C a p í t u l o • 48

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New York City U.S.A.
01 / November • Tuesday

— O que a diretora falou? — Valentina perguntou enquanto arrumo o cinto das crianças.

— Falou que eu fiquei em primeiro lugar na prova que fizemos semana passada, vou ser chamada lá na frente para receber um prêmio, na hora da palestra. — Ela senta do lado do Vincenzo e coloca o cinto. Verifico se todos estão com o cinto de forma correta.

— Vocês não se esqueceram de nada? — Pergunto deles para confirmar.

— Não. — Valentina responde pelos outros.

Entrei no carro e coloco o cinto de segurança, ligo ele e troco a marcha. Já tem uma fila de carros atrás do último ônibus, ligo o carro e paro atrás do último carro. Estou me sentindo estranha em relação ao Callaham vendo ele hoje deixando a professora de química toca nele me deixou com mal estar e uma vontade de dá um tiro nela.

Sei que não devia estar pensando nele e que devia focar em coisas mais importantes e mais urgentes, mas isso deixou uma marca sob minha pele, a cena dela passando a mão no braço dele, e ele deixando está gravada a ferro na minha mente. Olhei pelo espelho retrovisor e acabei me assustando quando vejo a mulher daquele dia que estava na quadra, ela está olhando fixamente para nosso carro.

Imediatamente uma luz vermelha acendeu na minha cabeça. Testo os freios mais está funcionando, ela não conseguiria entrar no meu carro sem a chave ou passaria pelo reconhecimento de voz. É impossível.

— Está olhando o quê Nella? — Sou tirada dos meus pensamentos com a voz da Valentina.

— Nada, apenas estava olhando os canteiros. Estão bem cuidados. — Falo a primeira coisa que veio na mente, finalmente os ônibus começaram a se mover, consequentemente os carros também começaram a se mover.

Entramos na estradinha que dá para a saída do campus da escola e acesso a avenida principal. O caminho até a Universidade de Yale foi tranquilo e monótono, as crianças estavam assistindo desenho nos tablets e a Valentina acabou dormindo. Os ônibus estacionam um ao lado do outro, no estacionamento do campus que está lotado de pessoas, no gramado também tem várias pessoas.

Estaciono meu carro do outro lado mais pra ponta porque era umas das únicas vagas disponíveis. Desligo o carro observando os alunos saírem do ônibus em seguida Callaham e a professora de química sai do ônibus também. Solto um suspiro de frustração, tenho certeza que não vou poder consertar essa merda. Ele bloqueou meu número.

— Vamos crianças? — Pergunto para os pequenos, porque a Valentina ainda está dormindo.

— Vamos. — Eles respondem juntos.

— Vincenzo acorda a Valentina por favor. — Peço ao pequeno saindo do carro. Na frente do carro, meu secretário e a governanta da casa estão nos esperando.

— Bom dia, senhora. — Ele faz uma breve reverência, a governanta acompanha ele.

— Bom dia Dylan. — O respondo. — Aqui está bem cheio. — Tiro o cigarro da carteira e o isqueiro também. O coloco na boca o acendendo. Encosto no carro soltando a fumaça.

— Tive acesso há alguns dos experimentos, a senhora vai gostar deles com certeza. — Ele estende o tablet na minha direção, pego ele olhando as imagens e pequenas anotações do lado.

— Se a Valentina se interessa por algum vamos comprar ele também. — Falo devolvendo o tablet. — Gostei do que vi aí. — Aponto para o tablet.

— Antonella. — Olho para o lado encontrando a professora com uma cara feia. — Apaguei o cigarro, agora. — Ela arqueia a sobrancelha. Não respondo nada apenas tiro o cigarro da boca que está quase no fim jogo no chão e piso em cima. Viro de costas pra ela.

Antonella • Livro 1 | RETA FINALOnde histórias criam vida. Descubra agora