C a p í t u l o • 30

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New York City U.S.A.
13 / September • Tuesday

Entro no refeitório, faz um tempo que não janto na escola. Mas eu sinto meu celular vibrando na minha mão, fico um pouco apreensiva quando vejo o nome do contato. Imediatamente dou meia volta para fora do refeitório.

— O que você quer? — Atendo a chamada da forma mais fria o possível.

— As coisas aqui na Itália estão saindo um pouco do controle. — Ele alega como se eu fosse a porra do capo.

— Isso não tem nada a ver comigo, você assumiu agora você que tem que resolver. — Alego com a voz fria, indo para o mais longe das pessoas.

— Não seja assim tão dura. Assumimos só porque você decidiu exterminar sua famiglia. Precisamos controlar as gangues de gângsteres que estão assumindo as ruas. — Esse porra enfio o ouvido onde?

— Se vira. Já disse que eu não tenho mais nada a ver com esses negócios. Se quiser um conselho, vai consultar o túmulo do meu pai. Afinal aquele stronzo era um ótimo capo. — Provoco da forma mais sarcástica que consigo ser. Odeio meu pai com todas as forças.

— Acha mesmo que vai conseguir seguir sua vida normal depois de viver esse mundo? — Ele pergunta, sua voz está séria.

— Eu já estou conseguindo sim viver minha vida longe daí. — Respondo revirando os olhos.

— Todos já sabem do conflito que teve com o Frederick, inclusive já sabem também que você matou e o filho mais velho dele. — Claro que já sabem vocês são piores que os tabloides de fofocas.

— Era ele ou era eu. Vocês já sabem porque, para quem não tem nada pra fazer, por isso você está sofrendo para comandar a organização. Não me ligue de novo se não vou pessoalmente ai para fazer você ver São Georgino mais cedo. Isso é uma ordem. — Mesmo que não seja nada no submundo, todos ainda têm medo de mim. Pelo menos aqueles que temem pela vida.

— Não me ameace, vai se arrepender. — Ele tenta me assustar, só parece um gatinho assustado.

— Não esqueça quem eu era Paolo, não esqueça eu o que eu fiz. Deixei a merda desse território pra você, mas temos um acordo. — Refresco sua memória.

O acordo era que não podia traficar pessoas, nem abrir boates com mulheres cativas. Não traficar órgãos. Cosa Nostra era a máfia mais antiga e tradicional que tratava as mulheres apenas como incubadoras ambulantes. Não seguir esse caminho porque meu pai queria que eu fosse igual a ele.

— Não esqueci do acordo. — Ele confirma irritado. — Só quero dicas de como controlar as gangues. — Reviro os olhos.

— Traga eles para o seu lado. — Respondo simples e encerro a chamada. — Idiota, fligio di una puttana, l'inferno. — Quando for para a Itália vou fazer questão de dar uma surra nele.

Volto para o refeitório e pego minha comida. Coloco a bandeja em cima da mesa, atendo mais uma chamada.

— Moore. — Estou usando fones de ouvido, não preciso segurar o celular.

— Martin está cada vez mais estranho Antonella. Descobrir que ele está revelando alguns dos seguranças, foram os mesmos que atacaram os galpões do Lee. — Ele esclarece com a voz tranquila, mas eu sei que ele está tudo menos tranquilo.

— Marque uma reunião com ele no escritório C. — Esse é o nome que damos para os nossos galpões.

— Vai torturar o Martin. — Enrico pergunta assustado.

— Até ele falar a verdade, desconfio que ele está se juntando ao nosso maior problema atual. — O homem mascarado.

— Também estou desconfiando disso, mas Martin é um homem esperto, ele vai sacar tudo. — Claro que vai.

Antonella • Livro 1 | RETA FINALOnde histórias criam vida. Descubra agora