03

26.8K 1.3K 423
                                    

Layla Victória, 18 anos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Layla Victória, 18 anos.

Desço do carro observando a rua da casa do Pirata. Tem várias motos subindo e descendo em um ritmo frenético.

Niara: Da vontade de pegar esses infelizes e colocar o ouvido deles perto do motor e acelerar até ouvido de neguin sangrar! - rio e passo a mão pela minha sainha de couro, abaixando mais a parte de trás - vamos entrar porque se não daqui a pouco eu fico surda.

Kimberly: O que essa meretriz tá fazendo aqui? - olho pro outro lado da rua - na moral, eu não sou obrigada a passar por isso - esse lance da Kim com o Pirata é bem complicado, eu como amiga não suporto ver ela passar por isso, nenhuma mulher merece se sentir mau por uma parada que não fez, o pior disso tudo é que, quem deveria dar um basta nessa situação toda não dá. Pirata é uma boa pessoa, só não sabe colocar um ponto final.

Layla: Não dá idéia pra ela amiga, se quiser podemos ir embora.

Kimberly: Eu não vou, Vic! Toda vez que ela estiver nos lugares eu vou ter que sair por que ela não sabe manter a porra de uma postura? E ainda vem me tirar com essa marra barata? Me recuso, e nem é pelo Pirata, é por mim mesma!

Niara: O que ela quer tá bem mole, deixa ela pra lá - se inclina e beija o rosto da Kim - viemos aqui para comemoramos a minha vitória! Pela minha mente extremamente brilhante - sorrio, olhando para a Ni, ela é muito esforçada, e eu admiro ela por ser desse jeitinho! Apoio minhas meninas em tudo e sempre estou incentivando elas, a alegria delas é a minha também! Ni é espelho pra geral da Vila Cruzeiro, em específico para todas as pretinhas que sonham em ser uma mulher de sucesso! Tudo fica mais real quando se ter alguém para se espelhar, Niara é o espelho delas.

Layla: Justamente, minha doutora! - ajeito a bolsinha no ombro.

Gab: Boa noite, meninas! - escuto sua voz atrás de mim e automaticamente rolo meus olhos nas órbitas - posso passar uma visão pra tu? - se aproxima parando do meu lado - nos dois, papo reto, não vou tomar muito do seu tempo nêga - Kim abre a boca inclinando seu dedo próximo, fingido vômito - tu tem que cuidar da tua vida, parceira. Já viu quem tá ali? - aponta pro outro lado da calçada, mostrando a Adriely.

Kimberly: O que o cu tem a ver com as calças? Se enxerga oferenda mal feita do caralho. Além de ser feio não tem um mínimo de senso - cruza os braços e eu passo a mão pelo rosto sabendo que vai começar mais uma - porque assim, ser feio tudo bem, da pra se arrumar e ficar menos pior, agora sem senso e caráter? Tu canetou todas em ser um grande horrososo - escutei o riso da Ni que olhou pro lado, tentando disfarçar.

Gab: Vai deixar ela falar assim comigo? - junto as sobrancelhas olhando para ele, marmanjo desses.

Layla: O que tu quer Gabriel? Quem veio aqui foi você, ainda quis tirar a minha amiga. Eu espero que seja a última vez, cuida da sua vida! Seu papo não é comigo? Então fala logo, não tenho todo tempo do mundo pra suas histórias triste - espero uma reposta dele que fica sem graça, meu relacionamento com Gabriel durou dois anos e meio. Eu amei ele pra caralho, mas depois virou um relacionamento tóxico e problemático. Sabe o que é incrível? É que nesses dois anos e meio ele nunca se importou comigo ou me procurou pra conversar, agora não pode me ver que vem querendo da a palestrinha dele.

Gab: Desculpa, Lay - coça o nariz e estreitos o olhos vendo o ladinho branco, já entendi tudo, me afasto jogando meus cachos pro lado - desculpa Kimberly.

Kimberly: Não desculpo e espero que tu se foda!

Niara: Kim! Não da moral - puxa ela pro canto - vou subir mas eu tô aqui. Qualquer coisa você me grita ouviu, Victória? - confirmo, passando a mão pela testa, ela olhou o Gabriel e subiu com a Kimberly xingando ele em mil palavrões.

...

Layla: Fala Gabriel, o que tu quer conversar?

Gab: Aqui não, o barulho tá alto pra caralho, vem, vamo ali pra um lugar mais tranquilo - passa a mão pelo meu braço e eu puxo de volta - vamo nêga, na moral - rolo os olhos e respiro fundo.

Layla: Tô indo atrás de você - ele confirma e vai andando na minha frente segurando um copo na mão. Alto e preto, na época do nosso namoro ele era bem mais bonito, depois que começou a usar essas porcarias mudou da água pro vinho, tá magro e com a expressão cansada, todo chupado. Ando mais um pouco com ele e me afasto da rua do Pirata, parando em um beco - pode falar, tô te ouvindo.

Gab: Ãn, calmo pô, toda escaldada - "sonso, sonso pra caralho", penso comigo mesma - eu quero tu de volta, mas dessa vez vai ser nós dois, se ligou? Sem papo de outros, principalmente delas - gesticula, segurando o copo e leva até a boca - te amo pra caralho, Layla! Eu sei que errei contigo, mas eu mudei porra! - se altera e eu me afasto sentido minhas costas bater em um carro - tá com medo de mim? - abaixa o tom de voz chegando mais perto.

Bipolar.

Layla: Gabriel - falo baixo - não tem como voltarmos! É melhor tu viver a tua vida e deixar eu viver a minha - seu corpo se aproxima do meu e o cheiro de álcool forte chega junto, misturado com queroseme, indicando que ele acabou de cheirar, engulo a saliva respirando fundo.

Gab: Não porra! - grita, fazendo o meu corpo inteiro tremer de medo, olho pro seu rosto vendo as duas pupilas dilatadas e encolho mais o meu corpo - desculpa, desculpa - passa um dedo pelo meu pescoço prendendo meu corpo contra o carro - eu quero tu, nêga. Tô com saudade de te sentir - desce o rosto pelo meu pescoço me cheirando.

Layla: Sai de perto de mim! - tento empurrar seu corpo contra o meu, mas ele da dois de mim tá magro, mas é forte pra caramba - Gabriel! - falo alto tentando me afastar.

Gab: Tu quer também que eu sei, me olhou hoje mais cedo, lá na praça - desceu a mão pelo meu corpo subindo a minha saia, e por instinto puro, inclinei a perna e dei uma joelhada no seu pau - VADIA! - se afasta de mim, jogando o copo de bebida no chão, seguro minha bolsinha fixando o olhar nele que colocou as duas mão na frente e se agachou gemendo de dor.

Xxx: Qual foi Layla?! - me afasto dele - o que esse fudido fez pra tu? - vejo ele se aproximando e coloco a mão sobre o peito respirando aliviada.

Layla: Nada! Me tira daqui Bodinho - tento sair do lugar, mas meu corpo não me obedece, sinto meus olhos arderem e minha garganta queimar. Eu quero chorar, mesmo que o nosso relacionamento não tenha dado certo, o Gabriel nunca agiu assim comigo, é triste ver que ele mudou, eu não o reconheço mais.

Aquela frase: "você só conhece a pessoa quando o relacionamento termina" é a mais pura realidade.

Bodinho: Vem cachinhos - estende uma mão em minha direção - tu é um desgraçado, um verme do caralho! - cospe as palavras - vaza daqui, senão estoro a porra da tua cabeça!

Gab: Vai se foder - diz, gemendo de dor apontando o dedo para ele - tu vai voltar pra mim, Layla, já te dei o papo! - levanta com dificuldade olhando pro Bodinho - da próxima eu te passo, por se intrometer onde tu não foi chamado - sai mancando, atravessando a rua e entrando na outra esquina.

Bodinho: Porra Layla, tu ainda da moral pra esse imbecil? - olho pra ele querendo chorar - não chora, parceira - passa o polegar pela maçã do meu rosto - ele não te merece e tu merece coisa melhor, ele é um indigente - pega a minha mão - vem, vamo pra lá, pessoal tava perguntando de tu pô.

Layla: Obrigada, ele disse que só queria conversar e eu só vim porque pensei que seria uma conversa normal.

Bodinho: Da próxima da um pau nesse puto.

Layla: Não vai ter próxima, não quero ver ele nem pintado de ouro - passo pro seu lado - deixa que eu conto pras meninas tá?

Bodinho: Se tu não contar eu mermo conto - pior que conta, Bodinho é melhor amigo da Kim.

Layla: Vou contar, relaxa - seguro sua mão firme, voltando pra rua do Pirata.

ESSÊNCIA DE VILÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora