Cap.12 - Parte I

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– Okay... Mas como foram essas suas transas? – Entrei no tópico mais íntimo para esquentar as coisas e criar coragem. Apesar de tudo, eu estava bem nervoso. Principalmente com a pressão de que tinha que ser ao menos bom, por ser com quem eu amava profundamente.

– Agora quer saber? – Kiri me sacaneou em gracejo.

– Claro! – Manifestei de imediato. – Agora que faço parte dessa relação, quero todos os detalhes.

– Bem, foi tão prazeroso que fizemos 9 vezes no total. – Eijiro revelou alegre. – E eu fiquei "por cima" em 5. – Se gabou. Acho que foi o modo dele de dizer que foi o ativo na maioria desses atos.

– Cê adora ostentar isso, né? – Katsu o indagou desgostoso, o ruivo apenas continuou sorrindo para ele.

– E na primeira juntos, como foi? – Segui o interrogatório.

– Eu deixei o Cabelo de Merda ser o ativo – ah sim, é disso mesmo a briguinha –, porque senti que seria a única maneira de fazer ele se soltar naquela hora já que era a primeira vez dele. – Informou o loiro acinzentado.

– Mentira, você tava doido pra me dar. – Eiji o gozou em objeção.

– Então, vocês são versáteis?

– Óbvio. – Bakugo decidiu focar em mim, o entrevistador da rodada, ignorando Kiri. – A gente tem pinto e buraco, por que não desfrutaríamos de tudo que está à nossa disposição?

– Mas vocês têm preferência? – Era bom saber essas coisas um do outro logo (completar minha ficha deles e tals).

– Todo mundo tem.

– Não. – Kirishima o contrariou outra vez. – Quer dizer, eu não sei a minha ainda, gostei dos dois jeitos.

– Diz o cara que acabou de se esnobar por ter ficado mais vezes no topo! – Katsu indicou indignado a inconsistência de Eiji.

– É só porque eu sei que você tem um fetiche, ou sei lá o que, em ser quem tem o domínio da situação e acha que sendo o ativo é mais fácil de conseguir isso. – Humm, então a preferência do Kats deve ser mais em ser o "dom" do que o "top" em si. – Daí a piada de jogar na sua cara que você, até a contagem atual, não foi tanto o dominante como gostaria.

– Seu modo sexual roubou o meu posto de afrontoso do trio? – Observei divertido, visto que o ruivo implicava com Katsuki só para deixar nosso zangado lindamente irritado. – Enfim, vocês não retornaram a pergunta, mas eu, especificamente, tenho tara, na ideia pelo menos, de ser ativo com as mulheres e passivo com os caras, pra variar e tal, mas na realidade, como nunca fiz nenhum, eu queria ir testando também os dois jeitos... – Dessa vez meu rosto que ficou rosado ao passo que eu me explanava.

– Pera, você não chegou a fazer nada com outros garotos? – Eijiro me questionou surpreso.

– Cheguei, mas não fui até a última base.

– Nem com aquele seu encontro? – Bakugo enfim sacou a armação: – Era um cara que o Yuga te arrumou, né?

– Era, mas como diria o Arctic Monkeys, eu estava muito ocupado sendo de vocês pra me apaixonar por outra pessoa. – Expressei com charme ao me recordar da canção. – E pra trepar com qualquer outro também. – Acrescentei em esclarecimento.

– Hm. – Faltava o Katsu ruborizar. – Ok, então... o que vai querer primeiro e com quem? – Tímido, ele me interrogou aquilo como se fosse um garçom. – Quer dizer, eu imagino que você queira pular pra essa parte já que é algo que desejou por tanto tempo. – Finalmente foi direto ao ponto que eu desejava. – E agora que somos todos parcialmente de maior não configuraria mais em, sexo infanto-juvenil?

– Seria o melhor presente de todos. – O acalmei. Não precisava de argumentos para me convencer.

– Ele tá doido pra transar com você. – Simulando que contava um segredo, o ruivo entregou Bakugo com uma mão na lateral de sua boca do lado em que o dito-cujo estava.

– Como se você não estivesse também, principalmente desde que descobriu como é foder. – O tal revidou.

– É, inclusive... droga. – Kiri admitiu e em seguida lamentou ao se tocar de algo: – Teria sido melhor ele já ter perdido a virgindade, não? Aí não disputaríamos entre nós quem a tirará. – Precipitou a briga.

