não... - falo sincera. Se eu tivesse medo eu não ia aceita ir com ele desde a primeira vez, lá no Pirata e no baile. Mas se antes eu tinha a impressão que ele era forte dentro do crime tirei todas elas no dia do baile. E o assunto da minha avó. Cortou as minhas asinhas - mas tem a minha avó.

Bryana: Como eu disse lá na sua casa, serve pra você também, ninguém tem que questionar pra quem você dá, amiga. Você já é de maior. Eu ein - faço careta - quem será que mandou seu número pra ele?

Layla: Também queria saber.

Bryana: Se bem que ele é dono de tudo... pra ele é fácil, mas eu acho que foi a Niara - eu dou risada - é sério, a Kimberly não tá aqui não, só ela.

Layla: Então foi ela mesmo.

Bryana: Se eu soubesse que eles estariam aqui eu tinha me arrumado mais - cubro minha boca rindo - vamo, tô morrendo de fome já - ela faz biquinho e eu beijo seu rosto passando o polegar pela sua bochecha.

Eu sei que agora ela tá mais calma, mas eu conheço minha Bryana e sei que esse assunto do pastor fez ela se sentir desconfortável.

Layla: Vou fazer um almoço pra gente - ela confirma e eu volto a encarar a tela do celular e abrindo o teclado e começo a digitar, respondendo seu áudio.

Eu: É assim com todas?
Eu: vendo você agora.

Anúbis: Todas não..

Eu rio lendo e obervo ele digitando e logo em seguida chega mais duas mensagens.

Anúbis: Fechou os olhinhos por que?
Anúbis: te palmenando daqui, sobe rapinho pra eu te da um cheiro antes de pia.

Eu: Descascando os olhos do sol quente.

Anúbis: é brabinha por mensagem. Quando perto falta vacilar. Sobe, minha pimentinha.

Visualizo a última mensagem dele e guardo meu celular na cintura, soltando o ar fraco pelo nariz.

Bryana: Disfarça - franzo as sobrancelhas - só anda - eu abro a boca pra falar, mas antes disso minha amiga passa seu braço pelo meu pescoço e eu a olho sem entender nada.

Layla: Que foi? - começo a andar com seu corpo apressando meus passos.

Bryana: Sua cruz tá bem ali - subo meu pescoço e inclino minha cabeça, olhando atrás das suas costas. Obervando o Vinícius do outro lado, sem camisa, segurando um copo grandão em cima da sua xre - pois é - aperto sua mão voltando a minha atenção pra frente.

Layla: Vontade de xingar ele - sinto minha coração da umas batidas fortes quando noto que estamos se aproximando do mercado, chegando perto do carro azul.

Bryana: Devia, ele tem fetiche em ser humilhado por mulheres gostosas - eu sorrio fazendo careta - tu jogou um elefante na cruz ou tem muito mel nesse diamantinho.

Layla: Não exagera amiga - paro um pouco pra descer meu short - é coisa dele ou é ego ferido.

Bryana: Se você tá dizendo - eu confirmo e olho pra lá, obervando ele me encarando sem piscar os olhos, já alguns passos de lá - vai, eu pego o vestidinho da sua avó.

Layla: Rapidinho, eu vou com você pra casa.

Olho ele mais uma vez, agora com os braços cruzados sobre o peito e diferente de ontem ele tá com só algumas correntes no pescoço de prata. Usando um kenner preto, bermuda na mesma cor e uma blusa branca. Com uma carinha de marrento. Ele franze as sobrancelhas de lá me encarando e passa a língua pelos lábios carnudos, Anúbis me lança um sorriso, puxando só pro ladinho da sua boca.

Sabe que é gostoso e é um perigo.

Bryana: Tolinha.. eu dava o perdido por causa de uma pica sim! - afirma fazendo eu desviar o olhar dele e ri engolindo a sáliva.

ESSÊNCIA DE VILÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora