Delicate

405 54 50
                                    

Is it cool that I said all that?
Is it chill that you're in my head?
'Cause I know that it's delicate
Is it cool that I said all that?
Is it too soon to do this yet?
'Cause I know that it's delicate
Delicate

SIRIUS
5

1º ANO

 Remus não estava na comunal quando acordamos, e, depois do café da manhã, não o encontrei arrumando suas malas para o natal. Ele me contou como era passar o natal com o pai, e sempre dizia o quanto gostava do feriado, mas ninguém o viu desde ontem à noite, e James e eu fomos atrás dele.

  O primeiro lugar que fui foi a biblioteca. Não era incomum achá-lo dormindo no meio dos livros. Mas Madame Oswood não o via desde a última semana de provas.

  Peguei a caixinha do meu bolso e comecei a brincar com o fecho enquanto andava. Queria entregar o presente de natal que comprei para ele pessoalmente. Minha mãe questionaria se eu o enviasse na véspera de natal.

  Comecei a tamborilar os dedos na caixa, impaciente.

  Virando à esquerda, ouvi a voz de Madame Pomfrey:

— Boas festas, querido.

— Obrigado, Papoula — Remus disse.

  Me inclinei para olhar através da parede. Remus e ela se abraçaram e Madame Pomfrey bagunçou o cabelo de Remus em despedida. Seu vestido verde claro tinha manchinhas vermelhas respingadas na saia. Eu pensaria que eram flores bordadas se não estivesse olhando para o ombro de Remus e vendo uma faixa presa no que parecia ser um corte. Tentei me esconder antes que ele me visse, mas não tive tempo.

— Six? O que está fazendo aqui?

— Te procurando — respondi. — O trem vai embora daqui a pouco e... bem, queria dar seu presente agora.

  Ele veio até mim e ajeitou sua blusa quando percebeu que eu estava olhando para seu ombro machucado.

— Não se preocupe com isso — pediu.

— É difícil fazer isso quando você aparece com cortes novos todos os dias.

— Não precisa pensar nisso, eu estou bem.

— É, dá pra ver — falei com ironia, mas não iria forçá-lo a dizer nada se não quisesse.

  O olhar de Remus desceu até minhas mãos, onde a caixinha aveludada estava. Estiquei o braço para que ele a pegasse, sem saber muito bem o que deveria dizer. Ele a pegou e um sorriso pequeno apareceu em seu rosto. Minhas mãos começaram a bater nas minhas coxas, formando um ritmo rápido e denunciando meu nervosismo vendo-o abrir a caixa. Seus olhos ficaram menores.

— Tudo bem se não gostar, eu posso trocar. Ou você pode trocar. Você quem sabe. Tá tudo bem se quiser trocar. Eu só...

— Cala a boca, Black. — Olhei surpreso para o ceticismo em sua voz. Remus retirou a corrente da caixa e a colocou no pescoço, uma estrela de prata brilhava no meio de seu peito. — Eu adorei. Obrigado.

  Sorri aliviado e cruzei os braços na frente do meu corpo, esperando que ele notasse o anel em formato de pena brilhando no meu indicador. Ele riu alto quando notou o brilho forte em seu colar refletir na mesma intensidade do meu anel.

— Assim você sempre vai me achar — falei. — Mas acho que vou usar mais do que você.

— Você é muito narcisista.

— Só um pouco — respondi, sorrindo.

  Meu piano foi retirado do meu quarto. Foi a primeira coisa que notei ao entrar. Um piano não é exatamente discreto. Mas não foi apenas isso que mudou. Minha coleção de partituras também foi descartada. Minha flauta surpreendentemente sumiu e minha mãe não sabia dizer onde minhas coisas estavam.

...Ready For It?Onde histórias criam vida. Descubra agora