Quando Voldemort retorna, decide ampliar o mundo bruxo produzindo o maior número de bebês possíveis, para isso arranja bruxas de todos os tipos para engravidar de seus comensais da morte de maneira legítima.
Nesse cenário, Ava é dada a Severo Snape...
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Ponto de Vista Angelique Lacey
Não era raiva que eu sentia de Severo, eu estava com medo dele, da sua reação ao saber do resultado do teste. Todos os dias eu acordava e olhava para aquela tira com dois risquinhos vermelhos, jogada atrás da pia do banheiro e meu corpo estremecia, tinha que correr para fora.
O trabalho na Ordem me mantinha ocupada o dia todo, era pesado e cheio, cada vez recebíamos mais enfermos no local e Lisa era muito exigente, gritava ordens a todo momento. Isso não me incomodava em nada, eu apenas corria para auxiliar como prometi fazer.
Aquele dia não foi diferente. A ala hospitalar no prédio estava com quase toda a capacidade ocupada, o que significava muitos curativos trocados e várias viagens até a cozinha.
- Bom trabalho – Lisa cumprimentou atrás de mim, mesmo com o tec tec da bengala, ás vezes ela me pegava de surpresa.
- Obrigada, o turno está acabando, mas vou adiantar o de amanhã.
- Você tem ido embora mais tarde a cada dia, algum problema?
- Não, eu só quero tornar a manhã mais simples.
Ela deu a volta na maca que eu usava para separar as gazes e me encarou com muita atenção.
- Você é boa em mentir, mas eu sou treinada. É por causa do que me pediu no outro dia.
- Eu não vou tomar uma poção abortiva.
- Era apenas uma opção, podiam tentar de novo mais tarde.
- Sabe que o propósito do meu casamento é justamente a gravidez, não sabe?
Ela assentiu lentamente, os planos de Voldemort já não eram segredo para ninguém. Muito menos para as pessoas influentes da Ordem, no começo eu estava tão certa e decidida, mas depois, eu apenas me envergonhava de me colocar apenas como um peão.
- Está conosco agora, Angelique.
Ela sorriu, eu não a culpei por esses pensamentos, ela sabia o que é certo, mas não sabia da minha verdade. Estava prestes a responder que ia pensar quando um estrondo gigantesco fez meus ouvidos zumbirem e o chão tremer sob meus pés.
- Estão atacando o centro – alguém gritou do andar de baixo.
Eu não pensei, segurei as saias na altura que me permitisse correr e disparei pelas escadas, ouvi alguém chamar o meu nome, apesar de reconhecer a voz de Charles, sabia que não podia parar, apanhei a varinha na bainha do avental quando cheguei á rua, havia fumaça e fogo por todos os lados, senti uma rajada de vento bem a tempo de desviar de um comensal que voava baixo.
- Severo – murmurei o nome da minha preocupação e corri pela rua em direção á confusão que se instalava.
Eles não estavam escolhendo quem ou o que atacar, apenas avançavam pelas ruas e prédios, bombardeando tudo, o lugar parecia um cenário apocalíptico, eles eram rápidos e agressivos, em meio a nuvem de poeira.
