25-PRESA NO SUL

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Dizendo por favor tirem-me daqui

Senhor Deus, põe-me no chão

Estou presa no Sul

Adia Victoria - Stuck In The South


Dois dias depois da conversa com Eric, ou melhor, de se enrolada mais uma vez por Eric, Parecia que eu estava presa no sul, e se não fosse aquele belo rapaz me esperando na saída do trabalho, poderia dizer que o meu dia; não, a minha vida, era um desastre total.

Taylor estava, como sempre, uma graça em seu jeans e camisa de flanela vermelhas. Parecia um genuíno filhote de fazendeiro super apetitoso.

Corri para um abraço, ele prontamente me segurou pela cintura, me tirando do chão e me apertando com força contra seu peito. Com as pernas enroscada na sua cintura, aspirei seu cheiro, uma mistura de colônia com erva doce, e depois de um beijo encostei minha cabeça no seu ombro.

— Também senti sua falta!— ele sussurrou em meu ouvido— Noite difícil?

— Existência difícil. Pensei que você só viria na semana que vem.

— É.. tive que vir mais cedo

— Problemas?

— Aham, mas a gente já fala disso. Agora, onde a madame quer ir? Pra sua ou para minha casa?

— Pra sua, mas eu vou com o meu carro.

— Olha ela, agora que tá motorizada só quer saber disso. — Ele me soltou no chão, e deu um tapinha na minha bunda. — Te encontro lá.

O segui até seu apartamento, deixei meu carro estacionado na esquina e torci para ninguém levá-lo. Mesmo velho era meu e demorou muito para eu conseguir comprá-lo. Ao chegar no apartamento, Taylor me puxou para um beijo muito mais caloroso que o que trocamos na porta do meu trabalho e muito mais longo. Nos sentamos no sofá, e eu achando que a gente teria um pouco mais de contato físico, sentei no seu colo. Taylor, educadamente, me colocou no sofá, e com o rosto sério me encarou.

— Precisamos conversar. — Balancei a cabeça confirmando, apreensiva. — Você sabe o que vampiro deu em troca do nosso resgate?

— Não, quer dizer, tecnicamente, acho que ele não deu nada ainda. Quando perguntei, ele disse que tinha um trato de favores futuros, ou algo do tipo, porquê?

— Seu chefe está chantageando meu tio. Não é só por causa disso, mas também por isso.

— O que ele quer?

— No momento, nada. Mas...

— Favores futuros. — Ele assentiu. — Sinto muito, eu ... me desculpa, eu..

— Por que você tá pedindo desculpas? Não é como se você fosse responsável por isso. — Aquilo me pegou de jeito, esconder a verdade dele fazia eu me comparar com o Eric. — Não faz essa carinha, você não tem culpa, fomos vítimas, não foi o que você falou para mim? Infelizmente, meu tio deu munição de sobra para os vampiros.

— Como assim?

—Alcides, meu primo, descobriu o vício em jogo do meu tio e por isso eles estão brigando tanto e eu to fazendo esse papel de babá... Só queria que eles resolvessem... e agora os vampiros compraram todas as promissórias que meu tio deixou nos cassinos de Shreveport. E tem o valor do meu resgate.

Das cinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora