...Ready For It?

Cornelia Street

We were in the backseat
Drunk on something stronger than the drinks in the bar
I rent a place on Cornelia Street
I say casually in the car
We were a fresh page on the desk
Filling in the blanks as we go
As if the street lights pointed in an arrow head
Leading us home
Cornelia Street

SIRIUS
25

  Moony tinha um porta-retratos na mesa de cabeceira.

  Sua casa era silenciosa de um jeito diferente da minha. Grimmauld Place carregava um silêncio tenso, palpável como neblina, intenso demais para atravessar. Mas não aqui. Lyall Lupin tinha uma casa tranquila com uma floresta nos fundos, afastada o suficiente do vilarejo para manter a calma e o silêncio dos animais.

  Eu não conseguia dormir. Era estranho dormir em um lugar que eu não precisasse proteger minha mente durante o sono. Algo no meu cérebro dizia que, se não estivesse em Hogwarts, não estava seguro para descansar a mente, então eu a tencionava e forçava a funcionar mesmo quando estava dormindo.

  Continuei na cama mesmo depois do nascer do sol, Moony estava com a cabeça apoiada nas minhas costas e não queria acordá-lo. Eu conseguia ouvi-lo roncar baixinho, como um gatinho ronronando.

  O porta-retratos era de uma mulher com cabelo castanho avermelhado. Ela tinha os olhos de Moony. De frente para ela, de costas para a câmera, um homem mais baixo falava alguma coisa que a fazia sorrir. Então ela acenava com a cabeça, sorrindo com todos os dentes, e o homem a abraçava com força. Consegui ler os lábios dela depois de olhar a foto algumas vezes. Ela dizia que estava grávida, e Lyall parecia tão feliz que seria capaz de desmaiar.

  Foi diferente de quando meus pais descobriram que minha mãe estava grávida. Foi um acordo. Sem sorrisos, sem abraços ou beijos. A foto que tenho dessa época está em Grimmauld Place, mas não era nada parecida com a de Moony.

  Uma mulher séria segurando a barriga com uma das mãos e cruzando o outro braço com o de um homem tão sério quanto permitido por sua doença. Meu pai se machucou durante a primeira guerra bruxa, uma guerra entre homens e bruxos que foi apagada da história trouxa. Ele ficou doente demais e a dinastia Black precisava continuar, então eu nasci. E lá se foi a última dinastia Black, e eu me diverti bastante estragando tudo.

  Regulus veio logo depois. Era a chance dos meus pais restaurarem o que eu comecei a estragar mesmo quando pequeno. Mas minha mãe se decepcionava com Regulus tanto quanto comigo. Mesmo quando ele seguia suas regras, nunca era o bastante. Usar vestidos, ser educado, praticar leitura e claro, ser a filhinha perfeita.

  Não consegui ignorar a ironia da situação. E lá se foi, a última grande dinastia Black, dois meninos fazendo tudo escondidos dos pais.

  Quando minha mãe viu Reg como Regulus, surtou completamente. Nunca vou esquecer daquela noite. Fraturei algumas partes da coluna, e se tivesse ficado no chão, onde minha mãe me deixou, eu não precisaria ter ido ao St. Mungus. Mas Regulus estava chorando, estava caído no chão, a boca coberta por uma mordaça e ferido em tantas partes do corpo que era impossível achar um lugar sem sangue. Foi a primeira vez que lutei com minha mãe. A atirei longe e pedi a um dos elfos para aparatar Reg e eu o mais próximo possível do St. Mungus.

  Era estranho pensar que agora eu estava aqui, em uma casa tão confortável quanto chuva, cobertas e chá quente.

— Você está pensando — Moony falou com a voz rouca de sono.

— Estou sempre pensando — respondi. Remus soltou um riso nasalado e me puxou para mais perto dele. Me virei e deitei entre seu pescoço e braço, o abraçando. — Bonjour, mon chéri.