26- Vodka com Kiwi.

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𝗘𝘀𝘁𝗲𝗹𝗹𝗮.

Meus olhos fecharam e o último som que eu ouvi antes de me ensurdecer com a música, foi a nossa respiração se mesclando e tornando uma única só.

Os lábios de Gabriel Goularte se encostaram nos meus com muita leveza, talvez com receio de desconstruir e atacar ferozmente.
Da mesma forma que eu desejava, da mesma forma que eu ansiava.

Minha mão direita entrou no seu cabelo, agarrando com uma ferocidade indomável. Fechei meus punhos, o segurando.

Uma das mãos de Goularte foi deslizando pela minha cintura, passando pela costura da minha blusa e subindo as minhas costas, puxando-me para mais perto.

O beijo de Gabriel era manso, feroz, ardioso, quente, indomável... sim, indomável.

Regredia e se alternava com perversidade, brincando com sua língua dentro da minha boca. Lenta e Calma. Me apertando mais em baixo.

Todos os meu sentidos estavam ligados a uma única pessoa.
Gabriel Goularte.

Nunca me senti tão minha, tão dona da razão, ele me fazia, me FEZ sentir eu mesma.

Fui perdendo meu ar na sua ação bruta e que eu sabia que necessitava, me perdi na música e na sua vontade diabólica.

Eu precisava de um segundo, então me afastei de seus lábios.

As luzes oscilavam em seu tom branco.

Mas, por dentro eu estava laranja; vermelho.

Eu estava quente.

Olho para a imensidão que é seus olhos azuis, enquanto ambos estão ofegantes.

Tentava distinguir o que acabou de ocorrer, se eu estava sonhando ou tendo um pesadelo.

Não haveria motivo para ser um pesadelo, afinal eu sinto que queria isso. Mas, ao mesmo tempo eu não queria.

- tudo bem? - ele pergunta interrompendo o clima.

- tudo. - dou um sorrisinho e caio a cabeça de lado, ainda focado nele.
- você beija muito mal. - digo, claramente brincando.

- então o devolva. - respondeu Gabriel, totalmente cínico, com o olhar pesado em mim. Me engolindo.

Me fazendo involuntariamente fechar os olhos novamente.

[...]

𝗘𝘀𝘁𝗲𝗹𝗹𝗮.

Dia novo e ensolarado, e estávamos na casa nos arrumando.

Após o ocorrido de ontem, e depois de várias beijocas (na qual me fez ficar pensando a noite toda sobre) eu e Gabriel voltamos para a casa, como amigos, óbvio.

- VAMOS LOGO, EU QUERO PEGAR MUITAS ONDAS HOJE. - Guaxi grita da escada.

- JÁ ESTAMOS INDO. - digo gritando de volta, enquanto a Mel amarra meu biquíni.

Não contei nada pra ninguém sobre a noite de ontem.

- vocês tem protetor solar? - Cau pergunta saindo do banheiro.

- sim. - respondo.

- eu tenho, pode usar se quiser. - Mel diz. - vamo logo, porque tem certas pessoa que não sabe esperar.

Olho para a Mel e vejo ela bufando, acredito que algo tenha acontecido.

Saímos de casa em direção a praia, eu não tinha conversado com o Gou desde então, e achei que ele não iria tomar atitude para conversar comigo.
Até eu olhar pra ele de relance e ele me soltar um sorriso sem mostrar os dentes, retribuo o sorriso e no mesmo instante o garoto coloca um boné na minha cabeça, aquele tal boné de esporte que ele usou no último dia na chácara.

Omori ; GoularteOnde histórias criam vida. Descubra agora