– Você quer disputar por isso? Tirar a virgindade de alguém não é tão especial assim. – Quando pensei que Kats quebraria o romantismo naquilo, o loiro complementa: – E nesse caso ele tem duas virgindades ainda, que aliás pode perder ao mesmo tempo.

– Quer fazer jus a nossa fama de sanduíche e dar um trato nele no meio? – Eijiro sorriu ardiloso para Katsu.

– Meu Deus, eu vou gozar tão rápido se vocês fizerem isso! – Gemi em lástima prevendo o vexame.

– De boa, você não seria o primeiro a ter uma ejaculação precoce. – Bakugo teve sua chance de provocar Kirishima.

– Tá, mas só pra saber antes. – Eiji prosseguiu com a conversa, enrubescendo mais uma vez por conta do que Kats disse ou do que ele próprio me diria: – Você já... se masturbou lá atrás?

– Se esqueceram o quão curioso e vadia eu sou? Comecei a me masturbar lá até antes de aceitar a minha sexualidade. Com a desculpa de que todo homem se sente bem ali por conta da próstata, então não seria gay estimulá-la.

– E isso você não quis compartilhar com a gente, né? – Dei de ombros com o mesmo espírito do tom de graça que o ruivo me questionou aquilo.

– Já é um avanço que facilita as coisas, porque com o Cabelo de Merda ele nunca tinha encostado lá antes por frescura e medo da dor. – Antecipando o protesto de Eijiro, Katsuki seguiu com a palavra determinando: – Você vai ficar embaixo dessa vez pra acabar com essa sua vantagem de mais vezes ativo.

– Okay, eu aceito. – Kirishima concordou sorrindo. – Enquanto Bakubro vai pegando os preparativos, vamo lá se limpar. – Era agora. Eiji se levantou me indicando o toalete do quarto de Katsu. – Ou você já foi no banheiro a pouco tempo?

– Eu fui hoje, mas já tem um tempinho. – Respondi, mesmo que estranhando aquele papo repentino.

– Acho que você não precisa então, eu vou rapidinho-

– Espera, você tá falando da chuca? – Assim que captei, me levantei abruptamente para o acompanhar. – Pelo amor de Deus, eu vou também por via das dúvidas né que passar uma vergonha dessas não dá, ainda mais na primeira vez. – Se rolasse eu provavelmente teria um trauma tão grande que nunca mais transaria na vida. Tô exagerando, mas é certo que eu levaria uns anos para me recuperar e querer tentar ser o passivo de novo.

– Entendo. – Kiri legitimou minha apreensão e então seguimos rumo ao banheiro. – Acho que também não precisa fazer se for usar camisinha, que é o nosso caso – aposto que Bakugo é o adepto ao preservativo mesmo com os testes de DST em dia comprovando que estamos safes, talvez com anos de relacionamento ele abra mão disso em algumas ocasiões –, porque aí sujaria só a proteção acredito, mas não deixa de ser vergonhoso. – Foi falando ao passo que entrávamos no cubículo da higiene. – Sou desses que o constrangimento fala mais alto também. Bom, pra sua sorte o desesperado do Kats comprou um monte do... negócio adequado pra lavar lá e tal. – Me mostrou o utensílio que nem ele e eu sabíamos o nome. – Porque não podem ser compartilhados né, então pegue um descartável ou reutilizável novo aí pra você e... Cê sabe como faz?

– Sim. – Não que eu tenha lido um manual, mas acredito que seja algo meio intuitivo. – Você não precisa ficar aqui me supervisionando fazer, obrigado.

– Claro, eu vou pro outro banheiro fazer o meu enquanto você faz o seu aí. – Me sossegou pegando o seu reutilizável para ir. Mas antes, ainda preocupado, me recitou o tutorial: – Lembrando que é com água mineral, repete 3 vezes no máximo e só se na primeira a água não sair limpa porque se já sair limpinho você para por aí, tá? – Atencioso até pra isso. Foi encantador, vai?

Eu assenti para Eijiro e ele então logo se foi para se preparar também. Daí, para a minha glória, tanto o processo de lavagem para o ato quanto o ato em si foram bem-sucedidos (só ardeu um pouco o local no dia seguinte). Naturalmente houve o nervosismo inicial, mas eles, e minha confiança neles, maravilhosamente souberam me acomodar.

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