33- SE ISSO TE FAZ FELIZ

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Se isso te faz feliz

Não pode ser tão ruim

Se isso te faz feliz

Então porque diabos você está tão triste?

Sheryl Crow-If it makes you happy


Algum tempo depois, com metade do drink tomado, sentada no último banco-sofá, encostada na parede, vi Eric sair do anfiteatro conversando com Suraj. Eles pareciam animados, como crianças que ganham brinquedo novo, estranhamente também me sentia eufórica.

— Quem ganhou? — perguntei quando ele se sentou ao meu lado.

— O Homem-Urso, mas ganhou por pouco. Foi brutal!

Ele apertou os punhos e mordeu os lábios, grunhindo muito empolgado, me surpreendendo. Às vezes, eu me esquecia de que Eric foi um viking e que o prazer pela violência não foi algo que ele ganhou ao ser transformado em vampiro.

— Uma luta admirável, uma pena ter sido tão rápida.

— Não me pareceu rápida...

E só então reparei que Eric parecia um pouco corado. Geralmente o efeito do sangue bebido pelos vampiros não durava muito, e em minutos, às vezes horas, a depender do vampiro, eles ficavam pálidos e frios. Toquei na mão dele, e ele estava morno.

— Parece que alguém se divertiu até demais — murmurei, sem entender o porquê fiquei irritada. — Sangue sintético ou ....

— Sangue humano fresco. Ciúmes?

— Óbvio que não. Mas não tô feliz também, ficar aqui te esperando quando você tava se assanhado lá dentro... sei lá. tive até que aturar Frederick me ameaçar, sabe?

— Não se preocupe, por enquanto é só um cão que ladra.

Girei os olhos para ele. Era fácil ficar relaxado quando não era a bunda dele o alvo. E voltei meus olhos ao redor e uma mesa me chamou atenção. Ocupada por homens e mulheres, todos humanos de beleza variada e bem vestidos. Dado a natureza do lugar, deduzi que apenas doadores de sangue poderiam transitar sozinhos. Será que teria sido de uma delas que o vampiro se alimentou? Ou deles? Eric não me passava uma vibe muito exigente quanto ao sexo das pessoas não. E porque ele pagava? Do jeito que eles olhavam, o vampiro poderia ter sangue e outras coisas de graça. E Porque raios, aquelas pessoas olhavam para mim e riam?

— Por Odin, está emburrada de novo? O que faço para te deixar feliz?

— Tenho uma lista de coisas — sorri cínica para ele. — Quer que fale? — Ele assentiu. — Você pode começar me contando o que tá escondendo de mim.

— Temos um trato e esse não é o melhor lugar... — Dei de ombros. — Se eu te contar agora o que sei, você não vai ficar feliz, mais cedo você disse que estava gostando da viagem, apesar da companhia. Não quer aproveitar mais, curtir a calmaria antes da tempestade?

Aquele foi um dos raro momento em que senti sinceridade no que ele falava; e, de certa forma, ele tinha razão também. Na noite seguinte, retornaríamos para casa, seja lá qual fosse o problema, ele estaria me esperando. Por que não aproveitar um pouco mais de paz?

— Ok, vou comprar a fantasia que ta me vendendo. —Tomei mais gole da bebida que era realmente deliciosa e parafraseei uma música que ouvi mais cedo: — Se me faz feliz, não pode ser tão errado, não é?

Das cinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora