1999

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Sinopse

No auge do verão brasileiro o pôr do Sol refletia o contorno da Rocinha, brilhava sutil as cores da favela, e o cheiro de mar pesava o ar. Era tão típico, o cheiro salgado entrava pelas narinas e trazia junto de si uma paz que na verdade não existia. E foi num botecozinho de quinta, descendo o morro, que Enid encontrou uma certa belezura. Ela nem sambar sabia direito, mas cantava divinamente, tão divinamente quanto sabia enroscar o corpo no seu e implorar para que lhe levasse ao ápice, completamente ofegante e desnorteada de prazer

O verão de 1999 ficaria marcado no peito da Sinclair assim que botasse os olhos no anjo sorridente que desfilava na avenida.

Aviso!
Erros eu concerto depois!

No auge do verão brasileiro o por do Solrefletia o contorno da Rocinha, brilhava sutil as cores da favela, e o cheiro de mar pesava o ar

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No auge do verão brasileiro o por do Sol
refletia o contorno da Rocinha, brilhava sutil as cores da favela, e o cheiro de mar pesava o ar. Era tão típico, o cheiro salgado entrava pelas narinas e trazia junto de si uma paz que na verdade não
existia. Enid já havia se habituado àquilo, tão diferente da vida em Orlando, ali as pessoas acordavam cedo cantando, mulheres bonitas se banhavam no Sol nas lajes e os bêbados viravam a noite nos bares em uma boemia incurável, chegando a ser mórbida. Mas o samba tocava, e
incrivelmente apaziguava o clima deprimente. Porque sempre tinha uma mulata bonita batendo os saltos altos no chão daquele jeito encantador, mexendo os quadris, fazendo os cabelos crespos esvoaçarem Cariocas.

O Rio de Janeiro era surpreendente. Chegou ao pais através do tráfico de ópio. Mesmo que isso não seja lá o que os brasileiros costumavam consumir, mas conseguia um bom dinheiro, e desde então foi vivendo como um
cachorro, sem moradia fixa, sem estabilidade, era dinheiro aqui, uma transa ali, uma noite bem dormida de vez em quando nos braços de alguma
mulher, ás vezes homem; foi de Madureira até Niterói, as custas dos outros, e por fim, foi parar na Rocinha, dividindo um barraco mal acabado com
um traficantezinho merda. Mas pensava; era uma boa vida, apesar de
tudo. Porque tinha liberdade. Tinha samba. Tinha o mar. Tinha uma 38. E tinha pernas para correr dapolicia.

Ao inicio de fevereiro as pessoas estavam animadas pela chegada do carnaval, o desfile das escolas de samba era muito esperado por ser um espetáculo deslumbrante e aquele iria ser o seu sexto desfile; não perdia por esperar. O verão de 1999 ficaria marcado em seu peito como ferro em brasa na pele do gado.

Deveria ser umas sete horas da noite quem sabe, naquela sexta-feira as rodas de samba tocavam a todo vapor e seria em alguma delas que encontraria alguém quente para embaraçar-se na
madrugada. Depois de tomar um bom banho de água gelada - porque a resistência do chuveiro tinha quebrado -, enfiou-se dentro de uma camisa do flamengo e uma correntinha de ouro que contornava suas clavículas pálidas
Mesmo que ficasse horas debaixo do Sol,
nunca conseguia atingir uma corzinha mais caramelo, sempre ficava vermelha
então empalidecia novamente. Os cabelos loiros estavam perfeitamente
penteados e estava tão cheirosa quanto uma perfumaria. Enid saia o barraco, descendo as escadas estreitas com leveza nos pés. Dadinho estava lhe
esperando ali embaixo, com um bem bolado na boca, encarando a ruela vazia e escura. Pois ela ousou arrancar o cigarro de maconha da boca dele, sorindo arteira até ver aquele homem
enorme esboçar um sorriso derrotado nos lábios grossos. - Já tá de marola, é?"

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