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era madrugada, e na manhã seguinte já iríamos para a chácara.

Acho que estou nervosa, e por isso estou sem sono, o que quase nunca acontece.

Quando estava fitando o teto recebi uma mensagem do Matheus.

*mensagens on*

matheus: acordada linda?

elisa: sim, sem sono

matheus: estou no terraço, vem pra cá.

elisa: agora?! se minha mãe acordar e ver que eu saí me mataria

matheus: confio nas sua habilidades de fuga, vem logo.

mensagens off*

calcei meu chinelo e abri a porta do meu quarto devagar.

se é pra se ferrar vamos logo de uma vez né?

tentei ser o mais silenciosa possível abrindo a porta, mas a chave com aqueles montes de pingentes e chaveiros do Mickey estava dificultando meu trabalho.

Depois de algum esforço finalmente consegui sair sem acordar minha mãe.

Eu ouvi um amém? Não, acho que deve ser delírio da minha cabeça, o medo da minha mãe acordar e me acertar uma chinelada era maior.

Logo subi as escadas e entrei no terraço vendo Matheus, que logo em seguida se virou para mim.

Me aproximei dele que sorriu puxando minha cintura fazendo com que meu corpo colasse no dele.

Olhando em seus olhos escuros iluminados com a luz da lua.

Matheus puxou minha nuca ainda com a outra mão firme em minha cintura e colou nossos lábios em um beijo.

Era intenso e apaixonante.

O vento soprava meus cabelos, me fazendo sentir exatemente como se estivesse no céu.

Acho que até o céu seria baixo de mais para tamanha sensação.

Quando Matheus desgrudou nossos lábios sussurou:

- Sabia que poderia confiar em sua habilidades de fuga à noite.

- Bom, acho que estou me aprimorando nisso.

- Com certeza. - ele falou.

Ficamos perto um do outro sem dizer nada por um tempo, mas não eram um daqueles silêncios desconfortáveis, daqueles que você sente que o assunto simplesmente acabou. Era um silêncio bom, como se a nossa presença já bastasse.

Talvez seja o que bastasse.

O dedo de Matheus roça de leve em minha mão, é um toque simples, mas faz meu estômago ficar com aquela sensação de milhares se borboletas.

Depois de mais alguns segundos, ou minutos em silêncio decidi perguntar:

- No que está pensando?

- Não sei, acho que...você já parou para imaginar que somos tão pequenos perto disso tudo? - perguntou apontando para o céu. - É quase como se fôssemos insignificantes, só mais um grão de areia.

- Acho que nunca parei para pensar direito nisso, até porque com certeza teria uma crise existencial, mas sim, somos completamente pequenos olhando para todo esse universo, galáxias, planetas, dimensões...tudo, tudo isso.

[...]

- Elisa, se você não levantar dessa cama em 2 minutos eu vou te deixar aí sozinha! - minha mãe falou e eu cobri meu rosto com o lençol.

O Meu Novo VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora