ANÚBIS
Eu: Se não der pra ir comigo eu vou entender, só não quero que tu fique mau com seu pessoal por uma parada que pelo jeito que tu me passou foi feito na maldade.
Envio a mensagem pra ela e coloco o radinho em cima do painel, esperando o Argentino sai da casa do Bagdá.
Júlia: Tchau, Parafal - bloqueio meu celular deixando em cima da minha perna e coço o nariz olhando ele acenar pra cá e ela sorrir. Abaixo o vidro do meu lado e chamo ele com a mão.
Argentino: Podemos ir - viro meu corpo olhando pra minha direita - Júlia seu lugar é lá atrás - olho pra ele com o Zé dormindo no braço direito, segurando duas tapoer na outra mão.
Júlia: Caraca, você tirou o dia pra me atentar - desvio minha atenção deles quando sinto o Parafal encostar desse lado.
Parafal: Qual foi, chefe? - apoio meus dois cotovelos na janela do carro e inclino minha cabeça pra fora encarando o mesmo.
Anúbis: Aquele moreninho que brotou na sua resenha. Vinícius, é cria daqui mermo? - pergunto e passo a visão pela rua, Piscotralha sai com a moto e aceno com a mão, pra ele ir indo na frente.
Parafal: É mermo - estreito os olhos obervando ele segurar a cerva - ele tava afastado, mas voltou pra cá tem muito tempo já pô. Qual é o papo dessa vez? Ele fez alguma coisa pra você? - pergunta franzido a testa.
Anúbis: Comigo não, mas ele entrou numa parada atoa - estalo a língua no céu da boca e estendo minha mão pra pegar na sua, ele troca a cerva de mão e pega a minha mão direita em um aperto firme.
Parafal: Se fez sabendo de quem se trata então aguenta a bronca pô - confirmo maneando a cabeça e aceno pra ele que sai, dando a volta no carro e subindo na calçada.
Só tocou no meu nome e isso não me afetou em nada, falar qualquer um fala, agora vem na disposição.
Porém afetou a Layla, tanto, que fez ela chorar porque esse moloque é um mandado que parece que não tem a porra de uma vida pra cuidar; e homem com esse tipo de postura chega ser feio pra caralho, ainda fez a vó falar umas paradas mó nada a ver pra ela.
Sei nem qual dos dois é mais sem noção, quando ela repetiu tudo oque a vó disse chorou mais um pouco na ligação comigo, tive que sair da minha postura pra fazer a mina da pelo menos um sorrisinho pra mim; não gostei dessa porra e nem deveria ter perguntado pra não piorar, mas eu queria saber certinho.
Não conheço a vó dela pra tá falando sobre mim e, que bandido não é flor que se cheire todo mundo sabe, a palavra já fala por si só. Mas geral sabe que a parada pega mais quando a pessoa já tem uma índole duvidosa. Menó quer ser malandro, mas tá mais pra tapado. Até pra você ser tem que ter o mínimo de consciência. Emociado acha que é imortal só porque porta um fuzil meia boca e fala umas gírias mandadas e é por isso que morre na primeira troca. Não passa de um frouxo.
De menó já, sempre fui na minha, de observar muito, falar pouco e fazer o dobro. Seja o dobro melhor ou pior.
Em casa mermo tive o exemplo do meu coroa, de como é ser de verdade e quem é sabe. Sigo com o meu caráter e minhas essência andando lado a lado. Falo porque eu sou do caralho mermo. Não vou entrar em uma neurose atoa não e se essa velha não fechar a boca quem vai pro caixão vai ser ela. Meu papo é com a neta e não com a avó, deixa vim de atraso pro meu lado que boto no lugar dela sem nenhum remorso.
Argentino: Vou levar você pra casa e não pro baile, garota - ajeito a postura no banco do carro e giro a chave na ignição passando o olhar no Zé dormindo no seu colo.
Júlia: Só um pouquinho, coisa de cinco minutos - pede e eu olho pra ela de canto, marrentinha demais.
Anúbis: Hoje não, meu amor - falo calmo e pego meu celular vendo a mensagem da Layla que acabou de chegar - no próximo eu te levo. Esse vai ter muita coisa e não curto você no mermo lugar.
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ESSÊNCIA DE VILÃO
FanfictionMas se acha tão esperto sem saber de nada, e eu mesmo à anos luz de avanço ainda me acho um nada.