38 | rendição em nosso encontro

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Cinco meses desde que nos conhecemos.

Dois meses de namoro.

Incontáveis toques e conversas íntimas.

Descobertas que eu nunca imaginei que precisavam ser feitas.

Cada segundo vivido desde que Simone entrou em minha vida fez parte da construção da Soraya que sou hoje. Da Soraya de quem posso me orgulhar um pouco mais.

A Soraya de hoje anseia por Simone, tanto que o toque se entrelaça em antecipação, o sangue ferve em desejo.

No silêncio de seu apartamento pequeno, eu sei que não existe outro lugar no mundo onde eu gostaria de estar. É aqui, agora, com ela.

Os dedos de Simone tocam a pele do meu rosto. Seus polegares em meu queixo, todos os outros em minha bochecha, sua testa na minha, respiração lenta e inconstante. Sinto um ofegar baixo fazer coro com a minha respiração, seus dedos segurando meu rosto com mais firmeza e a pontinha de seu nariz acariciando o meu antes que seus lábios venham até os meus e eles se encontrem no meio do caminho, unindo nossos sorrisos em um beijo lento.

Meus olhos permanecem fechados; minha boca, na sua. Mas minhas mãos viajam de seu peito até segurarem a cintura delineada, os dedos formigando de vontade, mas ainda com força o suficiente para empurrá-la suavemente, guiando-a em direção ao quarto enquanto continuamos nos beijando.

Quando estamos dentro, eu mantenho uma mão tocando-a enquanto tateio com a outra para trás, buscando a porta para fechá-la. E assim que ouve o clique, Simone avança com seu corpo, forçando o meu a recuar até sentir minhas costas pressionadas contra a porta agora fechada, seu peito tocando o meu sem hesitar.

Nas pontas dos pés para continuar beijando sua boca, ela desce o polegar até pressioná-lo abaixo de meu queixo, então forçando minha cabeça a se inclinar para trás. Com meu pescoço exposto, Simone me dá um selinho, depois um beijo na linha da mandíbula, seus lábios encontrando meu pescoço antes de deslizarem para a lateral. Mais um beijo inocente é dado em minha pele, demorado, antes que sua língua deslize suavemente para fora e me faça suspirar pela sensação gostosa.

O beijo seguinte se intensifica. Ela chupa minha pele com cuidado, sua mão desce por todo meu corpo até segurar minha coxa, puxando-a para que minha perna se dobre no alto, ao lado de seu quadril, e ela pressione nossas virilhas juntas.

Minha mão vai até sua nuca, as pontas dos dedos se emaranhando à raiz dos fios escuros e lisos, enquanto eu aproveito as sensações de cada toque de cada parte de seu corpo, no meu. Com a outra, eu a seguro pela cintura mais uma vez, sobre o pijama do patolino, e mais uma risada discreta me escapa. Simone afasta seu rosto, os lábios brilhando com saliva se apertando num gesto confuso.

— O que foi? — Ela pergunta, um pouco confusa.

Eu faço um gesto negativo cuidadoso, meu riso se reduzindo a um sorriso carinhoso quando eu uso meus dedos para livrar seus olhos lindos dos fios por cortar.

— Eu só acabei de perceber que meus pais tentaram me afastar de você essa noite, mas a única coisa que conseguiram foi me trazer aqui novamente.

Simone gargalha, também puxando minha outra perna. Por reflexo, eu a abraço pelo quadril e pelos ombros para manter o equilíbrio, e ela me carrega dessa forma até a cama.

— É isso que dá tentar lutar contra a força do amor. — Minha namorada diz, o sorriso em sua boca mais uma vez beijando o meu quando eu sou colocada sobre o colchão e ela se inclina sobre mim, minhas mãos puxando-a junto quando vou mais para cima, depois começo a deitar.

Nós nos deitamos completamente quando minhas costas se apoiam na cama, mas não por muito tempo. Sem demora, eu cuidadosamente guio Simone para que seja ela a deitar, então meu corpo fica sobre o seu quando deixo um selinho em sua boca antes de me afastar um pouco para olhá-la.

AFRODITEOnde histórias criam vida. Descubra agora