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LAYLA

Encosto o portão da minha casa e entro deixando meu chinelo no cantinho. Em cima do tapete azul da entrada, com a frase 'seja bem-vindo' e com uma flor do lado. Passo a mão pelo meu cabelo e torço meu nariz; preciso de um banhinho pra refrescar meu corpo e meus pensamentos, porque eu não vou sossegar até falar com o Vinícius, colocar os pontos nos i.

Bryana: Soca um chip no meu cu! Porra, vem com papo de se matar pro meu lado não, quer se mata? Então faz! Se joga da ponte, na frente de um trem, come veneno, sei lá, cara, mas não vem me usar com esse papo de que não vive sem mim não, virei o que agora? Vem me ameaçando mais uma vez que eu te dobro na porrada - minha amiga fala séria enquanto grava o áudio, deixando o celular próximo da sua boca gesticulando com a mão, mexendo ela no ar. Eu nego balançando minha cabeça e dou uma risada passando pela sala - eu ein - sinto ela bufar atrás de mim e coloco a sacola com o vestido da minha vó no sofá.

Layla: Vai perder sua razão desse jeito - ando pela sala, sentindo o piso gelado bater na solas dos meus pés.

Bryana: Eu perco, eu perco porque não tenho paciência. Infelizmente esse é meu defeito - eu rio e passo a mão pelo meu cabelo, juntando ele com as duas mãos e jogo ele pra trás, indo pra cozinha - postura feia.

Confirmo só com a cabeça e passo pela mesa indo até a pia, pego um copo do escorredor, com o emblema gravado do meu querido vasco e passo a mão pela torneira, giro abrindo observo o fluxo de água saindo forte pelos buraquinho da torneira, preenchendo o copo até a boca. Desligo a torneira, travando a água e levo o copo até a minha boca.

Bryana: Será que sua vó saiu? - viro o copo, sentindo a água fresquinha descendo pela minha garganta e olho ela puxando uma cadeira se sentando.

Layla: Acho que não - termino de beber a água segurando o copo - tá escutando o barulho do chuveiro vindo lá de cima não? - pergunto obervando a Bryana apoiando seu celular na garrafa térmica de café, ela começa a fazer poses pra tirar foto.

Bryana: Não, amiga - ligo a torneira e pego uma buchinha pra passar uma águinha no copo - hum - ela resmunga e eu abro a torneira, passando a água no copo, tirando a espuma e desligo a torneira; viro meu rosto pela metade pegando a safada abaixando mais o decote da sua blusinha e tirando uma foto do seus seios.

Layla: Bryana, Bryana.. - dou risada e pego o pano de prato, secando o copo e colocando de cabeça pra baixo no escorredor e seco a minha mão - quer comer o que? Faço pra você.

Bryana: Da nada - ela mostra a língua e começa a digitar no celular e em seguida manda um áudio - essa visão que você vai ter quando eu tiver pendurada no seu cogumelo, aiwn... - solta um gemido fino e eu me seguro pra minha voz não sai no áudio rindo - pronto - eu tiro a mão da minha barriga me agachando e subo meu olhar obervando a mesma - eu quero seu strogonoff, tem como? - ela me pergunta abrindo um sorriso lindo e eu tento recuperar meu fôlego levantando meu polegar - para de rir, Victória!

Layla: Como bisha? - respondo sua pergunta sentindo meu corpo cansadinho, respiro fundo limpando as lágrimas do meu rosto; quando eu rio muito eu começo simplesmente chorar e isso acontece com muita frequência, quando tô na presença da Bryana.

Bryana: É o meu jeitinho piranha de ser - eu apoio minha mão na pia e levanto rindo - vou te ajudar a fazer pra depois não falar que eu não fiz nada.

Layla: Precisa não, faço rapinho.

Bryana: Tá, vou insistir não - cruza as pernas olhando as unhas com um sorrisinho no rosto.

...

Bryana: Quem ficar contigo vai ser bem alimentado - misturo um pouco de batata palha com arroz e levo o garfo até a boca e sorrio antes de mastigar - caldo de xota e no outro dia almoço maneirinho - sinto minha vó mudando sua postura na cadeira ao meu lado escondendo o sorriso.

ESSÊNCIA DE VILÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora