30- Profundo Inferno de Dante.

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𝗘𝘀𝘁𝗲𝗹𝗹𝗮.

Não estava frio, mas estava ventando bastante nas ruas movimentadas de São Paulo.
Os carros derrapavam rápido na avenida molhada, do qual havia chovido minutos antes.
Sorte a nossa de ter saido da praia antes da chuva começar, mas nada nos livrou de pegar trânsito.

Gabriel tenta achar um lugar para estacionar na frente do meu condomínio, e assim, ele para o carro.

- eu vou ajudar a Ella a subir com as coisas dela, esperem aqui. - Goularte diz para Guaxi e Mel.

Faço cara de desentendida, porque eu nem ao menos pedi ajuda, mas já que se ofereceu.

Guaxi e Mel assentem, e então eu e Gou saímos do carro.
Ele pega minha mala no porta-malas, e então seguimos o caminho até a portaria.

- boa noite. - digo ao porteiro.

Ouço ele retribuir e seguimos para o elevador.

Não estava pronta para lidar com um clima tenso novamente, porque agora parecia que, todos lugares que eu e o Gou estávamos juntos e sozinhos, sempre rolava algo.

- o que achou da viagem? - pergunto ao garoto após entrar no elevador e apertar o botão do andar.

Ele parece pensar e então se encosta na parede do elevador.

- foi massa.

- boa. - digo.

e o climão se instala, novamente.

- 'tava pensando aqui, nunca jogamos omori juntos. - diz o garoto.

- então esse momento de clima tenso você estava pensando nisso? - olho divertida.

- você que não está falando nada.

- você que parece grosseiro.

Ele encara firme e então o elevador se abre.

- você 'tá muito rebelde - ele encosta a mão nas minhas costas me guiando para fora do elevador.

- você 'tá muito rebelde. - o imito fazendo uma voz irritante, claramente o provocando.

- a criança entrou na adolescência? - ele coloca a mão na minha cabeça me empurrando pelo corredor do prédio.

- você 'tá pior que velho na menopausa.

- mano?

- quê foi? falei a verdade. - falo num tom de superioridade, e por fim chegamos a porta do meu apartamento.

Abro minha bolsinha de passeio procurando pelas chaves.

Solto um suspiro de frustração.

- está difícil ai? - Gou pergunta.

- não, lindo. - digo e escuto um barulho de metal ao remexer a bolsa. - achei já.

Destranco a porta, e a porta se abre, com o ar de uau, estou em mi casa.

- não é por mal, mas - me viro para o garoto. - bem que você podia buscar sua mala - retorno a falar. - já que o carro é do Guaxi, ele poderia muito bem levar a Mel e ir pra...

- 'tá tão difícil assim pedir pra eu ficar? - ele diz curvando seus lábios em um recém sorriso.

- já te chamaram de convencido alguma vez?

- não, já te chamaram de chata?

- quer ficar ou não? - falo quase revirando os olhos. - se quiser pode ir embora. - faço movimento de expulsão com a mão.

- vou indo. - ele dá indícios de se virar.

Olho com cara de assustada pro mesmo.

- na verdade, eu prefiro ficar. - diz ao se aproximar de mim

Omori ; GoularteOnde histórias criam vida. Descubra agora