Capítulo 17 - Ordem

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Quem não quiser ler esse capitulo e esperar, acho que hoje sai mais um dessa fic

Pov Angelique

Levou até meio segundo até eu estar de nova na antiga estação de rádio pirata e um inconfundível Charles Weasley sorriu para mim.

Eu me sentia quebrada, afundada nos cacos que havia me tornado, a cada movimento, sendo rasgada ainda mais. Não sorri de volta.

- Algum problema, Angelique? – ele se levantou a preocupação crescendo em seus olhos, dei um passo atrás por instinto.

- Não toque na minha senhora.

Charles riu e balançou a cabeça, as bochechas apertando os olhos até ficarem pequeninos.

- Eu não vou, só quero saber se está bem.

Bem era a única coisa que eu não estava, eu tinha medo, tristeza e me sentia uma idiota por ter confessado ao meu falso marido toda a minha dor.

- Eu não tenho para onde ir – balbuciei as palavras.

- Sim, você tem. Aparata comigo?

Charles ofereceu o braço para mim, precisei olhar para Lee para ter coragem, então segurei em seu braço enquanto o elfo grudava em minha saia.

Paramos no que parecia um bosque, havia árvores altos e chão de terra, meus pés descalços ficaram gelados de repente.

"Burra"

- Vamos andar a partir daqui – ele apontou para atrás de mim, não era longe da rua, eu podia ver as luzes iluminando logo a frente.

- Desculpe por te procurar assim, eu não sabia o que fazer.

- Não tem que se desculpar, eu estou ali para isso, resgatar pessoas que precisam de ajuda.

- Você não sabe o que eu fiz.

- E não vou perguntar – ele parou e se virou para mim, um passo antes de chegar á calçada – você não parece uma traidora para mim, sinto que posso confiar em você. Se fez coisas ruins, isso não importa agora, todos nós fizemos.

- Nós?

Ele voltou a andar, o asfalto estava ainda mais frio que a terra, adquirindo uma fina camada de gelo escorregadio, Charles me apoiou em seus braços, acho que nem notou quando estremeci.

Mas foi só quando precisamos subir na calçada do outro lado que precisei levantar a saia longa e ele viu.

- Onde estão seus sapatos?

Dei de ombros, a ligação entre eu, Charles e sapatos era muito curiosa. Ele moveu a varinha em direção ao prédio em frente o mais rápido que conseguiu e na frente dos meus olhos apareceu uma casa que não estava lá.

- Aqui entre – Charles foi gentil, me guiando para pisar no tapete seco, a casa estava silenciosa, com uma única luz tênue no hall, ele fez sinal para que eu ficasse quieta e me guiou até a cozinha.

- Senhora? Sabe onde estamos? – Lee sussurrou para mim.

- Aqui é a sede da Ordem da Fênix, estão seguros – Charles se aproximou de mim com uma bacia de metal de onde saía uma fumaça cheirosa – sente-se, por favor.

Eu obedeci, meus pés estavam congelando e todo o meu corpo tremia de frio. Charles se abaixou colocando a bacia no chão e tomou meus pés com as duas mãos, precisei segurar a barra da saia para não molhar quando ele mergulhou meus dedos na água.

Gemi de dor com a sensação de milhares de agulhas alfinetando a pele gelada. Mas Charles não se importou, continuou molhando meus pés até que conseguisse os colocar no fundo, seus dedos calosos passavam pela pele limpando a terra.

- Não quero dormir com você – as palavras saíram de repente sem que ao menos eu pudesse pensar nelas.

Charles olhou para cima com aqueles lindos olhos azuis e sorriu.

- Obrigado por avisar.

Me senti uma idiota e sorri de volta.

- Desculpe, é que eu sou casada.

- Eu sei, investiguei você assim que saiu da rádio no outro dia.

- Como um perseguidor.

- Eu estava preocupado, não demorei para encontrar um documento oficial de união. Mas acho que as coisas não estão indo como o planejado.

- Nem um pouco, ele não é o que eu esperava.

- Não é culpa sua, Angelique. Há uma divisão na Ordem, não conseguimos entrar em um acordo, enquanto alguns acham que intervir só vai trazer mais atenção de Você-sabe-quem, outros querem impedir que crianças sofram sem suas mães.

- Vocês sabem sobre as barrigas de aluguel?

- Claro que sabemos, nada acontece sem o conhecimento de Dumbledore.

- Eu sinto muito, agora me sinto pior ainda em vir procurar abrigo com você.

Ele secou meus pés então se levantou indo despejar a água na pia.

- Não penso mal de você, eu entendo. Mas acho que devia conversar com o Professor Snape.

- Não, não... fora de cogitação.

- Bem – ele sorriu abertamente – acho que deve reconsiderar, afinal, ele estará aqui amanhã para uma reunião.

- Devemos ir? – Lee perguntou oferecendo um par de chinelos de tecido que achou em algum lugar.

- Não, descanse. Tenho certeza de que se sentira melhor de manhã.

Eu aceitei o quarto que Charles me indicou, era pequeno e velho, mas estava quente. A cama de solteiro ocupava boa parte do espaço e havia uma cômoda no restante, assim como uma poltrona em frente a porta.

- Está bom assim?

- Perfeito, Charles. Eu não sei como te agradecer.

- Basta dizer obrigado.

- Bem, obrigada.

Ele sorriu e se retirou, fechando a porta. Sem me pedir um beijo ou que o convidasse para ficar. Meu coração apertou outra vez, eu devia estar apaixonada por esse homem, não pelo meu falso marido.

Me sentei na cama, exausta. Mas ouvi pequenos passos chegando perto.

- Ele te magoou, senhora. Se quiser fugir, é só me avisar.

- Eu sei que devia, mas não quero.

O pequeno elfo assentiu e sentou sobre a cômoda, pelo menos eu não estava sozinha aquela noite, mesmo que a companhia que eu queria fosse de Severo.

O pequeno elfo assentiu e sentou sobre a cômoda, pelo menos eu não estava sozinha aquela noite, mesmo que a companhia que eu queria fosse de Severo

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Herdeiros - Severo SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora