ESSÊNCIA DE VILÃO

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LAYLA

Anúbis: Showzão - viro meu corpo, olhando ele por cima do ombro, conversando com o Bagdá que acabou de subir aqui. Anúbis me olha de cantinho e sorri, torço meu nariz rindo e desvio meu olhar, olhando pra frente.

O clima tá quente, o pessoal tá bombando e dançando todas as músicas que o Dj toca; tá gostosinho demais. Eu gosto de baile, ainda mais quando todo mundo agita. Desse lado de cá tá mais reservado, poucas pessoas, mas muita bebida, armas e droga expostas. Algumas mulheres me encarando, mas eu sigo plena. Não quero arranjar briga com ninguém..

Niara: Não sabia que você ia vim, amiga - olho pra ela passando a mão pelo cabelo que agora tá cacheado, ajeitando o decote do vestido preto no seu corpo. Linda demais e chique, usando um par de saltos preto vizzano com o batom vermelho intacto no seus lábios. Niara é linda!

Layla: Nem eu - sorrio, mexendo o canudinho dentro do copo, observando o gelo flutuar - discutir com a minha vó - falo baixo engolindo a saliva.

Kimberly: Mas vocês duas nem são de brigar muito - minha amiga fala ao meu lado, gravando um story do baile - melhores amigos, se não - faz careta rindo.

Layla: Justamente - apoio minha mão na grade respirando fundo.

Niara: Aconteceu o que? - pergunta, chegando perto de mim - ele pediu seu número, não gostou? - nego sorrindo - mandei porque conheço - sorri beijando minha bochecha.

Layla: Ele é - confirmo sugando o líquido do copo pelo canudinho e falo - brigamos por causa dele.

Kimberly: Mais já?! - franze a testa jogando o cabelo loirão nas costas -
desde quando sua vó sabe gente? - fala e guarda o celular no bolso de trás, da sua calça preta de couro.

Layla: Vinícius...

Mordo minha bochecha sentindo o olhar das duas em cima de mim; com se tivesse dois pontos enormes de interrogação na testa de ambas.

Niara: Nunca gostei, igual o outro - gesticula com a mão - quando eu falo vocês tem que me escutar, cara. Acerto todas. Menino mimado e mesquinho! - passo a mão no rosto - ele disse o que?

Kimberly: Sou igual tomé, só acredito na merda quando eu vejo ela acontecendo - encosta na grade - você é advogada pega as coisas no ar.

Layla: Ele disse que me viu com um envolvido - faço biquinho olhando meus pés - daí eu neguei na primeira vez, não sabia como reagir. Ela simplesmente me metralhou de perguntas e eu fui pega de surpresa, a Bryana ainda deu uma ajudinha, falando que era ela - explico, trocando o copo de mão.

Niara: Argentino chegou lá em casa falando da Bryana - escuto a risada espalhafatosa da Kim ao meu lado - ele descreveu ela todinha, eu percebi na hora que era ela - joga os cachos pra trás rindo - e cobrou o pastor mesmo - eu acabo rindo lembrando da cena.

Kimberly: Eu perdi, que ódio, cara! - dou risada - continua, pretinha.

Layla: Depois que fiquei com o Anúbis - sorrio colocando a pontinha da unha na boca.

Kimberly: Gosta de suar a pepeca, não me engana.

Niara: Se você cortar ela de novo eu jogo esse gin em você, loirinha do tchan falsificada - sorrio olhando as duas; só faltou minha Bryana aqui.

Layla: Eu conversei com a minha vó e ela reagiu de uma forma estranha. Primeiro, ela disse sobre a questão dele ser mais velho, e foi nessa hora que a Bryana disse que era ela e não eu com ele. Depois ela enfatizou o fato dele ser envolvido e isso não agradar ela.

Niara: Sua vó não gosta mais de mim, desde que eu comecei a me envolver com o Bagdá - fala, balançando os ombros.

Kimberly: Ela deve ter me usado como exemplo - maneo minha cabeça confirmando - toda vez faz isso.

Layla: E eu disse que você é questão de escolha. Como sempre falo - apoio meu antebraço na grade, inclinado minha coluna.

Kimberly: Tem caroço nesse angu - ela ignora minha fala - ela não fala muito com a Ni. E só fala comigo porque eu sou cara de pau - faz biquinho rindo - eu ein - passa a pontinha da unha no nariz, passando a mão por cima da sua blusinha azul.

Niara: Não esperava que ela levaria isso ao pé da letra. E quando ela parou de falar comigo eu fiquei chateada, ela não soube separar as coisas; não misturo meu relacionamento com o Bagdá em relação à nada! Só diz respeito à nós dois e não terceiros.

Layla: Eu sinto muito, porque ela teve a mesma reação comigo. Não me deixou explicar, não quis me ouvir e ainda desejou coisas ruins que não gosto de repetir, pra não atrair.

Kimberly: E o bonitão do Vinícius tira o dele da reta, né? Garoto sem noção, deveria ter nem voltado de onde veio, se eu apoiei desconsidere. Errei feio - fala, inclinando seu corpo na altura do meu copo, afasta alguns fios do seu cabelo, segura o canudinho, sugando o líquido enquanto balança seu corpo no ritmo da música.

Layla: Eu ainda falei mais uma vez com ele, mesmo não devendo nada.

Niara: Você é compreensiva demais - sorrio me segurando pra não chorar, ainda tô chateada com a minha vó, meu coração tá apertadinho.

Kimberly: Hum - sorri bebendo mais um pouco de whisky e levanta o rosto na minha direção pra falar - eu sei que sou a pior pessoa pra aconselhar, mas não pira com isso. Você não tem que explicar tudo pra sua vó.

Niara: Penso igual, você ainda teve a prudência de falar mesmo não precisando. Ela tem que te respeitar. São suas escolhas. E que eu saiba você não tá casada com ele, ou tá? - eu nego olhando seu rosto, tiro meu antebraço da grade arrumando minha postura - ele tá te forçando a fazer as coisas? Te tratando como qualquer uma? - pergunta com seu jeitinho acolhedor. Porque é assim que a Niara age comigo e as meninas, ainda mais por ela ter mais experiência.

Layla: Pelo contrário, as vezes acho que ele é puro golpe. Muito bom pra ser verdade - falo sincera olhando algumas meninas dançando olhando pra cá, não vou julgar, mas tem que ter coragem.

Niara: Então pronto. Quem tem que gostar é você, não se sinta pressionada. Se quiser curtir ele, curta. E vai ser bom, não vai ter só eu e a Júlia de meninas nos lugares - franzo as sobrancelhas. Perdi as contas de quantas vezes já escutei esse nome hoje. E sigo com a minha curiosidade intacta, mas não vou perguntar.

Kimberly: Mais fácil a Vic da o golpe, o tanto de macho que ela tem. Parece um galinheiro porra! - faço careta rindo sentindo o cheiro de malbec se aproximando perto de mim - o Vinícius tá fazendo o que aqui? - minha amiga pergunta inconformada e engole o seco arregalando os olhos e batendo o olhar em quem acabou de chegar aqui. Anúbis passa a mão pela minha cintura com força e eu escuto seu rosnado grave na minha orelha.

Acho que agora fudeu...