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Já era o outro dia quando tomei uma decisão.

Vou aprender a dirigir.

É isso aí.

Eu não tenho um carro, ainda, mas isso é só um detalhe.

Vou pedir para o Matheus me ensinar e quando eu tiver o meu próprio carro vai ser moleza.

Bati duas vezes na porta de seu apartamento, mas quem atendeu foi o pai dele e quando me viu abriu um sorriso.

- Oi Elisa, tudo bem? - perguntou.

- Oi! Tudo sim, eu queria falar um negócio com o Matheus, ele tá aí? - perguntei.

- Tá sim. Vou chamar rapidinho. - falou e foi pra dentro do apartamento, mas mesmo assim pude ouvir ele gritar:

- FILHO, A ELISA, SUA NAMORADA ESTÁ AQUI.

Senhor amado.

- Desculpa Elisa, Matheus é surdo quando está com os fones, mas ele falou pra você subir. - falou e eu sorri.

Subi as escadas e bati na porta.

Quando Matheus me viu abriu um sorriso.

- Entra aí - falou

- Então...quero te pedir uma coisinha, bem simples. - falei e ele prestou total atenção no que eu estava falando.

Ele não deveria me olhar assim, não deveria mesmo.

Ainda mais com seus cabelos ondulados molhados indicando que tinha acabado de sair do banho.

Ele estava sem camisa, apenas com uma calça moletom preta.

Não preciso dizer o quanto isso afeta a minha mente.

- Quero que você me ensine a dirigir! - falei depois de um tempo.

Ele com certeza vai aceitar.

- Nem pensar.  - falou passando a toalha nos cabelos.

- Oi?! Por que nem pensar?

- De tantas coisas para me pedir você me pede justo isso Elisa? Você ao menos tem um carro? - perguntou me olhando.

- Não, por isso mesmo que eu vou usar o seu. - falei.

- É piada? - ainda teve a audácia de perguntar.

- Lógico que não.

- Certo, já estou vendo que você está bem determinada, e se eu bem te conheço sei que não vai desistir até eu aceitar, estou certo?

- Certíssimo. - falei com um sorriso.

- Tudo bem Hermans, vou te ajudar, mas com tem um preço. - falou se aproximando de mim.

Um preço.

Lógico que tinha um preço.

- Que preço? - perguntei com a boca próxima dele.

- Só vou falar no final. - falou e eu revirei os olhos.

- Pois bem, vamos ver se eu vou gostar desse seu preço. - falei me levantando de sua cama e ele segurou meu pulso sussurando em meu ouvido:

- Algo me diz que você vai amar.

- Ah é? Que bom, e algo me diz que eu também vou amar quando você me der a chave do seu carro para começarmos. - falei com um sorrisinho.

- Às 19:00h nós vamos. - ele disse.

- Às 19h. - confirmei.

[...]

O Meu Novo VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora