C a p í t u l o • 6

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New York City U.S.A.
02 / September • Friday
3 dias para começar as aulas.

Sentada na cama fico olhando pela janela, essa madrugada está bem fria.

Não consigo dormir direito. Há muito tempo não sei o que é uma boa noite de sono.

Já que não vou dormir vou investigar o atentado. Levanto da cama, calço as pantufas e caminho até a escrivaninha. O quarto está escuro, iluminado apenas pela luz da lua.

Pego o notebook e caminho de volta para a cama. Sento nela com as pernas cruzadas, abro o notebook e procuro pelos arquivos de ontem.

Começo a ver as imagens das câmeras de segurança, mostram só o que já vimos: elas entrando na empresa pegando o crachá de visitante. Fui informada que elas tinham uma entrevista marcada.

Elas entram no elevador, a mulher loira parece estar nervosa, a outra a tranquiliza. Assim que elas chegam no andar, tiram os explosivos das bolsas. Ninguém viu isso. Ninguém achou suspeito. Foi muito rápido.

Elas colocam os explosivos em pontos estratégicos. A intenção era apenas danificar a estrutura.

As imagens estão muito claras, não encontrei nada de novo ou revelador. Se aquela mulher não tivesse se matado talvez, ela abrisse a boca para falar.

Como não sei o que está acontecendo preciso tomar providências de defesa.

Minha maior preocupação é minhas irmãs. Tenho certeza que alguma coisa está acontecendo, tenho que descobrir o mais rápido possível. Enrico está cuidando disso, mas até agora nada de novidades.

Odeio ficar no escuro.

Fecho o notebook, suspiro fundo. Saio da cama, calço minha pantufa de novo. Abro a porta para um corredor escuro. Nenhuma alma viva no corredor.

Decorei o caminho até a academia, preciso tirar um pouco dessa tensão de cima dos meus ombros, parece que todos estão esperando o momento que eu vou cair nas lágrimas, quando eu vou mostrar fraqueza.

O que eles não sabem é que não é um simples atentado que vai me fazer cair.

No caminho para a academia, tem um corredor. Quase não vejo ninguém andando nele. Tem 3 portas, testo as duas primeiras, trancadas. Testo a última e vejo que está aberta. Ela é bem pesada, arrasto-a e dou de cara com uma escada em espiral.

Olho para cima, vendo até onde ela vai. É bem alta. Começo a subir. A escada está cheia de teias, o lugar está inabitável.

A academia vai ficar para outro dia.

Finalmente chego em um lugar que parece ser um observatório, é bem grande. Está cheio de telescópios e tem vários papéis enormes com constelações desenhadas neles.

Tem uma porta do lado esquerdo que dá acesso à área de fora do observatório. O céu está lindo, muito estrelado e brilhante.

Quantas noites como essas eu não passei matando? Será que as estrelas me condenam pelo que fiz?

Toda vez que fecho os olhos eu lembro dos rostos deles, das mortes que tiveram. Todas as pessoas que já matei não eram pessoas boas. Nenhuma delas.

Antonella • Livro 1 | RETA FINALOnde histórias criam vida. Descubra agora