mirrorball

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Because I'm a mirrorball
I'm a mirrorball
And I'll show you every version of yourself tonight
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SIRIUS
23

  O clima em Grimmauld Place ficou tenso depois da discussão que Moony e eu tivemos.

  As coisas ficaram estranhas. Meus amigos tentaram conversar com Moony, mas ele se recusou a ouvir ou falar sobre o que Lily descobrira, e esse acabou se tornando um assunto proibido. O natal passou e a Lua Cheia também. Na manhã seguinte, Moony parecia pior do que nunca.

  Meus amigos e Regulus queriam revezar para cuidarmos de Moony, mas eu não deixei que ninguém o fizesse, queria ficar sozinho com ele.

  Faltavam cinco dias para o ano novo, e no dia primeiro de janeiro voltaríamos para Hogwarts, para começarmos os estudos finais e nos prepararmos para os N.I.E.M.s.

  E a Lua Azul chegaria no final do mês.

  Meu irmão perguntou se eu gostaria de ficar sozinho com Remus, só nós dois em casa, e eu aceitei. Regulus, James e Lily foram para a casa dos Potter, e os três passaram o resto do recesso sozinhos.

  E agora Moony estava deitado na minha cama com a cabeça no meu colo. Ele me deixou brincar com seus cachos, uma coisa que normalmente eu não teria permissão para fazer já que Moony sempre reclamava de ter que arrumar o cabelo depois.

— Nós deveríamos fugir — comentei aleatoriamente depois de alguns minutos. — Sei lá. Deveríamos virar piratas ou algo assim. Fugir de tudo isso, de casas mal assombradas, mães narcisistas e cruéis e Luas Cheias.

— Você não aguentaria a vida em alto mar. Precisa de festas e baderna.

— Eu levaria uma vida calma no oceano com você.

— Pads... — Moony disse quando entendeu onde eu queria chegar.

— Você fala sobre ser egoísta de me pedir isso. Mas não é verdade.

— Não? Te pedir para quebrar seus ossos e remontá-los a cada Lua Cheia não é egoísmo? Ou pedir para que você ganhe cicatrizes por todo o corpo e perca sua racionalidade por noites seguidas? Você tem razão de achar tudo isso uma frugalidade.

— Não acha egoísmo me deixar quando temos um jeito de te ajudar? — perguntei.

— Não. Não acho, Pads.

  Moony se levantou do meu colo e se sentou de frente para mim.

— Bem, então concordamos em achar a ideia do outro egoísta — falei, minha voz saindo amarga da minha garganta. Me deitei na cama e virei para o outro lado, puxando a coberta sobre meu corpo. — Eu não quero te perder, Moony. E você é egoísta o bastante para não aceitar ajuda.

— Sirius, não é assim que as coisas funcionam.

— Me parece que é, sim — falei antes de me inclinar mais e dar a conversa por encerrada.

  Prongs me enviava uma carta nova todas as manhãs. Em uma de minhas respostas, deixei claro que Regulus deveria dormir em um quarto sozinho. Não achei que ele fosse, mas escolhi não pensar muito sobre esse assunto.

     "Ele vai mudar de ideia. Eu posso fazer uma poção para obrigar ele a aceitar. Lily me proibiu de seguir adiante com a ideia. Regulus também. Por favor concorde comigo, preciso de suporte.
      Prongs"

  Não consegui evitar rir ao ler a carta.

  Moony não respondia nenhuma das cartas de Prongs, apenas as de Regulus. Tentei ler uma das cartas uma vez, mas acho que Regulus aprendeu o feitiço de ilusão que usamos no Mapa do Maroto porque, toda vez que eu tentava ler, um texto rabiscado grosseiramente aparecia na folha dizendo: olha a Cadela Black querendo farejar fofoca.

...Ready For It?Onde histórias criam vida. Descubra agora