Já estávamos no terceiro dia de acampamento.
Isso significava que hoje me despediria das meninas para ficar em um quarto só meu.
Não sei se isso me conforta ou não.
Gosto do meu espaço, de um lugar só meu, e da minha privacidade.
Mas também gosto de ficar com elas conversando, e tendo companhia.
- Ah, vou sentir saudade de vocês no mesmo quarto! - Alice falou para nós.
- É simples, a gente pode ir um dia sim e um dia não no quarto de uma da outra para conversar! Não vai ficar tão longe não é? - Alana sugeriu
- Eu concordo! A gente pode fazer isso pelo menos até o dia da trilha. - Sarah falou
- Que dia da trilha? - perguntei
- Ah, a gente não te falou né? É tipo assim, vai ter um sorteio do acampamento A e do acampamento B, nesse sorteio são selecionadas 4 duplas. - Sarah falou
- Sendo 2 duplas do acampamento A, e duas duplas do acampamento B. Quem chegar primeiro no local certo ganha. - Alana continuou com o que Sarah havia falado
- Certo, mas ganha o que exatamente? - perguntei e as três sorriram feito coringas.
Senhor, eu devo ficar com medo disso?
- Uma festa gigantesca! - elas falaram ao mesmo tempo, e então Alice completou:
- Se uma das duplas do acampamento A ganhar, todos do lado A vão ter uma super festa, com bebidas, desafios e tudo mais, durante uma noite inteirinha! Mas apenas se ganharmos.
Realmente, essa é uma ideia bem interessante.
[...]
No final da tarde eu decidi ir a praia para jogar vôlei, ou tentar pelo menos.
As meninas ficaram no quarto jogando forca e brincadeiras desse tipo.
Era uma ideia tentadora ficar lá, mas acho que precisava sair um pouco.
Peguei a bola de vôlei e fiquei fazendo toques curtos.
- Não sabia que você jogava vôlei, linda. - ouvi alguém dizer atrás de mim e eu quase caí pra trás.
É claro que tinha que ser Matheus, só ele com a sua beleza tão linda que chega a ser irritante, e essa voz que me dá arrepios.
- Não jogo, só tento jogar. - falei me virando para trás e vendo o garoto me encarar atentamente com os braços cruzados.
Gosto do olhar de Matheus, gosto muito. É intenso, quente, como se ele expressasse tudo através de um simples contato visual, mas em certos momentos é como se não expressasse nada.
- E você? O que está fazendo aqui? - perguntei deixando a bola um pouco de lado.
- Eu sempre venho aqui, somente para dar uma olhada no mar, nas ondas...- ele disse olhando para o horizonte me fazendo olhar também
Até que eu entendo, poderia passar horas seguidas vendo essa vista, somente ouvindo o barulho das ondas constantes.
- Me diga, o que vai fazer quando o acampamento acabar Elisa? - Matheus perguntou direcionando o olhar para mim novamente.
Refleti um pouco antes de responder.
- Eu não sei, provavelmente a mesma rotina de sempre. - falei um pouco desanimada.
É bizarro, até um pouco de hipocrisia se parar para pensar, mas eu acho tudo a mesma coisa sempre, nada muda, e eu faço de tudo para fugir da realidade, mas quando essa oportunidade chega, sair para algum lugar ou fazer coisas novas eu recuso e continuo na minha rotina de sempre.
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O Meu Novo Vizinho
RomanceElisa Hermans, uma garota indepedente, altruísta, e sentimental se muda para uma cobertura com sua mãe. Ela mudou muito depois da morte de seu pai e mesmo com o passar dos anos ainda tem barreiras que precisam ser quebradas. Matheus Bennet, nada ma...