22- Social do vinho.

1.5K 137 53
                                    

𝗚𝗼𝘂𝗹𝗮𝗿𝘁𝗲.

- ai, foda-se, é vinho. - ela pega a taça da minha mão e vira tudo.

Vejo a feição amarga em seu rosto, a testa franzida e os olhos semi-cerrados. Ela coloca a língua para fora, como se fosse uma criança fazendo birra. E logo depois deixa escapar um sorriso.

- que fofa, parece uma criança.

- que criança o que, Gabriel.

- parece. - digo.

- não. - ela rebate.

- ta bom. - falo me redendo; ou não. - então, você é neném.

Ela me fuzila com os olhos, e me da um tapa no braço.

- babaca.

- chata.

- escroto.

- criança.

- vou ficar quieta! - ela exclama.

- prefiro você sendo matraca.

- sua opinião não importa. - rebate a garota.

- ok, criança.

- criança é o seu c... - ela é interrompida.

- vamos tirar uma foto, vem. - Mel aparece toda animada e puxa eu e a Ella.

Mel entrega uma taça para mim, já que a Ella tinha pegado a minha. Guaxi e Mel também estão com uma taça na mão, Mel pega o celular e coloca na câmera.

- vai, junta as taças. - diz a garota.

Juntamos as taças e a Mel tira uma foto.

- vou postar no twitter. - diz a menina.

- vai, cachaceira. - Ella diz zuando a garota.

- se manca ruivinha, temos que aproveitar que o chuveiro voltou a pegar!

- sei. - Ella diz rindo.

Mel revira os olhos e volta a olhar o celular.

Vejo a Ella caminhar até a mesa onde está a garrafa de vinho branco, ela despeja um pouco em sua taça e vira tudo.

𝗘𝘀𝘁𝗲𝗹𝗹𝗮.

Viro a taça de vinho. Não estava mais ligando para o gosto do álcool descendo, eu estava tentando superar tudo isso, superar o passado, superar o desgosto pelo gosto amargo de álcool, superar tudo aquilo que eu me privei de fazer ou ser.

Olho ao redor e vejo a Mel me encarando com uma feição de confusa, dou um sorriso e ela retribui voltando a olhar para o celular.

Me aproximo do Gou que estava sentado no sofá, me sento ao lado dele e encosto a cabeça em seu ombro.

- ta com sono? - ele pergunta.

- não.

- bebeu de novo?

- sim.

- percebeu algo de errado na Mel?

- sim, e por que o interrogatório?

- chata.

- af. - resmungo.

Me viro e deito em seu colo olhando para o garoto.

- acho que a Mel estranhou por eu ter bebido. - falo para o garoto.

- mano, eu vi. - o garoto começa a fazer cafuné na minha cabeça. - mas acho que não é nada.

Omori ; GoularteOnde histórias criam vida. Descubra agora