Poderíamos viver por mil anos
Mas se eu te magoasse
Faria um vinho da suas lágrimas
INXS- Never tear us apart
Sabendo que a viagem era relativamente longa e todo o tempo contava, às 18h50 estava no meu estacionamento esperando Eric. Ele chegou na hora combinada, a foi pessoalmente abrir o porta malas para eu colocar minha mochila.
— Só isso? — perguntou desconfiado, ajeitando minhas coisas perto da mala dele. — Tem certeza que não está esquecendo nada?
— Só. Duas calças jeans, 3 camisetas e dois vestidos, roupas íntimas e alguns cremes de cabelo. Ta tudo ai, meus documentos e necessaire to levando aqui. — Bati na bolsinha de mão sem muito ânimo.
— Você é bem mais prática que as outras humanas! — Revirei os olhos. — Isso foi um elogio, porque está com essa cara?
— Ai, Eric, não acho muito elogioso ficar me comparando não. — Caminhei em direção ao banco do carona. — Vamos?
— Eu sou melhor que a maioria dos vampiros, e não há nada de errado em dizer isso, pois é verdade. — Ele me alcançou entregando a chave. — Vamos dividir a direção: como ainda é cedo, você dirige; depois eu.
Alguns minutos mais tarde, quando estávamos entrando na rodovia OK-3 W, eu seguia dentro do limite permitido, prestando atenção nas placas e sinalizações, ele falou:
—Por que você se prende tanto? — Olhei para ele, sem entender. — Se solta! Curta o momento! Pise no acelerador!
— Você tá brincando, né? Não lembra do que aconteceu?
Ele deu ombros.
— Você é que não está curtindo a experiência de dirigir um carrão na companhia de alguém excepcional. Você é toda certinha.
— É... pense o que quiser, Eric.
— Você tem medo?
— É claro que eu tenho.
— Mas você não vai bater; e se bater, nos dois não vamos morrer, só ficar um pouco machucados. Confie em mim só dessa vez.
— Daí, seriam dois erros.
— É você quem perde.
Aquela parte do meu cérebro me encheu de coragem e uma vontade enorme de curtir o vento batendo no meu rosto. Talvez fosse o que eu precisava para me livrar daquele vazio. Olhei para o vampiro que parecia me incentivar com o olhar, voltei o olhar para a estrada e lentamente fui acelerando. Eric colocou as mãos na nuca e sorriu quando passei do limite permitido.
Quase três horas depois paramos em um posto para abastecer, aproveitei para ir ao banheiro e comprar algo para comer. Quando entrava na lojinha de conveniência, ouvir Eric resmungar para não comprar nada que pudesse sujar o seu carro. Quando voltei com dois sacos de batata chips e um copo grande refrigerante ele reclamou de novo:
— Não disse: " nada de farelo"?
— Não tinha muitas opções. — Ergui os ombros. As prioridades dele eram bem confusas, arrebentar o carro num acidente, ok; mas sujeira de comida, o fim do mundo. — Lá dentro tem True Blood, tem O- , você não quer que pegue para você?
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Das cinzas
FanfictionOs vampiros saíram dos caixões e estão vivendo em sociedade mesmo contra a vontade de alguns humanos. Ao completar 21 anos, com muita coragem e pouca noção, a amnésica Lara Doe chega em Shreveport atrás do único que ela acredita ter a chave para...