C a p í t u l o • 54

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New York City U.S.A.
12 / November • Saturday

— Senhora... acorde senhora... — Sinto alguém dando tapas no meu rosto.

— Quer morrer? — Os tapas param. Me arrependo de mexer os músculos faciais, sinto vários cortes e estão ardendo.

Abro os olhos e vejo a cara do Samuel.

— Que merda aconteceu? — Perguntei sentada na cama. Olho para baixo, estou com uma calça moletom e tem uma regata. Sinto uma faixa na minha coxa e outra faixa no meu peito.

— A senhora ficou quatro dias dormindo, a escola ligou e garantimos que a senhora voltaria em alguns dias. Explicamos a parte do acidente, a diretora aceitou. — Sentei na cama sentindo uma dor dilacerante na coxa, e no peito.

— Já enterram o Enrico? — Levanto o rosto olho para cada um dos homens que estão no meio do quarto. Samuel é o substituto do Taylor se algum dia ele se aposentar, o próprio Taylor está segurando um celular na mão e o Dylan que está com o costumeiro tablet na mão.

— Ainda não senhora. — Dylan responde meio baixo.

— Como estão as meninas? — Olho ao redor virando o pescoço bem lentamente por causa da dor.

— Estão lá embaixo, vieram com a governanta do seu apartamento, todos vieram porque estavam chorando muito a Lianna e o Vincenzo, a Valentina também está preocupada é claro mas você sabe como ela é. — Ele responde e já consigo imaginar as crianças preocupadas, pois eu sou a única pessoa em que eles confiam. A tia Olivia não conta nem o Harry.

— E a empresa? Como ficou a reunião?  Uma empregada apareceu na porta com uma bandeja de comida, ela arregala os olhos quando me vê.

— Senhora. — Faz uma reverência leve.

— Entre. — Faço um gesto para ela entrar no quarto, ela entra apressada e coloca a bandeja em cima da mesa de cabeceira. — Chame meus irmãos para vim aqui.

— Sim senhora.  Ela faz outra reverência saindo do quarto.

— Bem em questão da reunião, eu consegui fazer a reunião sem nenhum problema, apresentei o projeto novo. E inventei a desculpa de que você tinha pegado uma virose forte e não podia sair de casa. — Ele desbloqueia o tablet e vira. O lançamento do novo produto está ótimo, ganhamos muito dinheiro.

— Isso está ótimo. Mesmo depois dessa tragédia. — Posso parecer que está tranquila agora, mas só Deus sabe a tempestade que está dentro de mim.

— Nella? — Escuro a voz de Lianna me chamando na porta do quarto.

— Vem aqui mio amore. — Levanto o braço a chamando, os outros dois apareceram atrás dela. Lianna corre na minha direção já derramando lágrimas pelo rostinho pequeno.

— Quando você não voltou para casa eu fiquei tão preocupada. — Ela me abraça chorando.

— Shhhh. Eu estou bem, só estou sentindo algumas dores. — Passo a mais nas suas costas.

— Está bem mesmo? — Vincenzo pergunta um pouco encolhido no lado da Valentina. Chamo ele com a mão, ele caminha até mim um pouco devagar.

— Eu estou bem. Okay? — Ele faz igual a Lianna e me abraçou com força também. Os dois ficam por mais um tempo pendurados em mim. — Muito bem agora me soltem que eu tenho que comer.

Valentina ainda é um pouco acanhada, desde de pequena aprendeu que deve ser durona para não levar uma surra daquele homem e ser considerada fraca. Isso deve mudar aos poucos. Eu acho.

Antonella • Livro 1 | RETA FINALOnde histórias criam vida. Descubra agora