Ranny acordou sozinho na cama mais uma vez, isso já estava se tornando insuportável. Até quando teria que amar sozinho? Será que teria sido tolo ao largar a vida para se dedicar ao marido e a filha? Virou-se de lado e olhou o relógio que marcava 04h27min da manhã, fechou os olhos novamente e suspirou fundo tentando se lembrar a última vez que seu marido estava junto à ele nas noites dos finais de semana. Seus pensamentos se distanciaram ao sentir a mão pequena e quente passar por seu rosto antes do dedinho quase invadir seus olhos.
Giovanna: Papai... – disse com uma voz rouca ainda do sono – Tem um bicho bem grande no meu quarto!
Ranny: Oi minha pequena – segurou a mãozinha gorda da filha para afastar o dedinho que tentava a todo custo abrir seus olhos, o levou até a boca o beijando e abriu os olhos acendendo o abajur em seguida – Acho que esse bicho está muito encrencado ao tentar invadir o quarto de uma princesa tão linda sabia? – sorria já se esquecendo da atitude do marido.
Giovanna: O papai teve que cuidar de pessoas de novo não é? – deu pela falta do pai, coçou os olhos e colocou a chupeta novamente na boca.
Ranny cansou de dar explicações tortas para a filha todas as vezes, e não eram poucas, que a menina procurava pelo pai. Então, para convencer a pequena de 04 anos, dissera que como os bons médicos, o pai ficava sempre no hospital cuidando das pessoas. Puxou a filha para deitar do seu lado, e disse em um sussurro.
Ranny: É meu amor... Ele está cuidando de pessoas – olhou a filha com carinho, como amava aquela criatura, não entendia como Raphael podia trocá-la por quem quer que fosse na rua.
Giovanna: Eu queria que ele fosse outra coisa... O pai da Isa não tem que cuidar de pessoas e todos os dias busca ela na escola – disse um pouco enrolado devido à chupeta – Já pensou se você continuasse cuidando de pessoas papai? – disse com os olhinhos bem abertos – Ninguém ia cuidar de mim!
Ranny: Acho que precisamos dormir só mais um pouquinho, o que acha? – disse tentando mudar o rumo da conversa, virou-se de lado passando os braços por cima da filha a puxando.
Giovanna: Mas e o bicho que está bem lá – apontou o dedo para a porta.
Ranny: Quietinha Giovanna – disse por fim, puxou a coberta e se cobriu com a filha. Até fechou os olhos, mas à essa altura o sono já havia ido embora há tempos, lembrou-se do comentário que a menina havia feito, e seus pensamentos voaram, para quase cinco anos atrás.
# FLASH BACK #
Havia saído do hospital mais cedo, não estava se sentindo bem há alguns dias e de tanto sua cunhada Maite a perturbar, resolveu enfim fazer o teste de gravidez. Entrou em seu apartamento procurando por Mel, um cão labrador que havia ganhado de Rapahel, sorrio ao ver a cachorra deitada na enorme cama de casal abanando o rabo ao ver o dono.
Ranny: Mel sua folgada! Quantas vezes tenho que te expulsar da cama? – dizia enquanto tirava os sapatos e se jogava na cama junto com o animal – Ah Mel... Sua vida é bem tranquila não? O que acha de trocarmos hein? – Questionava enquanto fazia caricias na pelagem do animal.
Maite: Ranny! – gritava entrando no quarto e se jogando do outro lado da cama, deixando a Mel entre eles.
Ranny: M-a-i-t-e – com a mão no coração – quer me matar ou o quê?!
Maite: Não seja dramático – rolou os olhos – Eai, o que deu? – passava a mão na cachorra junto com o cunhado – vou ser titia ou não? Anda Ranny, estou nervosa!
Ranny se sentou na cama e apanhou o grande envelope que deixou no móvel próximo da cama, esticou para a cunhada em seguida.
Ranny: Certíssima Mai – respirou fundo – Estou de 4 semanas, titia.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Enquanto Houver Razões (Romance Gay) - Mpreg - Respostando
RomanceAté onde você deixaria tudo por amor? O que seria seu limite? Quantas noites de choro iria aguentar? Quantos datas importantes passaria sozinho? Quanto tempo suportaria a dor da solidão? Me pergunto se estou agindo errado, se devo acabar com tudo is...