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Já era outro dia, final de tarde.

Amanhã seria o jantar de ação de graças, então tio Michael pediu para eu ir ao mercado com Matheus comprar as coisas que ele usaria para preparar a comida.

- Vai querer ir dirigindo? - Matheus perguntou com um sorrisinho sarcástico.

- Não, mas obrigada pela proposta. - falei e entrei no carro.

Ele entrou logo em seguida, e rapidamente já estávamos na rua indo em direção ao mercado.

Assim como a vez que fomos de moto até a praia a rua estava vazia, quase nenhum carro passava por ela, o que dava a impressão de que a cidade era toda nossa.

E talvez realmente fosse, poucas pessoas moram aqui, a maioria só vem para passar festas e feriados.

- Seu cabelo fica mais claro na luz do sol. - Matheus falou.

Ele realmente ficava, principalmente nas pontas.

Meu cabelo provavelmente é uma das coisas que mais gosto em mim, nem grande de mais, nem curto de mais.

Olhei em sua direção por um tempo observando seus olhos escuros.

Uma coisa é certa, o olhar de Matheus é uma das coisas mais marcantes que ele tem, uma das coisas que consgue me deixar desconfigurada em poucos segundos.

- Por que está olhando assim para mim? - perguntei de uma vez.

- Assim como? - Matheus perguntou com um sorrisinho.

Engraçadinho.

- Ah, você sabe bem como.

- Talvez eu não saiba, por que não me conta, linda?

Fiquei com receio dele acabar batendo o carro olhando tanto pra mim, mas mesmo assim respondi.

- Como se quisesse guardar todos os detalhes e traços, como se cada minuto ainda fosse pouco, me olha com admiração, mas também com...desejo. - falei de uma vez, ele ficou calado por um tempo.

- Talvez seja porque eu realmente queira isso e sinta isso, linda. - disse por fim.

Continuamos em silêncio pelo resto do caminho, mas a última frase que ele falou ainda estava bem fresca na minha mente.

Esse garoto realmente tinha um efeito gigantesco sobre mim.

[...]

Era final da tarde quando Chloe bateu na porta do meu quarto.

- Ei, quer dar uma volta comigo? - perguntou e eu sorri sem nem pensar duas vezes.

- Claro que eu quero, uma coisa dessas nem precisa perguntar! - falei.

- Sophia me abandonou para jogar poker.

- Poker? - perguntei enquanto descíamos as escadas.

- Sim, com os avós. - Chloe explicou.

- Eu nem ao menos sabia que ela jogava poker!

- Muito menos eu.

- Certo, mas pera aí, pra onde nós vamos? - perguntei parando no meio do corredor percebendo que nem tinha pensando nisso.

- Ah, não sei, mas tem uma lojinha que vende coisas turísticas na esquina, precisamos ir, e também fiquei sabendo que tem uma loja de chocolate e...

- Não precisa nem falar mais nada, já amei essa ideia, vamos logo. - falei puxando ela e logo saindo pelo protão da frente.

A casa onde estávamos para passar o dia de ação de graças está no nome dos avós de Matheus, e ele me disse que desde criança é ali que eles se reuniam para isso.

O Meu Novo VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora