Ponto de Vista Angelique Lacey
Me sentei no banco em frente a Narcisa durante o trajeto, eu esperava que ela fizesse comentários negativos para mim, talvez alguma provocação que eu teria o prazer de revidar. Mas ao invés disso, ela se manteve quieta durante todo o tempo.
Pela janela, eu via monumentos e prédios diversos passando, também podia perceber Charles, sentado ao lado do cocheiro. Tomando de seu cantil a cada hora.
Eu estava calma, exceto por dentro. Não fazia nem cinco horas que tinha me despedido de Severo e já sentia a falta dele, se eu soubesse que estar apaixonada seria assim, teria lutado mais contra isso.
A carruagem fez uma descida brusca que causou vertigem no meu estômago, Narcisa olhou para mim pela primeira vez durante a viagem, certamente conferindo se eu ia vomitar.
Paramos na frente de um casarão antigo e colonial. Quadrada, com dois andares repletos de janelas padronizadas e uma porta de madeira simples. A construção ficava no meio da fazenda.
Charles abriu a porta para mim e desci primeiro. Não era um lugar odioso, parecia confortável e o ar puro não estava carregado com poluição.
- Vamos conversar lá dentro – Narcisa passou por mim, antes de segui-la, acenei para Charles com um leve sorriso, o deixando para trás.
Nosso plano só estava pronto até aqui, ele viria comigo e descobriria onde as esposas eram mantidas na gravidez, mas o que faria com essa informação nunca foi esclarecida.
A Ordem ainda não tinha decidido se ia interferir nesse assunto, alguns pediam ação e outros não consideravam uma questão tão urgente e até comemoravam a energia de Voldemort sendo gasta em algo que aconteceria em quase duas décadas.
Narcisa se virou para mim assim que entramos na casa, um lugar amplo, sem decorações plantas ou qualquer coisa que pudesse ser considerada supérflua, nada além dos móveis mais básicos.
- Teve sorte de vir para cá no início da primavera, os campos estão mais bonitos e o clima mais quente.
- Não sei se eu chamaria de sorte.
- Temos muitos guardas ao redor da propriedade, além da redoma de proteção, mas na casa, o trabalho é por conta de vocês.
- Eu e as outras gravidas?
- São cinco no total – ela começou a andar pela casa, passamos em frente a escada e entramos em uma sala de jantar, mobiliada por uma única mesa longa com um banco de cada lado, como uma cantina e acessamos a cozinha.
Uma mulher me olha brevemente por cima do ombro enquanto descasca uma abóbora, mas baixa a cabeça quando percebe Narcisa.
- Como pode ver, aqui é a cozinha, Amélia faz todas as refeições por enquanto, mas sugiro que aprenda alguma coisa com ela, afinal, a gravidez já está no fim.
Narcisa se aproxima da mulher e coloca a mão na barriga dela sem nem pedir licença, sorrindo, ela volta a se afastar.
Passamos por uma porta e um pequeno corredor vazio de volta a entrada, subimos a escada em leque, o corrimão de madeira acompanhava parte do andar de cima, ao longo de um corredor com portas de um lado único.
- Esse é o seu quarto – ela entra de uma vez, há outra mulher no quarto, bem mais nova do que eu esperava, ela se levanta repentinamente, derrubando um novelo de lã que estava sendo transformado em um casaquinho – mantemos duas ou três por quarto, assim se tiver problemas, mesmo no meio da noite, é só chamar sua companheira. Essa é a sua roupa – Narcisa aponta para uma pilha na cama – vista.
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Herdeiros - Severo Snape
Fiksi PenggemarQuando Voldemort retorna, decide ampliar o mundo bruxo produzindo o maior número de bebês possíveis, para isso arranja bruxas de todos os tipos para engravidar de seus comensais da morte de maneira legítima. Nesse cenário, Ava é dada a Severo Snape...