Capítulo sem título 21 - Super 8

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Ponto de Vista Angelique Lacey

O dia amanheceu com a luz brilhante que refletia na janela do quarto, a neve derretendo caía sobre o parapeito e filetes finos escorriam pela parede pela parte de dentro, aquela era a primeira visão do dia e já estava me irritando.

Na cozinha, Severo passava o café, o cheiro bom me atraiu para ele.

- A casa precisa de reforma – eu atravesso a cozinha e pego uma caneca grande.

- Está nos meus planos.

Eu beijo seu queixo que é onde alcanço sem que ele se incline e finjo abraç[a-lo para alcançar a cafeteira atrás dele, mas Severo não fingiu, ele me abraçou com a mão que não segura seu café e abaixou o rosto até tocar o topo da minha cabeça.

- Bom dia – ele disse baixinho.

- Bom dia.

- Planos para hoje?

- Nenhum.

- Ótimo.

- Nem tão ótimo assim, vou morrer de tédio.

- A neve está derretendo, é melhor ficar aqui do que correr o risco de cair na rua. Até sabermos se a fecundação foi concluída, é melhor tomar cuidado.

- Você é tão técnico – resmunguei ao me soltar de seus braços.

- Estou atrasado, te vejo a noite – ele parou á porta, com as mãos na cintura e se virou para mim – onde está Lee?

- Dormindo – sorri inocentemente, Severo seu de ombros e partiu.

Ele não tinha a mínima paciência para as coisas que eu aprontava então, preferia fingir que acreditava em tudo.

Mas eu que não ia me sentar e cuidar de uma gravidez que nem sabíamos se existia. Por mais que estivéssemos trepando feito coelhos.

Assim que ele saiu eu corri para o meu quarto, abri as cortinas e olhei para a rua lateral, Lee vinha apressado com o jornal do dia. Me visti rapidamente e quando a porta da frente abriu, estava calçando minhas botas de chuva.

- O que tem?

- Voldemort estará pelo resto da semana na Eslováquia, vai encontrar com um ministro europeu, é o que sabem.

- O ministro da França tem uma fazenda de Erumpentes na Eslováquia. Provavelmente é ele.

- Como sabe disso, senhora?

- Digamos que os homens contam muitas coisas depois do sexo. Mande uma coruja para a Ordem. Os franceses não são confiáveis.

Enquanto Lee fazia o que pedi, escolhi uma capa que cobria totalmente o uniforme de empregada, prensi meu cabelo em um coque bem arrumado e nada de maquiagem ou perfume, eu precisava me misturar.

A lareira dos Malfoys e a de Snape estava ligada, eu sabia disso porque toda vez que ele vinha de uma reunião era pela rede de Flu. Então apanhei uma boa quantidade de pó e assim que Lee se enfiou sob minha saia, eu parti.

Assim que parei do outro lado, tirei a capa e ajeitei o uniforme de emprega.

A mansão era, sem dúvidas, o lugar mais sofisticado que já pisei. Não que ei conseguisse viver naquele lugar, era tudo tão... desnecessário.

- As pessoas que moram aqui, mal se encontram – Lee explicou ao virar rápido em um corredor.

- Se eu estivesse casada com Malfoy, também ia querer distância. Aqui, Lee, depressa – parei ao lado de um carrinho de limpeza e abri o compartimento, Lee entrou sem reclamar e comecei a empurrar o carrinho.

- Para a direita, no primeiro andar.

Segui empurrando o carrinho que assim que tocou as rodas no primeiro degrau, passou a subir sozinho pela escada e depois se apoiou no piso superior.

Á direita, ficava um longo corredor com tapete roxo que ocupava o chão todo e molduras douradas nas paredes com fotos terríveis de família feliz.

- Qual porta?

- A penúltima.

Eu parei na frente e bati, nenhuma resposta foi ouvida, empurrei, mas estava trancada.

- Lee, preciso de ajuda.

Ele colocou um pequeno feitiço á porta e a maçaneta explodiu, não era o ideal se pretendíamos ser furtivos, mas funcionou, parei por mais dois minutos no corredor para ter certeza de que ninguém ouviu.

O cheiro de queimado me faz espirrar, mas Lee salta de dentro do carrinho para a sala, ele acende uma luz e fecho a porta, encostando uma vassoura para mantê-la encostada.

- Temos que ser rápidos.

Corri até a mesa e comecei a mexer nos papéis, havia promissórias, contratos de serviço e muitos recibos de bordéis e bares, alguns bem distantes. Mas foi quando cheguei a última gaveta que as coisas ficaram mais tensas.

- Esta trancada, Lee. Consegue abrir sem explodir?

- Sim, senhora. Com isso – ele sorriu com um abridor de cartas na mão e se aproximou – cuidado, é afiado.

Dei um passo atrás, ele começou a remexer com a pequena haste de metal na abertura da chave, eu estava ansiosa, se fossemos apanhados invadindo e revirando as gavetas de Lucius, meus peitos não seriam o suficiente para nos safar e poderia atrair problemas para Severo também.

Um clique anunciou que a gaveta estava aberta. Me abaixei e abri, eu esperava encontrar uma nota fiscal com o endereço de entrega em uma fazenda isolada no interior, fácil e direto.

Mas não podia ser assim tão simples.

- O que são isso, senhora?

- Filmes. Rolos de filmes super 8 – eu puxo um a um, todos eles tem nomes e uma data, encontro alguns com meu nome e estremeço – esse cara é tão nojento.

Meus olhos percorreram a sala e vi a parede posterior muito branca, como uma tela e uma única poltrona na frente dela, pensar em Lucius Malfoy se masturbando enquanto assiste a um vídeo onde transa comigo foi ainda mais nojento do que quando aconteceu, a bile subiu e acabei deixando o café da manhã na lixeira.

- Senhora, você está bem? – Lee se desesperou, eu o afastei.

- Não tem nada aqui, talvez nas coisas da Narcissa.

- Ela tem um ateliê, mas a essa hora, é possível que esteja lá.

Me levantei e apanhei as fitas de vídeo com meu nome, as colocando sob o uniforme, Lee deu uma espiada para o lado de fora e me disse que era seguro sair.

- Para bruxos tão poderosos, eles têm um sistema de segurança péssimo.

- Algumas pessoas se sentem inalcançáveis.

Empurrei o carrinho para o andar de baixo e corri de cabeça baixa pela galeria de entrada, quando uma voz vinda de uma sala lateral, me fez estremecer.

- Lee, Severo está aqui.

- Lee, Severo está aqui

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Herdeiros - Severo SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora