Por Elisa Hermans
- VAMOS ELISA ACORDA!
Ótimo, minha mãe gritando em um pleno sábado às 9h da manhã. Deus o que eu fiz para merecer isso?
- JÁ ESTOU INDO!- gritei de volta pra ela que subia e descia as escadas que nem uma doida.
O motivo de tudo isso? Estamos de mudança.
Não gosto de mudanças, sobra tudo pra mim sempre, por isso só joguei minhas tralhas em uma caixa qualquer e passei fita, não tenho paciência pra fazer tudo bonitinho não, depois quem vai organizar tudo de novo sou eu mesmo.
Eu sou uma adolescente normal (eu acho) só tomo toddynho sem agitar a caixinha antes,quem nunca né?
-Elisa, última vez que eu falo, termina de arrumar suas coisas e bora! eu tenho que trabalhar 12h e tem muito o que arrumar no novo apartamento -minha mãe falou
Desci as escadas e disse:
- Pra sua felicidade e é claro o bem dos meus ouvidos, estou pronta - dei uma giradinha pra ela que me encarava como se eu fosse uma doida, talvez eu seja mesmo, afinal quem em pleno século 21 não é um pouquinho maluco né?
Depois de me olhar ela falou:
- Ótimo, vamos então!
Os móveis foram no caminhão e algumas caixas no carro.
Coloquei um som no rádio, porque aquele silêncio todo estava me deixando agoniada
- when i met you in that hotel room, i could tell that yoy were so bad news! - cantei, ou melhor, gritei a música que eu gosto tanto, o que importa é a vibe, mas logo ela foi cortada quando minha querida mãe desligou o rádio
- Ah, mãe, que merda, eu estava gostando da música! - eu disse olhando pra ela com uma cara feia
- Está ouvindo isso?- ela pergunta e eu franzindo o cenho respondo:
- Ouvindo o que exatamente? Os velhos bêbados gritando ali? Nossa baita poluição sonora viu. - minha mãe riu e negou com a cabeça voltando á prestar atenção no trânsito.
Realmente não acredito que ela tirou minha preciosa música para me fazer ouvir esse silêncio estranho. Mas bom, minha mãe não deixou eu escutar a música no rádio do carro, porém não disse nada sobre pegar o meu fone de ouvido e escutar, né?
[...]
Não demorou muito e chegamos no prédio.
Tinha me esquecido de como era lindo, a piscina enorme, salão de festa, churrasqueira, sala de cinema, até maquina de lanches...
Minha mãe estava tentando pegar 4 caixas de uma vez só.
Eu conto ou vocês contam que essa ideia não vai dar certo?
- Me ajuda anda, vai ficar aí parada? - ela disse olhando pra mim
Eu devia ficar mesmo, mas como uma ótima filha que eu sou, e pelo amor que eu tenho a minha vida corri para ajudar ela.
Peguei 2 caixas e fui subindo pelo elevador de serviço, apertando o andar 15,onde ficava a cobertura, agora minha nova casa!
Mas como toda "felicidade" que eu tenho na minha vida dura pouco, quando o elevador abriu eu tropecei em um menino fazendo nós dois cairmos no chão e as caixas também.
Sorte que não tinha nada de vidro lá dentro, se não dona Lívia me mataria!
- aí porra me desculpa - falei finalmente olhando para o garoto, e caralho ele é lindo, cabelos pretos levemente ondulados que caiam sobre seu rosto, olhos castanhos escuros, usava um brinco em uma orelha, e em sua mão tinha alguns poucos anéis o que confesso era bem atraente, e ainda tem cara de que não presta, opa!
- Merda garota, você não olha pra onde anda não? Presta atenção da próxima vez - o paquito disse saindo pelas escadas, e eu gritei:
- Retiro meu pedido de desculpas!
Eu hein cara doido, eu que cai por cima dele, mas pelo menos pedi desculpas, precisava se parecer com um homem das cavernas sendo grosso dessa forma?
Foi só então que pensei:
Se eu esbarrei com ele aqui, provavelmente ele mora nesse andar, merda, merda! agora vou ter que aguentar mais essa
Afastei meus pensamentos, pegando a chave que estava no meu bolso
Abri a porta deixei as caixas que estavam bem pesadas no chão e lá fui eu descer novamente para buscar mais, eu já estava morta só de fazer isso, imagina para limpar todo o resto?!
Vida sedentária é foda
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O Meu Novo Vizinho
RomanceElisa Hermans, uma garota indepedente, altruísta, e sentimental se muda para uma cobertura com sua mãe. Ela mudou muito depois da morte de seu pai e mesmo com o passar dos anos ainda tem barreiras que precisam ser quebradas. Matheus Bennet, nada ma...